Este ano, o Dia da Mãe, que sempre ocorre a um domingo, coincidiu com o feriado nacional do Dia do Trabalhador. Esse facto levou a uma valorização do primeiro em detrimento do segundo, nomeadamente dos princípios e das lutas ocorridas que levaram ao estabelecimento de um dia no ano como feriado para os trabalhadores de muitos países.
Mas na nossa sociedade os princípios são bastante voláteis e facilmente postos de lado quando o lucro aparece no horizonte. O que quero dizer no contexto deste post, é que a maioria dos trabalhadores associados a tarefas de comércio, nomeadamente centros comerciais e restauração, simplesmente não tiveram feriado no seu dia. Porquê? Porque as flores, as prendinhas e as refeições no restaurante que, paulatinamente e ao longo dos anos, têm sido estabelecidas pelo marketing e por esta sociedade como sendo a “homenagem devida às mães”, possuem bem mais força que os princípios que estão na base do Dia do Trabalhador.
Na sobreposição que ontem ocorreu, este dia deveria ter sido feriado para todos os trabalhadores não essenciais. Haja imaginação e haveria muitas formas de homenagear as mães. Mas este é o mundo que vamos construindo.