apenas um agradecimento

 

Circular na via pública como condutor ou peão é um acto de cidadania, na medida em que pressupõe uma relação equilibrada entre o direito e o dever.

Como condutores, não custa agradecer uma prioridade que nos dão ou fazer o mesmo aos outros. É simpático e demora apenas uns parcos segundos nas 24 horas do nosso dia.

Também o dever de deixarmos passar um peão na passagem que lhe é devida, fica mais ”doce” quando do outro lado surge um agradecimento, um aceno ou um sorriso. Tudo simples, sem custo nem preço associado.

Mas a realidade muitas vezes é outra, reflectindo os desequilíbrios que nos acompanham e a competição crescente que prolifera nas nossas cidades.

É nessa linha que surgiu ultimamente uma geração de condutores que, sentados nos seus carros (muitos de gama alta, mas não só…), se comportam como seres especiais, em que a palavra dever foi absorvida pela complementar direito.

No geral são carros relativamente recentes, pertencentes a donos com indiscutível poder de compra, mas que revelam muitas vezes um comportamento incomodativo para com os restantes condutores. Geralmente andam apressados e abusam em manobras que exigem um certo respeito pelo outro. Diria que os seus “cavalos”, sejam eles mais ou menos, são para galopar, pelo que tudo o resto é secundário. Como tal, um agradecimento ou um gesto de simpatia é algo que muitos desconhecem.

Apesar de constatar isto no dia-a-dia, preciso de acreditar que, fora do seu “trono” e ao circularem ao nível dos outros numa passagem de peões, ainda serão capazes de dar um sorriso ou agradecer a quem lhes deu passagem.

 

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