Comemorar cinquenta anos de existência é sempre um momento importante, seja de qualquer um de nós, de um evento… ou até de uma ponte!
É o caso da Ponte 25 de Abril que hoje é aniversariante. E fazendo ela parte do meu olhar de todos os dias, uma vez que entra no campo de visão da janela da sala onde trabalho, não podia deixar de lhe dedicar umas palavras.
Neste olhar, já a vi emoldurada por um belo e límpido céu azul, por nuvens variando entre o branco, o cinzento e o negro, ou a ser abraçada por inesperados bancos de nevoeiro que sobem o rio. Mas também a vejo constantemente sobrevoada por muitos dos aviões que aterram em Lisboa, ou enquadrada pelos traços que a alta altitude, eles deixam no seu céu.
Senti-a inúmeras vezes cansada pelo peso do trânsito parado no tabuleiro, mas ágil e fluida quando tudo corre sem imprevistos. E fica com um ar maternal quando nas suas entranhas desliza tranquilamente o comboio ou, no rio, passam barcos entre os seus pilares e sob a sua protecção.
Gosto desta ponte. Gosto da sua elegância simples, mas também da sua parceria com o Cristo-Rei. Não consigo imaginar Lisboa e Almada sem estas estruturas, tal como não consigo imaginar a minha janela sem ambas!
Certamente que a capital também não, porque, para além do seu indiscutível aspecto utilitário, a Ponte 25 de Abril está colada à imagem da cidade e à beleza que a caracteriza mundo fora.