A crosta terrestre é a pele do nosso planeta. Tem texturas diferenciadas, sendo mais macia ou fina em determinadas zonas e rugosa ou espessa noutras. Como “ser vivo” que é, reflecte em larga escala o que se passa num organismo, apresentando aqui e ali alguma vulnerabilidade e mais sensibilidade e, noutras áreas, maior resistência e dureza. É activa, dinâmica e está em constante adaptação. Possui ainda, tal como nós, um sistema circulatório que a alimenta, zonas mais quentes, outras mais frias, etc.
Essa pele é vasta, imensa, mas o nosso olhar percepciona-a apenas numa ínfima dimensão. Apesar de sabermos que ela contem algumas maravilhas geológicas – que observamos em grutas ou museus temáticos – raramente perdemos tempo a olhar para as texturas que a constituem. Frequentemente passamos ao seu lado e nada vemos porque, na prática, não estamos disponíveis para esse olhar.
O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é apenas um ponto na superfície do planeta. Mas esse ponto, essa faixa junto ao mar é extremamente rica em pormenores, texturas e olhares, revelando uma poesia muito própria. Encontramo-la nos vastos areais, na dinâmica do mar e das ondas, no céu azul ou cheio de neblinas, mas especialmente na diversidade das rochas e pedras que o cobrem. É neste último ponto que incide este post: nas texturas da “pele” daquela região.
Deixo-vos aqui uma pequena amostra da riqueza geológica que ela nos oferece.