Por vezes
o meu dia nasce,
sem entender
que é luz e alegria.
Aparece
como um dia-noite
sem cor e ilegível,
talvez
a resposta invisível
a algo que fiz
e não devia.
Não tenho um Deus
nem pecados
nem castigos.
Porém,
tenho uma energia
para tentar entender,
para ler os sinais
ténues
ou bem reais
e perceber,
com atenção e ousadia,
o que o tal dia-noite
pode ter para me dizer.
Mas falta-me a sabedoria
para sempre o entender!
(Dulce Delgado, Novembro 2016)