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Desde criança que encontraste nos livros a principal forma de satisfazer a tua curiosidade sobre a vida e sobre o mundo.

Cresceste.

O mundo continua a fazer parte das tuas experiências de vida e os livros persistem em ser uma parte fundamental do teu mundo…e também da tua bagagem!

Nesta data folheias uma simbólica página do livro da vida, a trigésima… página ainda em branco, mas por isso mesmo replecta de possibilidades e de leituras!

Um forte abraço de mãe…e boas viagens pela vida!

 

 

 

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estranho mundo

 

Este mundo,
tão belo quanto imundo
somos nós,
milhões e milhões de seres
homens e mulheres
unidos pelo amor
separados pela dor.

Da partilha ao terror,
o mundo é palco
e actor
de uma triste encenação,
onde metade quer a paz
que a outra metade desfaz,
sem princípios
nem razão.

Em nome de um Deus
tudo vale,
friamente,
sem emoção nem compaixão.

Não,
nenhum Deus quereria
destruição
morte
ou aversão.
E nenhum Deus mataria
pela crença ou religião.

Ódio
dinheiro e poder,
são a fé e o deus
que muitos estão a querer,
num fanatismo
duro, cruel e atroz,
que mata gente
inocente
e sem voz!

Por vezes
doí-me o mundo
e o coração.
Porque há dias
e momentos,
em que é difícil aceitar
que a paz
é apenas uma ficção,
sem sentido
incapaz
e uma profunda desilusão.

 

 

(Dulce Delgado, Maio 2017)

 

 

pirilampo mágico

 

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Dentro de alguns dias termina a campanha do Pirilampo Mágico 2017, este ano com o lema Queremos voar. Cada pirilampo que adquirimos é uma pequena ajuda, muitos são uma grande ajuda.

Este ano a campanha faz trinta anos, o que significa que já nasceram trinta pirilampos diferentes e coloridos, que andaram para aí a “fazer magia” com o objectivo de ajudar os que têm mais dificuldade em se integrar na sociedade.

Não tenho todos os Pirilampos Mágicos, mas tenho os suficientes para fazer esta imagem de família, sendo o da frente o herói de 2017.

Considerando desde sempre que esta campanha solidária é uma ideia luminosa e que os pequenos peluches são uma ternura, também este ano a refiro neste blog a fim de relembrar quem ainda não colaborou, que o pode fazer até ao próximo dia 28 de Maio.

Não custa nada…e é uma grande ajuda!

 

 

a nuvem

 

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Sempre
em movimento,
percorreu o mundo
ao lado do vento.

No céu espalhou beleza,
foi chuva
sombra
e tempestade,
vivendo em pleno
a sua liberdade.

Agora deseja parar
e ficar,
apenas naquele lugar.
E do alto do céu azul
apreciar a beleza da terra,
de dia
pelo sol afagada
de noite,
no escuro aconchegada.

Sem pressa,
quer seguir com o olhar
as aves a voar,
os aviões a riscar o ar
ou as ondas a rolar no mar.
E feliz,
acenar aos ventos e nuvens,
que continuam a viajar.

Sonha apenas sentir
outro modo de estar,
porque a vida,
só é plenamente entendida,
quando no outro lado
somos capazes de nos colocar!

 

 

(Dulce Delgado, Maio 2017)

 

 

 

novamente os jacarandás!

 

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Em poucos dias, Lisboa ficou a respirar a cor dos jacarandás! A cidade está a ficar linda e apelando a um olhar mais demorado para as suas ruas e jardins.

O aparecimento desta floração significa que se aproxima a época mais activa da vida da capital. Com a chegada do mês de Junho terá início a habitual Feira do Livro no Parque Eduardo VII, um cenário colorido por estas belíssimas árvores, e teremos igualmente as Festas da Cidade e dos santos populares, que se irão prolongar até ao final desse mês. Diria que a cidade está a ficar bonita e pronta para a festa!

E significa ainda que passou outro ano na nossa vida. Mais uma vez, é a natureza que, de uma forma suave e colorida, nos relembra docemente a passagem do tempo.

A mãe-natureza… sempre a marcar o ritmo!

 

 

eles podem ser …

 

…sólidos…naturais…de aromas…com pedaços…magros…0%…líquidos…com cereais…cremosos…infantis…bifidus…biológicos…contra o colesterol…de soja…sem lactose…açucarados…bi-compartimentado mix…com gelatina…gregos…búlgaros…etc.

 

Certamente que neste momento têm a palavra “iogurte” na vossa mente, a única que pode anteceder todas as características acima mencionadas.

Apesar de todos os iogurtes resultarem de uma fermentação láctea com bactérias, como por exemplo os Lactobacillus bulgaricus ou o Streptococus thermophilus, o momento de escolher um pack num expositor com dezenas de marcas e centenas de embalagens diferentes, não é tarefa fácil, especialmente quando existe a preocupação de olhar para os seus rótulos. Talvez essa seja a área do supermercado em que o acto de decidir é mais difícil e demorado, a não ser que já exista um produto de eleição…ou que não haja a preocupação de olhar para o rótulo!

A complexidade maior está em conciliar o “desejo de variar de iogurte” com a leitura dos seus constituintes, porque é assustador o que os rótulos oferecem a quem os lê com atenção, especialmente sobre a quantidade de açúcar ou a presença de substitutos ainda menos saudáveis, caso do aspartamo. E assim, de prateleira em prateleira e de decepção em decepção, passam-se largos minutos no tal corredor em busca do iogurte perfeito. Gigantesca tarefa!

Pontualmente somos levados a transgredir, porque o apelo sentido por determinada embalagem, conteúdo ou novidade supera aquele princípio já adquirido: que os melhores iogurtes para o paladar..são sempre os menos saudáveis! É triste, mas é assim!

Neste momento estarão a perguntar: um post sobre iogurtes…qual o interesse?

Nenhum! Mas não resisti a fazê-lo quando li que o dia 17 de Maio, hoje portanto, é o Dia do Iogurte. Nunca imaginei que um iogurte também tivesse o seu dia!

 

 

 

uma simples canção

 

 

Na minha infância e juventude, o dia em que ocorria o Festival da Eurovisão da Canção era um dia especial porque, naquela época, era um evento que se destacava talvez pela ausência de outros. Ainda recordo a maioria das canções que nos anos 60/70 representaram Portugal nesse festival, melodias que eu sempre achava especiais e que na minha perspectiva, mereciam sempre ganhar. Mas isso nunca aconteceu e em cada ano a frustração sentida transformava-se em esperança no ano seguinte.

Entretanto…a vida tomou outros rumos e interesses, e apenas muito pontualmente voltei a dar alguma atenção a esse evento. E quando o fazia era apenas para ver o nosso representante cantar, o que, diga-se na verdade, muito raramente me agradava. O festival cansava-me, porque tudo parecia igual, confuso, muito barulhento e com demasiados estímulos associados. Sem espaço para respirar. Por isso, se me perguntarem quem representou o nosso país nos últimos anos… sinceramente, não sei! Talvez seja triste, mas é a verdade.

Porém, depois de muitas décadas, ontem sentei-me no sofá a ver uma boa parte desse festival e, obviamente, também a nossa belíssima canção. E senti um pouco aquela sensação da infância, de achar que as nossa canção era muito bonita e que merecia ganhar. Naturalmente recuei no tempo, no entusiasmo e na esperança.

Esperança que começou a ser alimentada ao comparar a simplicidade da composição e da interpretação resultante da parceria dos irmãos Luísa e Salvador Sobral, com a confusão e o artificialismo dos restantes temas e performances a concurso. E especialmente, aquando dos primeiro doze pontos que recebemos logo no início da votação. E os doze seguintes e ainda os outros todos!

No final, Portugal ganhou! Fiquei tão contente! E que sensação estranha, porque inesperadamente se cumpriu aquele desejo de infância que tinha ficado latente, quase adormecido. Estou certa que muitos portugueses terão sentido algo de semelhante, pelo menos aqueles que nasceram entre os anos cinquenta e sessenta do século passado e que, tal como eu, viviam com grande sentimento este evento.

Cantada de uma forma muito peculiar e genuína, a canção fala de amor. Simplesmente de amor. E será a forma como este sentimento foi partilhado que convenceu as emoções de milhões de pessoas, os que percebem e os que não percebem de música. Como eu, que encaro esta arte de uma forma muito emocional, com o coração e nada por conhecimento teórico.

Estou quase certa que  esta canção marcará um ponto de viragem na qualidade deste evento. Deu para perceber de uma forma muito clara o que as pessoas querem e desejam. Talvez a partir daqui prevaleça o que marca a diferença pela qualidade e não pela quantidade de estímulos, pela confusão e aparato tecnológico e visual.

Mais uma vez podemos ser pioneiros neste mundo. Povo de um pequeno país, mas cheio de força e de garra. Que gosta de descobrir novos caminhos e mostrar novos horizontes como aconteceu à cinco séculos atrás, seja agora, quiçá, no campo da música de uma Europa que perdeu a sua personalidade, pelo menos neste tipo de eventos.

Gosto de alimentar esta ideia, mesmo que daqui a uns anos chegue à conclusão que me enganei e desista novamente de me sentar no sofá. Mas enquanto há vida há esperança, e esperança é algo que nunca me falta.

Por fim… é muito bom perceber que hoje todo o país está feliz com uma canção que fala de amor!

 

 

a imaginação de Rich McCor

 

 

Rich McCor, a.k.a., Paperboyo, é um fotógrafo e artista inglês, muito jovem, que gosta de transformar as imagens, tanto as mais banais como as que guardamos de certos lugares-ícone, acrescentando-lhes recortes de papel em pontos estratégicos.

A ideia é de uma enorme simplicidade, certamente diferente da parte técnica que exigirá algum trabalho desde a concepção até à realização da foto final. Porém, produz um efeito interessante, envolvente e que nos faz sorrir, porque nos transporta de imediato para outra dimensão, para outros lugares e permite um novo olhar sobre o mundo, objectos e situações.

Deixo algumas imagens das suas aventuras fotográficas, assim como o link para a sua página no Instagram, espaço cheio de surpresas e o mais indicado para perceber a amplitude da sua imaginação.

 

 

paperboyo-9

 

 

 

 

Taking to the slopes in Val D'Isere, Rich placed a spray can next to a cloud - with mesmerising results

 

Thanks to a cut out of a snail, London's unusually-shaped City Hall has been transformed into a mollusc 

 

Existe muita informação disponível na Internet sobre este artista. Basta procurar!

 

 

59…

 

59

 

Num rápido olhar sobre os últimos 59 anos, vejo que…

… fui feliz na década da infância
… ultrapassei sem traumas a década da adolescência/juventude
… na terceira década vivenciei a maternidade com enorme alegria
… passei a quarta década na busca de maior equilíbrio e de novos caminhos
… vivi a quinta década como um tempo de maturação das escolhas
… e nesta última década prestes a terminar, a sexta, percebi entre várias outras coisas, que muito gradualmente todas as células se estão alterando…

Ou seja, estou precisamente a 365 dias de me tornar sexagenária, o que visto das décadas anteriores significava naturalmente “ser velha”…

…porém,

sempre que vejo um parque infantil, tenho uma vontade enorme de entrar…transgredir…sentar-me num baloiço…e andar nele totalmente à maluca!

Será que já estou a entrar na fase de regressão?
Ou será que ainda não cresci?