A vida, num sentido bastante lato, é uma sequência de altos e baixos, de alegrias, de tristezas e de momentos opostos que alternadamente se activam na busca de um aparente e estranho equilíbrio.
Com um país a dinâmica é semelhante. Portugal tem estado na ”mó de cima” e envolto numa aura de boas energias. Nos últimos anos vivemos tempos muito complexos e deprimentes, mas pacientemente o país foi dando a volta e começou a sorrir. Economicamente está a melhorar, também pela presença de muitos turistas que resolveram dar-nos um “abraço” de ajuda e agora apreciar aquilo que sempre fomos e tivemos para oferecer, contribuindo igualmente para fortalecer o ego nacional.
Mas hoje o meu país está triste.
Com o início de uma forte vaga de calor associada a trovoadas secas e a condições atmosférica extremas, surgiu ontem uma vaga de incêndios na zona centro do país. Um inferno, dizem alguns. E até agora, a morte confirmada de mais de seis dezenas de pessoas, seres humanos que há pouco mais de vinte e quatro horas estavam tranquilos, talvez nas suas casas, talvez passeando com as suas famílias. É possível que tivessem problema semelhantes aos nossos, mas estavam vivos e também eles sentindo essa boa energia que envolve o país.
Contudo, a fragilidade e a efemeridade da vida é por vezes assustadora e de um momento para o outro tudo pode mudar. Hoje, a tristeza será profunda em todos os que perderam familiares, amigos ou os bens de uma vida. A própria natureza estará triste, porque as suas árvores continuam a ser consumidas pelo fogo e a vida animal desses habitats a ser destruída. Diria que estamos todos tristes, porque é o nosso país, o nosso território, a nossa natureza e as nossas gentes.
Eu estou triste.
Porém, neste quentíssimo domingo de Junho estou em minha casa, rodeada do que gosto, na companhia da minha família, a receber o agradável fresco de uma ventoinha e em frente de um computador a teorizar sobre algo que não imagino.
Estou muito longe da realidade que descrevi e que continua a magoar o meu país. Estou muito longe da dor e do desconforto de muitos, do esforço inumano de bombeiros e de outros profissionais de diferentes áreas que tentam equilibrar a situação e ajudar os demais.
Estou unicamente a lidar com palavras….cuja semelhança com a vida real é apenas a sua fragilidade e efemeridade. Nada mais.
Nunca haverá um oceano que nos separe e hoje mais que sempre nossas terras estão juntas. De onde estou e sou, do sul do Brasil, me sinto em Portugal. Minha solidariedade, meu carinho e minha fé em Deus para todos. Meu abraço, Dulce.
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Agradeço em nome de todos a solidariedade, mas especialmente em nome daqueles que mais precisam dela neste momento. Desejo uma tranquila semana!
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Boa noite Dulce,
Junto a minha tristeza às suas palavras. Também tenho o coração a doer por esta calamidade que assolou o nosso país. Se é difícil encontrar palavras para expressar o que sentimos , fará ter que lidar diretamente com esta tragédia .
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No nosso aconchego não passamos de teóricas e apenas imaginamos o desespero. Essa é que é a verdade!
Agradeço as suas palavras.
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Um dia que marcará as nossas vidas. Ver o nosso país em chamas e a devorar tantas vidas é um pesadelo que nunca pensei viver. A tristeza é imensa.
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Estamos a viver um estranho tempo de sentimentos extremos. Neste, prevalece a dor e a tristeza.
Agradeço a sua presença, comentário e referência a este post no seu blog.
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De nada, foi com muito agrado.
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Lamento pelo ocorrido. Minha solidariedade a todos vocês. Fé em Deus, que ele os fortaleça. Meu abraço.
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Portugal e os portugueses, especialmente os mais afectados e desesperados, agradecem o abraço. Eu agradeço a presença, as palavras e a solidariedade!
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Querida Dulce… cheguei em casa após um feriado prolongado, quando inteirei-me da triste notícia. Só de imaginar aquelas famílias em tal situação foi o bastante para que lágrimas viessem a cair. Minha consternação, solidariedade e fé para que Deus ampare a todos. Receba meu abraço fraterno
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Sim…apenas podemos tentar imaginar a dor, o terror…e o inferno que se passou naquela área, que alguns descrevem como a passagem de um “furacão de fogo”.
E instala-se uma angústia no peito, até porque a situação continua perigosa e descontrolada, apesar de todo o esforço e ajudas. Se a fé e a solidariedade fosse suficiente… tudo estaria resolvido. Contudo, esperemos que seja esse rapidamente o desfecho.
O meu país agradece o abraço fraterno!
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Que bem escrito…!! Muita emoção nas tuas palavras… Também fiquei muito transtornada com o que se passou… é muito triste mesmo.
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Haverá alguém que não sinta uma emoção profunda ao saber, ver e tentar imaginar o que se passou? Eu apenas tentei pôr isso em palavras…
Bj e obrigada!
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