Quem diria que essa dor-agonia denominada “enxaqueca”, termo tão diferente da fluída palavra anglo-saxónica migraine, tem hoje o seu Dia Europeu!
Este democrático continente em que vivo permitiu que a enxaqueca ocupe um dos 365 dias do ano, facto que poderá parecer um atrevimento a quem dela padece. Não é o meu caso felizmente, pois não sofro desse mal, mas conheço quem convive com essa difícil dor, sendo uma relação deveras conturbada.
Como observadora, apenas vou olhar para a palavra, porque é um termo que sempre me despertou uma estranha curiosidade…
…diz o dicionário que deriva do árabe, de ex-xaquica…
…é uma palavra sonoramente desagradável, pelo menos na minha perspectiva…
…e, na sua estrutura, aparece o termo queca, palavra que em bom português não se enquadra minimamente com a situação em causa pois, quem está com uma enxaqueca, estará certamente longe da vontade e dos prazeres do acto sexual!
Porém, olhando para a sua constituição encontramos:
en – Prefixo que indica posição interior, movimento para dentro
xaque – O mesmo que “xeque” no jogo de xadrez, significando um ataque estratégico às peças mais importantes
ca – A primeira sílaba da palavra cabeça…
Então…associando estas três ideias e um pouco de imaginação, consigo encontrar uma justificação plausível para a existência de tão curiosa palavra. Assim:
enxaqueca = movimento para o interior com ataque estratégico ao “centro de controle”…ou seja, à cabeça!
Deve ser por isso que, quem dela padece, fica completamente KO!
Imagem retirada de http://cidadeverde.com/vida/p/110