Transparentes,
as ideias voam
pelo ilusório espaço do pensamento.
Algumas ficam,
deixando um rasto de semente plantada
à espera de ser
e de um dia acontecer.
Outras,
naturalmente desaparecem
no cansaço do tempo
e na falta de memória.
Mas,
sem raízes,
não haverá ideia nem história!
(Dulce Delgado, Outubro 2017)
tenho forte identificação com o poema. parte é minha realidade, ideias chegam e partem antes de conhecerem o papel, ou mesmo sequer habitam a memória. espero logo passar da fotografia à palavra, sinto muito saudade de escrever. gostei muito dos delicados versos. meu abraço.
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Creio que em muitos de nós, a dupla sensibilidade/criatividade tem fases: por vezes prefere a palavra escrita, noutros momentos a comunicação pela imagem é a eleita e, noutros ainda, as formas gráficas, musicais, etc,etc, poderão ter mais força.
Talvez dependa do que temos para dizer ou dos sentidos que precisam de mais “alimento”, não sei. O importante é estarmos atentos a essas “chamadas internas”, quando elas começam a tocar a campainha!
Penso que este poema, de certa forma, se adapta a todos nós.
Agradeço as palavras e a partilha de sentires.
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Lindo pensamento, desenho e ideia…! 🙂
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Como bem sabes, fico feliz quando gostas do que faço e o dizes!
Bj e obrigada!
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A evidência do teu bonito poema é uma chamada de atenção para o que se passa no interior de cada um. Mas o que me chamou a atenção foi na verdade a simplicidade do desenho. Essa simplicidade fez-me recuar muitos anos, a um tempo em que o ponto de tinta era a base de muitos dos teus desenhos.
Nunca fizeste desenhos com 4 milhões de pontos, como neste vídeo. Muito menos caras ou expressões faciais. Lembro-me que os teus desenhos deixavam justamente a expressão em aberto, desenhavas os contornos… eu sempre preferi esse mistério. https://www.youtube.com/watch?v=eMWb8BFGfNk&list=PLM6yZirO-a14sPOCHk-6km02GKksIlaFh&index=2
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De vez em quando os pontos renascem…pois adaptam-se muito bem para transmitir subtileza…afastamento… imaterialidade, etc.
Já não os uso como antigamente, porque actualmente dou muito mais valor ao gesto espontâneo e à mão solta, do que ao gesto controlado, como os pontos exigem. Jamais faria algo do género do video, mas admiro quem tem paciência para tal!
Quanto ao poema, ainda bem que o apreciaste. Como muito bem dizes, também penso que ele diz respeito a todos nós.
Agradeço o teu comentário… e claro, também os milhões de pontinhos!
Boa semana!
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