As horas de luz crescem a olhos vistos neste Inverno já maduro.
O tempo frio alterna com o primaveril, tal como nuvens mais ou menos cinzentas e densas vão coabitando com o céu azul.
Alguma chuva tem caído no norte do país e alimentado a terra e as barragens, situação que aconteceu muito esporadicamente no centro e no sul, onde a natureza continua afogada em secura. Apesar da pequena dimensão do país na globalidade do planeta, a distinção entre norte e sul é notória em imensos aspectos. E no clima também, para desespero de todos aqueles que precisam urgentemente que a chuva caia e prepare os terrenos para as novas sementeiras.
Se por um lado apetece sentir na pele os dias primaveris e soalheiros, por outro a sua presença é dolorosa, porque sabemos o que tal pode significar na dinâmica deste nosso solo pátrio. E em nós, que o habitamos.
Como em muitos momentos e situações da nossa vida, estamos perante o querer e o não querer, perante a emoção que pende para um lado e a racionalidade que pende para o outro.
Que fazer? Sentir… ou pensar?
Sentir o prazer do sol… talvez “culpabilizando-nos” por o estarmos a fazer?
Ou pensar…negando a vontade de o sentir e “acalmando” os problemas de consciência?
é como uma escolha de Sofia. sei como é, Dulce. o verão aqui tem sido escaldante a cada anos, o massacra agricultura e outros setores mas alivia o turismo de praia, por exemplo. espero o inverno com ansiedade, e a temperatura mínima é em torno de 18°, não temos tido frio em dia sequentes, apenas dois ou três e ponto. e a chuva, ora absolutamente nada ora em demasia. o equilíbrio que tanto desejamos parece estar ficando para trás a cada ano que passa. ontem li, em um dos blogs que sigo, o do Daniel Pátaro, que os próximos cinco anos serão os mais quentes da história. confesso, não sei a resposta. procuro fazer a minha parte como tantos, como você, e a sensação é que não avançamos em nada. quem sabe o equilíbrio retorna em breve. o meu abraço.
LikeLiked by 1 person
A verdade é que o equilíbrio… se desequilibrou completamente! Sente-se na pele esse processo, como desconforto, como instabilidade, como algo que perdeu a harmonia lógica a que estávamos habituados. Como o Fernando escreveu, de ano para ano as mudanças são mais notórias. E eu diria, quase assustadoras, sem querer ser alarmista. Apenas realista.
Basta estar atento à sequência dos dias e dos meses, às notícias que se ouvem diariamente, e ver o desespero de alguns.
De vez em quando volto a este assunto porque me preocupa bastante. Também li o artigo desse blog que refere, e que surge na mesma linha de pensamento de outros do género. Uma futurologia nada agradável, diga-se de passagem.
Seguindo timings mais curtos e sem nunca perder a fé, eu prefiro lembrar um proverbio português que diz “Em Abril, águas mil”. Quero acreditar que a sabedoria do povo continua a vingar!
Como sempre, agradeço a presença e as palavras.
LikeLike
O que podemos fazer?
Culpabilizarmo-nos porque a chuva não cai ? Ou porque como os gatos nos estendemos ao sol?
Não me parece.
Talvez dançar a dança da chuva com muita fé…ela move montanhas.
Talvez crer e acreditar que um mundo melhor virá?
Sem dúvida.
Dulcinha, a vida é efémera, sente com prazer os dias primaveris e soalheiros e depois…pede com afinco ao Senhor que mexe com Tudo e Todos, que mande chuvinha da boa, daquela que deixa um cheirinho maravilhoso a terra!!
E ela virá.
Acreditas?
Eu sim.
LikeLike
Gosto dessa “força telúrica” que transmitiste no comentário!
Sabes, eu adoro sentir este sol no rosto e estes dias de quase Primavera…mas o “diabinho cérebro”, sempre atento, entra em acção com pensamentos extremamente actuais…e depois…depois o resultado é um post como este!
Sabes Teresa, mais do que” pedir com afinco ao Senhor que mexe com Tudo e Todos”, eu prefiro acreditar na sabedoria da Mãe Natureza e na capacidade que ela ainda vai tendo de manter e de lutar por algum equilíbrio.
Talvez os dois juntos tenham mais força…e permitam que umas boas nuvens ainda reguem bem este nosso cantinho ibérico!
Bjs e muito obrigada pelas tuas palavras!
LikeLike
E o que é a Mãe Natureza senão esse(a) Grande Senhor(a) !
LikeLike
Será?
Sabes, acho é que estamos perante uma transcendente questão de género!!!
Olha, aproveita e “espreguiça a vida” neste lindo dia de sol! Eu só o poderei fazer através da janela e da imaginação….
LikeLike
Aqui perto há uma fonte. Em 10 anos que cá vivo, esse foi o primeiro em que a vi secar… 😦
LikeLike
Um comentário bem significativo e objectivo sobre o que escrevi com tantas palavras. É exactamente essa realidade tão concreta e que nos chega aos ouvidos todos os dias, que nos deve preocupar.
Espero sinceramente que a meteorologia permita que em breve a água corra nessa fonte. Era um excelente sinal!
Agradeço muito o comentário.
LikeLike
Assim espero. Devo mudar-me em breve. Vou sentir falta dessa fonte… 😦
LikeLiked by 1 person
O Alberto Caeiro não tinha dúvidas (em “Poemas Inconjuntos”)
Não desejei senão estar ao sol ou à chuva –
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo
(E nunca outra coisa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.
LikeLike
Adoro a simplicidade da mensagem destas linhas! És perito a encontrar estas coisas!
E gosto muito da capacidade de sentir a vida e a natureza do Alberto Caeiro, desse estar inconsequente, desse apreciar o momento. Ou melhor, desse sentir sem pensar….
Porém, o meu “cérebro-diabinho” pergunta: se no dia/tempo em que foi escrito este poema houvesse em Portugal uma seca como a que estamos a viver, será que ele teria sido escrito?
Que o diga Alberto Caeiro…
Obrigada pela tua presença e por complementares tão à tua maneira este post!
LikeLike
Lindos…Alberto Caeiro e Toby Suda.
Este último desconhecia.
LikeLiked by 1 person
O sentir e o pensar são ‘lixados’……mas como tudo na vida, o que interessa é o equilíbrio! 🙂 belo desenho…. ❤
LikeLike
É isso mesmo filha, tentarmos encontrar um meio termo de funcionamento, um ponto de equilíbrio. Contudo…ouvindo um pouco mais o coração, porque ele normalmente está mais certo e é ele que nos faz mais felizes!
Bj e obrigada!
LikeLike