o tempo e a biblioteca

 

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A evolução no sector das bibliotecas públicas tem sido enorme. Naturalmente sou levada a comparações com o que se passava há algumas décadas atrás (anos 60/70), nomeadamente no sul de Portugal, onde residia. Nesse tempo, apesar da variedade de livros juvenis disponível ser muito limitada e por vezes as leituras se repetirem, o acto de ir à biblioteca sempre foi um ritual importante.

Décadas depois, com a chegada do século XXI e de novas tecnologias, as bibliotecas adaptaram-se naturalmente a esses tempos. Hoje, sou utilizadora das bibliotecas do concelho de Oeiras, um corpo único formado por três pólos (Oeiras, Algés e Carnaxide) que é alimentado por um funcional sistema informático em rede que permite reservar a partir de qualquer computador livros, e-books, cd’s musicais ou dvd’s (filmes, documentários, etc), que, se disponíveis, em pouco tempo poderão ser levantados no núcleo desejado. Oferecem ainda um rol de recursos e de actividades, para adultos e crianças, gratuitos e servidos com muita simpatia.

Actualmente são muitas as bibliotecas integradas na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP), uma estrutura em crescimento que abrange grande parte do país e integra excelentes espaços e equipamentos. Para os que ainda não as têm, existem as bibliotecas itinerantes que espalham pequenos prazeres pelas zonas mais distantes e recônditas, o que, em pleno século XXI, não deixa de ser simultaneamente estranho e delicioso.

Se as bibliotecas do século passado foram o espaço do livro em papel, o aparecimento da internet e do multimédia permitiu uma saudável coabitação entre todos esses meios, alargando horizontes e possibilidades de escolha. A minha geração teve o privilégio de assistir a tudo isso e, curiosamente, de se adaptar com toda a tranquilidade a estas mudanças. Neste campo, como em muitos outros, diga-se de passagem.

Porque admiro imenso este “sistema circulatório de cultura” que espalha gratuitamente saber pelos recantos do meu país, acho que deve ser valorizado e lembrado.

Especialmente hoje, no Dia Mundial das Bibliotecas!

 

 

Imagem retirada do site da Câmara Municipal de Oeiras

 

 

 

15 thoughts on “o tempo e a biblioteca

  1. Optimo tema que trouxe Dulce.
    Confesso que já frequentei mais as bibliotecas do que frequento agora. A informação tambem anda mais acessível, mas quando não encontro o que procuro, lá vou eu atrás dessas aventuras fantásticas do mundo das letras, e dos cheiros, e do silencio, e do manuseamento cuidadoso das páginas.
    Sei que cada vez mais está a haver uma adaptação aos novos tempos e vejo cada vez mais uma maior frequencia das bibliotecas ate porque agora promovem paletras e outras actividades bem interessantes, fazem as pessoas interagir. Era bom que fizessem o mesmo nos museus.
    Eu cá, ainda sou daquelas frequentadoras que vou para a sala fechada porque o livro que procuro é sempre aquele que tenho que manusear com luvas ou para o ler tenho que estar no completo silêncio.
    O seu post foi gratificante para nos lembrar que as bibliotecas não são, de todo, aqueles edificios que ficaram parados no tempo mas que sofreram mutações tecnológicas interessantes e que no futuro ainda poderão desempenhar um papel mais importante se houver mentes e ideias inovadoras, sempre.
    Beijo

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    1. Esta rede de bibliotecas municipais não dá obviamente resposta a uma pesquisa mais especializada. Aí, outras devem ser procuradas. Mas para o leitor comum, tornaram-se em espaços de grande funcionalidade e melhor ainda, que dá gosto frequentar e usufruir. Gostaria por isso que este post pudesse contribuir para a curiosidade de alguns e em querer saber das potencialidades da biblioteca mais próxima.
      Agradeço muito as suas palavras e partilha de experiência.

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  2. Agora, residente no Alentejo, vejo este mar da planície muito próximo ao dos Açores. A minha introdução às bibliotecas e aos livros foi feita de uma forma muito pouco convencional… mas sim à, então enorme, carrinha VW das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. A minha escola primária, com os seus 10 alunos, possuía um armário recheado de relíquias que ainda datavam do Estado Novo por isso a BI afigurava-se como o grande mundo a descobrir… e tão bem que me fez. Agora, já crescido 🙂 distribuo-me entre a Biblioteca Pública de Évora a a Biblioteca Geral da Universidade de Évora, dois espaços fantásticos!

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    1. Muito interessante a partilha dessa sua experiência e que vai na linha do que escrevi no post. As bibliotecas itinerantes da FCG têm tido um papel precioso de estímulo/divulgação da leitura.
      Gosto muito dessa imagem do “mar de planície” associando de certa forma os Açores e o Alentejo. Dois locais que aprecio muito, o primeiro que será para conhecer ao longo da vida, e o segundo porque me viu nascer e acho lindíssimo.
      Muito obrigada pela presença.

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  3. bibliotecas são portas abertas para a compreensão do mundo, da vida através dos livros. são essenciais em todos os sentidos. post muito importante. (por aqui, sobre bibliotecas, nem sei o que escrever…) o meu abraço.

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    1. Penso que o meu país tem feito um excelente trabalho nessa área, mas a verdade é que somos tão pequenos em dimensão relativamente ao seu Brasil!
      De certa forma isso facilita uma intervenção mais abrangente, quer a nível de melhoramento de estruturas, quer de divulgação e partilha.
      Mas enfim, desde que haja vontade, sempre se melhora algo…
      Grata pelo comentário.

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    1. Agradeço o comentário e o facto de repostar o artigo.
      E acredito que o tempo e as vontades levarão a uma melhoria do vosso sistema de bibliotecas municipais. É preciso não perder a esperança!

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