o olhar da natureza

 

1 - Cópia a

 

A Natureza é poderosa e sábia.

Acredito que de uma forma silenciosa controla as nossas acções, reagindo na devida altura para se defender e equilibrar.

Aqui e ali terá os seus observadores capazes de captar com a sua sensibilidade a nossa (in)sensibilidade, dados que lhe chegarão de uma forma que desconhecemos. Na altura devida, decidirá onde, quando e como actuar na tentativa de restabelecer o equilíbrio necessário.

Ao encontrar este olhar no tronco de uma árvore, imaginei estar perante um desses seres silenciosos e mágicos. Só poderia ser um desses seres!

Magia aparte….

…o “olhar” pertence à Brachychiton acerofolius ou Árvore do Fogo que se encontra no Jardim Botânico do Porto, mais precisamente no espaço que envolve a Galeria da Biodiversidade/Centro de Ciência Viva, o segundo pólo do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

Esta Galeria, a que aconselho vivamente uma visita, ocupa a Casa Andresen, aquela que foi a habitação dos avós da poetiza Sophia de Mello Breyner Andresen e que a acolheu em muitos períodos da sua infância. Quer a casa quer os jardins inspiraram Sophia em muitos dos seus contos e poemas.

Numa altura em que se iniciam as comemorações do centenário do nascimento desta escritora (1919 – 2004), quer a casa quer o jardim serão palco de eventos e referências. A par disso, no espaço temporal que se situa entre a Primavera e o Verão, a Árvore do Fogo irá florir, espalhará novamente a sua beleza e cativará muitos olhares. Mas o seu olhar, este olhar que aqui partilho e nos questiona é intemporal e está ali todos os dias.

Não sei a história nem a idade desta árvore, mas gosto de imaginar que é a guardiã daquele jardim. E acredito que, se existisse desta forma há um século, poderia facilmente tornar-se numa fonte de inspiração para Sophia.

Essa ideia torna-a ainda mais bonita!

 

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A natureza é realmente espantosa em seus detalhes!

Não concordam?

 

14 thoughts on “o olhar da natureza

  1. Nossa, muito concordo. Acho que existe uma função invisível em qualquer coisa viva, algo que sem aquilo, tudo seria imensamente diferente. Adorei (como sempre) as fotos.

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    1. Também não sei o que é nem gosto de dar nomes. Apenas sinto/penso/acredito/acho/… que existe um principio invisível orientador…
      E isso basta-me!
      Obrigada pelas palavras e ainda bem que as fotos continuam a ser apreciadas! Esta fotógrafa agradece!
      Bom fim-de-semana!

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    1. Estou certa que o Nelson nas suas aventuras (ciclistas e não só), também estará bem atento às nuances da natureza em cada momento do ano. E acredito que a natureza agradece essa nossa atenção!
      Obrigada por comentar!

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  2. Gosto imenso dessa maneira poética de encarar as experiências que constroem nossa vida… Vi um documentário sobre Sophia, uns tempos atrás. Gostei muito. Ainda não li nada dela, mas farei. E árvores… Bom, eujá abrecei uma árvore… E tantas vezes imaginei que nos observam…

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    1. Sophia tem belíssima poesia. E em prosa, vale a pena partilhar com o seu filho os contos infantis. Quanto a esta árvore, não precisamos imaginar que ela nos olha…porque nos olha mesmo!
      Num passeio ao Porto sugiro uma visita em família à Galeria da Biodiversidade e, num passeio pelo jardim, dar um olá a esta árvore especial!
      Obrigada e boa semana!

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