As pequenas searas de trigo germinado (brotos) estão crescidas, bonitas, e com elas o desejo simbólico de uma boa energia para esta época e para o novo ano.
Julgo que este também seria o motivo que levaria a minha mãe a fazer todos os anos diversas searinhas – de trigo, grão e de outros cereais/leguminosas – que depois colocava junto ao presépio. Era uma tradição sobre a qual nunca a questionei porque era simplesmente assim. Hoje sei que esse hábito se estende a várias regiões do país e não apenas ao Algarve de onde era oriunda.
No início de Dezembro o cereal é colocado em água, num recipiente baixo, e assim mantido para que ocorra a germinação. Há muitos anos recuperei esse ritual, que mantenho, não apenas pela memória de minha mãe e simbologia associada, mas pelo prazer de seguir diariamente o seu crescimento.
Actualmente tenho uma amiga que todos os anos me oferece o trigo necessário para as fazer. Na sua família têm o hábito de associar cada membro da família a uma seara, levando a uma certa disputa para ver qual se desenvolve mais…e quem terá o melhor ano!
Nunca saberei se este espírito estaria associado às várias searas que a minha mãe religiosamente cultivava. Talvez. Pessoalmente faço sempre mais do que uma, centrando nelas o meu desejo de um ano de “abundância”, seja qual for o sentido que cada um possa dar a este termo.
Eu prefiro pensar em paz, saúde e afectos. Outros talvez se centrem em algo mais material. Seja qual for a preferência, que seja partilhado. E agradecido. Afinal o espírito desta época é, ou deveria ser essencialmente esse.
Voltando às minhas searas, que o seu saudável crescimento seja um bom presságio. Para mim, para os que me são queridos… e também para os meus leitores!
Boas Festas e obrigada por este dar e receber!
Entre o Natal e o final do ano estarei ausente do blog. Será uma discreta paragem de alguns gestos habituais como, por exemplo…o ir ao computador!
Encontramo-nos em 2020!