
Neste início de Março persiste em Portugal o confinamento e as limitações associadas à pandemia, apesar dos dados mais recentes perspetivarem para breve um alívio nas restrições. Creio que a Primavera nos trará esse presente para ser desembrulhado de uma forma cuidadosa e progressiva.
Desde o ultimo post a que dei este mesmo título e publicado no início de Fevereiro, as condições meteorológicas melhoraram imenso e os dias cinzentos deram gradualmente lugar a outros mais leves e soalheiros. Então as janelas foram abertas deixando entrar o ar e o sol.
As janelas são simultaneamente fronteira e ligação… interior e exterior…o aqui e o além…e o limite entre dois espaços que o nosso olhar une instintivamente quase sem darmos por isso. É nesses dois mundos que se desenvolve este post.
O primeiro olhar será direcionado para o exterior (alguns detalhes têm alguma semelhança com outros publicados no post anterior), mas foram agora captados em dias de sol e bastante mais luminosos.
Depois, o olhar seguiu para o interior….
…onde o sol, ao entrar pelas janelas iluminou a casa. Então, aqui e ali fui fotografando detalhes que visaram sobretudo o jogo luz-sombra e a forma harmoniosa como esses elementos se conjugam.
Deparei-me com imagens raramente apreciadas com atenção e confrontei-me com a efemeridade das sombras. O movimento do sol é realmente a música que orienta a dança das sombras! Agora estão aqui… daqui a pouco ali…e depois mais além ou, já nem existem Até ao dia seguinte, se o sol voltar a aparecer.
Se estes detalhes, apesar de procurados surpreenderam pela harmonia de linhas e contrastes, o que mais me encantou foi o ultimo registo deste post e que aconteceu por acaso. Ou talvez não. Na verdade, em tantos anos de vida nunca me tinha sucedido chegar à cozinha e nesse preciso momento ver uns raios de sol a incidir num copo de água, dupla que funcionou como uma lente que convergia, divergia e irradiava esses raios.
Fotografei de imediato e verifiquei que, também aqui, os efeitos se alteravam rapidamente em virtude do movimento solar.

Senti que era uma oferta e agradeci. Afinal era a melhor imagem que eu poderia obter no âmbito deste post em preparação.
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Termino com o desejo, profundo e cheio de esperança, de não voltar a publicar mais posts com este título!
Dulce estamos vivendo um did piores momentos da nossa vida. Amei suas fotos e olhar sensível sobre cada uma delas. Me trouxe leveza. Minha esperança é grande que em breve possamos voltar a encontrar, abraçar e estar perto dos nossos familiares e amigos. Obrigada 🙏🏻 Abraços
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É exactamente porque estamos impedidos desses gestos mais humanos e que nos alimentam a alma, que é importante focalizar e procurar no que está próximo alguma beleza que equilibre o que ainda não podemos/devemos fazer.
Estes posts surgiram desse espírito e sinceramente, adorei fazê-los, porque acabaram por ser uma descoberta. E a “alma” ficou mais preenchida também!
Obrigada Bia e ainda bem que apreciou!
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Estamos a precisar sair, Dulce. É necessário arejar a cabeça. Olhar para fora e para dentro, hoje o meu post foi um pouco de encontro a isso. Claro que com os meus próprios sentires.
Estamos a necessitar que isto passe, para bem de todos, abraçar quem nos é querido, falar com pessoas, sorrir… simplesmente sorrir. Só isso já traz alento.
Engraçado, o reflexo do copo, conjuga o interior e o exterior e proporciona um olhar e um efeito magnifico.
Sua reflexão traz um belo olhar, em tempos difíceis como os que passamos.
Um abraço Dulce.
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Eu de uma forma, a Irina de outra, vamos “espremendo” os dias e o que o nosso olhar e sensibilidade nos vão ditando. De certo modo é a nossa forma de equilíbrio e uma grande ajuda nas circunstâncias actuais. Olhando para dentro ou para fora, vamos avançando e sempre aprendendo o que a vida ainda nos tem para oferecer. E que eu gosto de acreditar que ainda é muito!
Em breve, arejaremos a corpo inteiro. Acredito nisso!
E quanto aos sorrisos Irina, confinados ou não, os sorrisos interiores são os mais importantes!
Obrigada, beijinho e um dia a gosto! Dentro do possível…
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Tem sim Dulce, a vida está-nos sempre a oferecer, cabe-nos aproveitar sempre esses momentos das formas possíveis. E o que pode parecer uma dificuldade ou obstáculo agora, olhamos para trás passado um tempo e dizemos “eu consegui”.
Os sorrisos, partilho a sua perspetiva, aqueles que nos habitam são aqueles que nos constroem. Os nossos, interiores, serão os reflexos dos nossos percursos – com aceitação, acompanham-nos e dão-nos alento. Beijinho e um dia feliz para a Dulce.
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Com suas lentes de sensibilidade um dia de confinamento pode ser amenizado, buscar o que nunca recebeu a nossa atenção.
Força!
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Silvana, temos tantos detalhes bonitos debaixo dos nossos olhos todos os dias, mesmo em casa e confinados! E neste jogo com o olhar, o tempo passa tão, mas tão rápido!
Obrigada e um dia feliz!
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Adorei as fotos, uma bela atividade para alentar este momento que vivemos. Em breve passará!
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Certamente que passará como tudo passa na vida. Temos é que tirar o melhor partido das circunstâncias e saborear o que é possível nos dias aparentemente iguais.
Grata por apreciar o post e pelo comentário!
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Que belo olhar interior e exterior… mas também espero que não hajam mais posts com este título…
De qualquer maneira, tenho a certeza que a inspiração fotográfica interior e exterior vão continuar por esses lados.. Beijinho ❤
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Certamente minha filha, por aqui a máquina fotográfica está sempre pronta a acompanhar um olhar ainda bastante curioso.
Também acredito piamente que não haverá mais posts com este tema!
Bjs e um dia bom para vocês!🧡
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Que se abram as janelas e que o sol nos permita ter a paciência necessária para encarar esta fase final de confinamento (assim espero).
Gostei da perspectiva, Dulce.
Uma boa noite!
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Vai permitindo, não é Fernanda? Mais ou menos luminoso, ele tem estado presente tornando tudo mais respirável e desanuviado.
Ainda bem que apreciou o post. Muito obrigada e um dia feliz!
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Partilho esse profundo desejo. Belas e pacientes fotos. Parabéns, Dulce.
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Obrigada Bea, ainda bem que apreciou. E tudo vai melhorar em breve para todos nós, estou certa disso.
Desejo um bom dia!
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Olá Dulce. Estou na fase de organização de um livro de poesias sobre a pandemia. Este seu post me inspirou um subtítulo. Caso seja aprovado pela editora, posso usá-lo?
Seria: olhar aqui e além das janelas….
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Claro que pode! Até fico satisfeita por este post o ter inspirado.
Desejo sucesso para o livro!
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Espectacular!
Bem aproveitado, esse tempinho em casa! 🙂
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Muito bem aproveitado Nuno. Diria mesmo “espremido” em muitos aspectos!
Obrigada e uma boa semana!
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Mesmo! Ainda bem!
Obrigado!
Abraço
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