Não,
não gosto de sentir
aquela ideia ou pensamento
naturalmente surgidos
e num ápice perdidos
nas névoas da memória
da idade
e do tempo.
Não,
não gosto desta memória
contraditória
que não sabe agarrar
a energia do meu pensar
e que a nega
sem escrúpulos
para depois eu procurar.
E eu,
que não gosto de perder o que é meu,
deambulo paciente
pelos labirintos da mente
buscando uma pista
detalhe ou acção
que me leve
ao que procuro,
e finalmente
agarrar com toda a atenção!
Por vezes consigo…
…muitas não!
(Nestas situações penso: “Pobre memória, não dá para tudo!”
E sinto-me um pouco melhor…😉)
Memória, memórias….tantas verdades em teus versos. Tanto para ser memória, tanto deixou de ser. Mas lá no nosso mais profundo, seremos sempre memória. Lindo, Dulce. Abraço carinhoso.
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Sem dúvida Fernando. Há uma memória base que nos estrutura e constrói, e depois há a que vive num limbo e que, ora funciona ora está distraída e deixa passar o que teoricamente seria para registar. Neste poema refiro-me especialmente a essa memória que gosta de jogar às escondidas connosco!
Obrigada e um dia feliz!
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❤️
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Thank you!
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De nada.
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Por vezes não é apenas a memória, as ideias, tal como os sonhos, são muito difíceis de prender. 🙂 Que bonito Dulce.
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Logo no primeiro verso eu refiro “ideias e pensamentos”, porque são especialmente esses que eu não gosto de perder. Por vezes são “ideias malucas e pensamentos tontos”, mas têm imenso potencial, especialmente criativo.
Quando estão associados a emoções mais fortes, esses não se perdem!
Obrigada Antónia e um dia feliz!
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Muito bem escrito, Dulce.
Por vezes a minha memória também entra em fuga…o que me deixa furiosa, confesso😞.
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Pois…e à medida que os anos passam isso é muito, mas muito mais notório. Como eu gosto de dizer…o “disco interno” está quase cheio!
Obrigada Fernanda e aproveitemos os momentos… que não precisam muito de memória!!
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Estamos sempre fugindo de nós mesmos e nos encontrando, perdendo e achando nos submundo da mente. Gostei muito da poesia… uma viagem de pensamentos
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Isto é como uma dança daquelas em que se vai trocando de par: por vezes, volta-se ao mesmo par e desse reencontro fica a memória registada; se não se volta a encontrar…é muito provável que caia no esquecimento.
Enfim, complexidades da mente…
Muito obrigada!
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Lindo poema!!! E mesmo sendo mais nova identifico-me perfeitamente com o que escreves… principalmente nos últimos meses em que a cabeça não dá mesmo para tudo ❤
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Pois é filha…a cabeça não dá porque estás cansada e o Vasquinho veio alterar os teus ritmos todos. Mas ao olhares para ele esqueces logo isso!
Além disso, o equilíbrio está a caminho. Em breve ele fará as noites completas e aí…a tua memória também voltará ao que era!
Bjs de mãe!🧡
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A memória não dá mesmo para tudo Dulce. Por mais que se tente, esses labirintos da mente só nos vão mostrar o que a memória quis que ficasse nesse lugar e muitas vezes ela é complicada de entender.
Será mesmo melhor pensar que a memória não dá para tudo.
Um beijinho grande.
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Pois, é isso que tento fazer… para não me irritar comigo!
Há certas coisas Irina, especialmente ideias/pensamentos diferentes e com potencial criativo que não deveriam ser esquecidos. Mas vão-se… simplesmente…
Se houver possibilidade, tento logo anotar em papel…porque “anotar na memória”…é mentira, já não resulta! Esfuma-se…… 🙄
Bj e obrigada!
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Dulce, a minha fuga é das memórias negativas que insistem em surgir.
Identifiquei-me com o primeiro verso.
Abraço.
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Diria que é uma outra forma de ler o poema. Muito pessoal. Mas a poesia tem essa
capacidade de se adaptar ao sentir de cada um.
Muito obrigada e um dia feliz!
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Não dá para tudo, mas dá para muito. Ai de nós. Sem ela, somos sem saber quem.
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Creio que dá para o essencial… e para o que é realmente importante!
Muito obrigada.
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Thigs escape the brain and fade away just like the paint in your image above…but it could be worse. Here we are, healthy and creative and looking forward to a better future. 🙂
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Everything can always be worse, it is true. And for that we must thank the much we have.
But sometimes these leaks are quite annoying …
Thank you!
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There’s another leak – I said thigs instead of things – that’s annoying, too. 🙂
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