comunicando

Comunicar com quem está perto de nós pode ser fácil (ou difícil…) e fazemo-lo através da voz, do olhar, do gesto, etc,. Mas comunicar à distância pode ser um acto bastante fácil com a panóplia de meios disponíveis que num instante nos levam a qualquer parte do mundo, seja através de um fio ou cabo submarino, seja através de satélite ou de outras formas que eu pouco entendo.

Agora é assim, mas antes não era, sendo que a evolução neste campo foi enorme e continua a ser uma constante….talvez porque o termo “velocidade” impregnou os nossos dias.

Recuando no tempo…

Na minha infância havia um telefone em casa. Porém, quando se pegava no auscultador aparecia uma voz feminina, uma telefonista intermediária que estava na central e a quem se pedia a chamada, sendo ela a fazer a ligação.

Este pequeno texto revela muito bem como evoluímos…

Nessa altura, eu até poderia saber que a voz se transmitia por fios, mas não poderia imaginar que cem anos antes de eu ter nascido já fora instalado um cabo submarino que atravessava o Oceano Atlântico para ligar a Inglaterra aos Estados Unidos e assim permitir as ligações telefónicas entre os dois continentes.

Foi há pouco tempo que percebi a importância e a dimensão desses cabos submarinos que atravessam os nossos mares e oceanos, assim como o papel do meu país nessa matéria em virtude da sua localização. A cidade da Horta, por exemplo, situada na ilha do Faial (Açores), chegou a ser ponto de amarração de quinze cabos da rede telegráfica submarina internacional.

A imagem que se segue mostra a extensão de alguns dos cabos submarinos existentes.

Sobre este assunto e outros relacionados com meios de comunicação, é imensa a informação disponível no Museu das Comunicações (Lisboa), local onde captei as imagens deste post. A segunda e a ultima pertencem à exposição permanente Vencer a distância – Cinco séculos de Comunicações em Portugal e a primeira e a terceira à exposição temporária Cabos submarinos, aí patente até ao final de 2021.

Visitar este museu é fazer uma intensa viagem no tempo, perceber o avanço vertiginoso das formas de comunicar – de todas as formas e de tudo o que lhe está associado – e é igualmente uma viagem por detalhes e memórias da nossa própria vida. Por tudo isso, recomendo vivamente.

Um aspecto da sala dedicada às pequenas obras de arte que são os selos

Neste dia em que se comemora o Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação, não poderia deixar de referir este Museu e sobretudo de lembrar que, para chegarmos ao gesto já banalizado de pegar no nosso telemóvel para nos ligarmos ao mundo, foi necessário um caminho complexo, difícil, trabalhoso…mas seguramente genial!

16 thoughts on “comunicando

  1. A Dulce sempre atenta e a trazer boas sugestões. Não fazia ideia que se comemorava hoje o Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação. A exposição parece bem interessante e vai para a lista das várias visitas que há a repor (já são umas quantas)! Obrigada pela dica. 😊

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    1. Vale a pena uma visita com tempo a este museu, pois tem muita informação disponível. A exposição sobre os Cabos submarinos, apesar de pequena, achei muito interessante por ser um assunto de que sabia muito pouco.
      Obrigada Antónia e um bom resto de semana!

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  2. Assim caminhamos e reconheço o quanto evoluímos nos instrumentos de comunicação, porém, no melhor dos sentidos, sinto muita saudade de escrever uma carta, colar o envelope, o selo, Correios, carimbo…hoje isso é chamado de época romântica. Que bom ler teu post e me trazer tanto e com esse instrumento fruto da evolução em segundos o que escrevo agora estará em teu Discretamente. Um grande abraço, Dulce.

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    1. Realmente a “velocidade” actual das comunicações transcende-nos completamente. É quase inconcebível. Mas dentro de nós, no nosso cérebro e sistema nervoso, essa velocipede acontece em cada instante. Essa “loucura veloz” existe dentro de nós….
      No fundo, somos uma micro-amostra do que acontece a nível global….
      E concordo com o Fernando relativamente aos meios mais clássicos como a escrita à mão, a carta, o colar o selo, o colocar na caixa do correio, etc. Ainda não descolei totalmente desse romantismo e ainda mantenho a tradição de escrever e de enviar postais pelo correio em certas ocasiões. Realmente gosto disso!
      Muito obrigada e desejo um dia feliz.

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  3. É verdade que pouco no lembramos de tudo o que está por detrás das comunicações quase imediatas que hoje realizamos. Obrigada pelas imagens e pelo texto, Dulce.

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    1. Tornou-se tudo tão banal que já pouco pensamos nos gestos e tecnologias que nos acompanham. Mas é pena e sempre que possível, há que os valorizar.
      Muito obrigada Bea, e desejo um dia a gosto!

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  4. A evolução tecnológica em Portugal e no mundo em geral tem sido fantástica. Obviamente que tem os seus prós e contras. No caso da comunicação, com as telefonistas, posso referir que a minha mãe foi, durante alguns anos, telefonista e fazia, precisamente, a ponte entre chamadas. É engraçado ver essa evolução. Não fazia ideia de algumas destas exigências mencionadas no texto.
    E a importância de Portugal, em particular das nossas ilhas, permitiu que houvesse essa possibilidade passar cabos submarinos. É um pouco como hoje, que se tem debatido muito a construção de uma estação de lançamento de satélites em Santa Maria (onde já é feito o acompanhamento das missões, mas remotamente). São os tempos de mudança.
    E eu, como apaixonado pela Tecnologia no geral, “alonguei-me” aqui neste texto.
    Obrigado por este post. 😀

    Abraço

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    1. Isso é muito interessante, porque no fundo os Açores funcionam, seja pelo mar seja pelo ar, como uma “plataforma” no meio do Atlântico. E isso é uma poderosa mais-valia em tudo e também no desenvolvimento tecnológico global.
      Engraçado a sua mãe ter sido telefonista. Estas normas escritas na foto vigoraram durante o Estado Novo e enquanto a rede não foi automatizada. Se calhar a sua mãe já não foi dessa época.
      Muito obrigada Nelson por comentar e estar presente.

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