
Ofereceu-nos o Algarve o primeiro dia de praia e o primeiro banho de mar do ano. Maio é normalmente o mês dessa estreia (raramente a sul, diga-se de verdade), sendo este ano um momento excepcional pelas temperaturas do ar e da água que essa região nos proporcionou.

Adoro esse reencontro do corpo com a areia, com o sol, com a água e, de certa forma, também com a Vida que me habita. Sempre agradeço essa possibilidade renovada que o tempo me vai oferecendo em cada Primavera e que tanta alegria e satisfação me dá.
A maré vazia, a tranquilidade do mar e a transparência da água valorizaram esse primeiro banho, tomado entre ondas suaves e na companhia de um imenso cardume de pequeninos peixes que, pelo brilho pareciam sardinhas. Confirmei essa hipótese mais tarde, ao encontrar dois sem vida à beira-mar. Há sempre aqueles que não resistem à jornada….




Sempre posso caminhar pela beira-mar, mas o primeiro passeio de cada ano com o sol no corpo e os pés na água tem um gosto especial. Representa um reencontro dos sentidos com algo que foi estruturante e que está intimamente ligado à minha pessoa e, sobretudo, à minha sensibilidade. Na realidade sinto uma forte ligação entre a infância/adolescência que tive e a praia/beira-mar que sempre me acompanhou, elo que renovo há quase cinco décadas de uma forma ainda mais intensa quando o palco é o Algarve que me viu crescer.
Nesse envolvimento, em qualquer direcção o olhar reencontra raízes. Seja…
…no céu azul, no mar ou na linha do horizonte
…na beira-mar, nos brilhos ou nos reflexos da areia molhada
…nas pedras, conchas ou algas que espreitam mais ou menos timidamente na areia
…ou na presença das gaivotas que sempre pontuam estes espaços.










No baú das emoções guardei esta “estreia” da época balnear com um sentir especial. E mais do que nunca envolta num grato obrigado a par daquela frase tão certa como é “este momento já ninguém me tira”!
Ao olhar para o estado do mundo as incertezas são imensas. Como nunca as sentimos. Por isso, seja em dias excepcionais como o descrito, seja num daqueles aparentemente igual como o de hoje ou naquele mais difícil que sempre surge no caminho, aproveitemos as suas possibilidades. Afinal todos eles são “vida para ser vivida”. E isso já é tanto! 🤗
Verdade…voltar ao lugar das memórias felizes é tão bom…lembro a Dulce algarvia ainda com sotaque…não sei se ainda mantém…adoro sotaques e o que eles significam na identidade de cada um…e fazeres um texto sobre isso?
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Pois é Augusta…o sotaque agarrou-se com tal vontade e energia que nunca me deixou! Talvez um dia escreva sobre isso, é uma ideia curiosa.
Sobre lugares, as praias do Algarve foram, são e serão sempre um polo de emoções…que ficam bem mais vivas em dias de Primavera e com pouca gente!
Obrigada por apareceres. Bjs🌼
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Quanta sensibilidade! Obrigada por dividir conosco essa beleza, essa leveza.
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Obrigada Cris, ainda bem que apreciou!
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Very beautiful, Dulce, how I would love to be there with bare feet in the water, that beautiful, clean sand, the views, all of it. Thank you for the virtual visit to a special place.
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They are really beautiful beaches and these few days spent in the south of the country were unforgettable. It was perfect to feel, look at… and remember!
Thanks for the appreciation!
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Bacana esta história narrada em 1ª pessoa com tom de gratidão. Por aqui, o frio desta feita está a congelar: a natureza está a gritar…
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A natureza grita aí….acalma-se agora aqui…e nós só temos que nos adaptar às suas mudanças, temperamento e desvarios.
E principalmente tentar apreciar todos esses humores da melhor forma, não é?
Muito obrigada.
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Lindo! Eu sinto o mesmo e delicio-me nestas praias quase desertas da Arrábida, que apesar de belas, falta-lhes qualquer coisa das minhas memórias da infância e adolescência no Algarve. Quanto ao sotaque, é curioso, aqui em Setúbal tem um sotaque e expressões iguais às de Faro. Sinto-me em casa. As laranjas são mais amargas, mas os figos mais doces. Saudade. Gostei muito. Um abraço.
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Muito obrigada Guida, por partilhar também esse sentir tão próximo do meu. Sem duvida que o Algarve da nossa infância deixou marcas que ficaram para sempre.
Engraçado esse facto de, por isto ou por aquilo, continuar a se “sentir em casa”. Isso é muito bom.
Eu não digo bem o mesmo. Gosto muito de Lisboa e das suas possibilidades, mas faltou-me sempre qualquer coisa… aquele algo que apenas consigo encontrar fora da época alta, seja no Algarve ou na costa alentejana, uma região que também me enche as medidas.
Entretanto, aproveitemos o dia-a-dia apesar de não estarmos no local das “raizes emocionais”.
Desejo um bom fim-de-semana.🌞
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Confesso que já tenho algumas saudades desse ar, da areia e desse mar.
Durante alguns anos foi destino de férias e de boas vivências.
Através do seu post e das belas e tranquilas fotos viajei um bocadinho no tempo…do norte até ao sul!
Obrigada Dulce!
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Creio que as praias do sul sempre proporcionam boas vivências a todos….especialmente comparando com as do norte!
Aí, vocês guardam outro tipo de belos detalhes, lugares e recantos… mas em tons de verde! E que eu adoro, diga-se de verdade.
Obrigada Fernanda por apreciar. Desejo um tranquilo fim-de-semana.🌼
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Maio ainda permite desfrutar plenamente dos encantos do Algarve, o que se torna mais difícil no verão. Mas o banho em maio ainda é para corajosos 😉😊 Um post com o sentimento de quem volta às raízes emocionais e consegue descrever através de imagens e palavras a beleza desse encontro!
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Na minha juventude, quando o tempo era mais equilibrado, os primeiros banhos eram tomados pelo Carnaval. As férias da Páscoa já eram para passar na praia.
Acredite Antónia, não foi preciso coragem para tomar banho em Maio: estava realmente
muito bom!
Voltando ao post, ainda bem que apreciou. Obrigada por estar presente e também pelo comentário. Bom fim-de-semana!
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No ano passado também tomamos o primeiro banho em Maio. Estou desejosa que chegue esse momento! Que alegria ler o seu texto e ver as suas maravilhosas fotografias! Passei verões inteiros no Algarve e a minha mãe chegou mesmo a viver em Faro quando era pequena. Desfrute de casa momento nessas praias únicas Dulce. ☀️🌊
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Obrigada Filipa por ter gostado deste “momento algarvio”. Desejo que em breve possa fazer esse banho-baptismo, um momento sempre especial em cada ano.
Bom fim-de-semana 🌞
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Bom fim-de-semana Dulce! 💙☀️
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Identifico-me com seu último parágrafo.
Só depois de vir para cá foi que percebi que amava o mar. E, talvez não tenha dado a atenção merecida. Esse ano acho que não vai dar para ir ao mar. As incertezas são grandes. Até me vêm lágrimas. Quem sabe? Ano passado, eu pensava que não ia ver o mar nem tão cedo, mas o vi e chorei. Quem sabe?!
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Vivemos num tempo em que as expectativas não são aconselháveis…pois tudo é tão instável que, de um momento para o outro, tudo pode ser tudo alterado. Daí a importância de vivermos cada momento o melhor possível…junto ao mar ou longe dele.
Estou certa que a Silvana terá oportunamente possibilidade de rir… chorar… banhar-se…e apreciar no corpo e na alma as belezas do mar! Torço por isso!🤞
Obrigada e um bom domingo!
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So beautiful thanks for sharing 😊👌
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I’m glad you enjoyed it. Thank you.
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It’s pleasure of mine stay blessed 🤗🥰
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Tenho tantas saudades dessas praias… de passar lá os verões e os meses ‘antes do verão’… mas pronto, viajo pelos teus posts… Obrigada por me ‘levares’ até lá 🙂 ❤
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Pois é filha, muitos bons momentos aqui passados, sendo que a ultima vez em família já foi com o Vasquinho. E haverá novas oportunidades!
Bjs e obrigada 🧡
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