
Penetra corpos
corações
gestos e emoções
desejosos de dar
mas incapazes de o mostrar.
Num momento
será dor
atrito
peso
um respirar sem sentido,
um nada valer
um ponto perdido…
…e noutro pode ser
um simples
e estranho prazer
difícil de entender.
Solidão…
…aquela amiga inquieta
que sem cobrar nem pedir
nos deixa ser quem somos
a chorar ou a sorrir!
Entre a solidão que degrada e a que faz crescer, existe um leque de emoções e possibilidades.
Felizmente não conheço o sentir da solidão profunda, daquela que nasce do abandono, da incapacidade de lutar ou da desistência. Momentos difíceis e em que nos sentimos sós todos temos na Vida, mas nenhum me levou a esse extremo. Ir à luta sempre foi o caminho.
Já a outra, aquela solidão que ajuda a crescer, tem sido companheira de Vida. Sempre nos procuramos mutuamente e sem ela, não seria a pessoa que sou hoje.
Este poema revela um pouco dessa ambiguidade de sentires que fazem parte da Vida. Em graus e formas diferentes e mais nuns do que noutros. Certo é que são sentires capazes de nos construir mas também de nos destruir.
💝
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🙏🙂
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A imagem é tão bonita, Dulce. É um eu consigo, visto muito poeticamente.
Julgo haver um lado solitário em cada humano. Não sei se faz crescer, mas é necessário para equilibrar o ruído do mundo. Feliz ou infelizmente, temo-nos sempre a nós mesmos. Se a relação íntima de nós connosco não for pacífica, dificilmente gostaremos de estar sós.
Mas há outra solidão, a de quem precisa desesperadamente dos outros e não os tem; ou imagina que não; ou.
Há duas solidões. Portanto.
Bom domingo, Dulce.
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Obrigada por apreciar a imagem deste flamingo solitário da Lagoa de Óbidos e, com as suas palavras, conseguir complementar as minhas.
Desejo uma boa semana!
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Bela mensagem, realçando, à sua maneira, a “solitude” como virtude, que é contrária à “solidão”!
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Aqui em Portugal o termo”solitude” é pouco usado. Pelo menos não é comum, sendo o termo “só” o que mais se aproxima dele. Na prática, são dois tipos de solidão…mas com reprecurssõse bem diferentes no individuo.
Muito obrigada pela presença e palavras. Desejo uma boa semana!
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Tenho aprendido a distinguir a solidão do solitário… Talvez, seja isso, solidão e solidão…
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Assim como um sentir pode ter várias nuances e sempre tem outros agregados, também todos estas palavras se tocam e têm alguns eleos comuns. Daí ter preferido ficar pelas possibilidades de um só termo, a solidão.
Muito obrigada e desejo uma excelente semana!
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Como diz tem duas faces, como uma moeda, mas é preocupante que num mundo com cada vez mais população (e meios de comunicação, que idealmente deveriam contrariar a solidão) a solidão involuntária não pare de crescer. Um artigo (e uma imagem linda) bem pertinente para refletirmos nesta quadra. Boa semana Dulce!
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Infelizmente o termo “amigos” apesar de ter vasto significado na actualidade, perdeu a sua essência. E as relações (e solidões), vão reflectindo os desequilibrios desse mundo que nós próprios fomos criando.
Obrigada Antónia. Que seja uma boa e certamente bem atarefada semana!🎄
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This is very well said, Dulce, and so true. I experience the positive side of loneliness most clearly when I travel alone, but there are other moments, too when one knows that one has to come back into oneself and find the strength that’s there.
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Undoubtedly, the important thing is that it be a “balanced solitude” Thank you very much.
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