religião

A etimologia da palavra que dá titulo a este post mudou ao longo dos tempos, mas gosto da versão que a associa a religare…re-ligar… unir…

Unir modos diferentes de estar, pensar, sentir e, especialmente, de viver a fé.

Entre religiões, movimentos religiosos, crenças ou outras formas de associar ideias e de lidar com o que possa estar para além da nossa materialidade, existe um leque enorme de possibilidades.

Perante essa realidade, cada habitante deste planeta deveria viver livremente a sua escolha e o modo de lidar com as energias que ligam tudo o que existe. Assim como ter a liberdade de recusar qualquer tendência ou religião. Mas para isso ser possível, o respeito pela diferença teria obrigatoriamente de ser a base e a essência de todas essas formas de estar/sentir.

Verifica-se porém a incapacidade de muitos em lidar com a diversidade e com a liberdade de escolha, o que levou a que a religião – algo que deveria unir seja um dos factores que ao longo dos séculos maior instabilidade e desunião criou e continua a criar no mundo. A intolerância religiosa existe, sendo um factor gerador de separações, conflitos, guerras, genocídios, migrações forçadas, etc., etc.

Isto é algo inexplicável, inquietante e talvez o maior absurdo desta humanidade que somos, sobretudo porque o sentir associado a cada divindade/religião (ou ausência dela) é do foro pessoal, íntimo, imaterial, e não tem explicação racional. Como pode então ser gerador de conflitos?

Hoje é o Dia Mundial da Religião, um dia que foi criado com o objectivo de promover a união, a tolerância e o respeito por aquilo que é intrínseco a todas as religiões – a fé – algo maior, intemporal e, como tal, com infinitas formas de se expressar.

Em suma, seja qual for o caminho escolhido, nenhum obstáculo, sociedade, política ou forma de pensar poderá impedir alguém de sentir e expressar como quiser o que considera como sagrado, transcendente ou divino.

Diria que tudo se resume a uma palavra, seja neste tema seja em muitas outras áreas da Vida: Respeito!

Que seja um bom domingo para todos!🍀

Achei muito curioso o facto de não haver um consenso sobre a data deste dia. Para uns, ele celebra-se sempre no dia 21 de Janeiro, mas para outros no terceiro domingo de Janeiro. Basta fazer uma busca pela internet e perceber essa discrepância. De certa forma isso reflecte a dificuldade que existe em harmonizar algo que é universal, como é a fé.
Eu optei pela segunda hipótese – terceiro domingo de Janeiro – não só por ter  mais disponibilidade para fazer/publicar o post, mas especialmente por considerar o domingo um dia que concentra em si  melhores e mais positivas energias!

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24 thoughts on “religião

  1. “Em suma, seja qual for o caminho escolhido, nenhum obstáculo, sociedade, política ou forma de pensar poderá impedir alguém de sentir e expressar como quiser o que considera como sagrado, transcendente ou divino.

    Diria que tudo se resume a uma palavra, seja neste tema seja em muitas outras áreas da Vida: Respeito!”
    Os dois parágrafos dizem tudo. Apenas, acrescento respeito à vida. Um grande post para profunda reflexão. Feliz continuidade de domingo.

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    1. Este é um tema simples, muito simples dentro da sua profundidade….mas .que a humanidade decidiu complicar e utilizar como “arma”. E issso é muito triste.
      Obrigada Fernando e boa semana!
      (Por aqui está muuuito frio com um maravilhoso céu azul!)

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  2. Nunca gostei muito dos domingos, mas concordo com a etimologia do termo e que cedo me foi ensinada. Se a aprendi ou não, é da minha responsabilidade. E a prática o dirá. Além do mais, com ou sem religião, o respeito demonstra, no campo prático, a essência humana.

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    1. O pior é que há por aí muita “essência humana” que não sabe minimamente o que é o respeito, seja o o religioso… seja outro qualquer.
      O poder tem muita força, atrai muitos, sendo a religião também um meio de o conseguir. Enfim…assunto complicado para uma segunda-feira….🙄
      Boa semana. E obrigada!

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      1. A essência humana é, por natureza, o que de melhor há e se pode desenvolver em cada homem, o que o faz ser o que é e, em simultâneo, o responsabiliza. O resto é habilidade, deixa andar e perversão. Pois não é?

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      2. É sim. Esta “essência humana” que eu coloquei entre aspas é uma forma abrangente de referir todos aqueles cujos valores ignoram, deturpam, cegam, camuflam, etc, essa “centelha”, essência e esse lado melhor que a Bea refere.

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  3. Estamos sempre a aprender e essa associação ao re-ligare é muito interessante. Também inquietante, e estranho, perceber que o que deveria unir divida tanto. De facto, e de uma forma transversal à humanidade, tudo se resume ao “respeito pelo outro” . Excelente post e reflexão Dulce.

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  4. Há 20 anos leciono Ensino Religioso. Há 30 estudo religião e suas implicações sociais, espirituais, etc. Já publiquei artigos, comunicações, e, um livro, que é a dissertação de meu mestrado. Por tudo que leio, estudo, escrevo, sei e não sei, sempre me assusta a maneira como a fé, boa fé das pessoas, é usada por inescrupulosos para manipulação política e econômica. Religião é sim religar, é sim relação, por isso, é respeito às diferenças, às escolhas, inclusive, à não se ter nenhuma. Ética como princípio e não como conceito…

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    1. Sim, se haverá pessoas especialistas neste assunto é o Estevam. Por aqui este é apenas um assunto que me faz pensar pela forma como tem sido usado, abusado e deturpada pelo poder.
      Obrigada pelo acréscimo que deu ao post!

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    1. Portugal é um estado laico, e por aqui vigora a liberdade religiosa. A religião católica tem muito mais apointes comparativamente com outras crenças, mas a tolerância é evidente.
      Creio que somos um bom exemplo para o mundo.

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      1. Oficialmente aqui também o Estado é laico, mas, na prática…
        O retrocesso aqui está na utilização inadequada por parte da extrema direita, com discurso em nome de Deus, Pátria e Família, reacionário, que usa a religião, especialmente, os pentecostais e neopentecostais, para seus interesses políticos.

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  5. Eu acho interessante a falta de consenso, parece ser algo comum, quando o assunto na mesa, é a religião. Eu concordo que o Respeito deveria ser a premissa, mas é justamente a primeira que fica de fora.

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  6. Eu procuro respeitar as religiões, mas temo o avanço de certas igrejas na Europa como se deu no Brasil. O uso da religião como comércio não posso respeitar, ou como utilização da política para o controlo das pessoas e muito mais, isso não respeito também.

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    1. Em todas as temáticas existem situações mais extremadas e que saem da média. Há desequilibrios evidentes nesta matéria, cuja evolução é uma incógnita para todos. Veremos o futuro…
      Obrigada Silvana e boa semana!

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