lilás em flor!

Em plena Primavera
os caminhos da cidade
são palco
cenário
e cor,
do lilás dos jacarandás
e da ternura do amor! 💜

Adoro os detalhes primaveris que estes dias nos oferecem!🤗

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em família

Este ano, o habitual almoço de Páscoa em família terá mais um elemento. Perto de nós estará no seu berço o Vicente, uma “amostra de gente” com um mês de idade e, para já, portador de uma natureza bastante tranquila.

Será a sua primeira grande reunião familiar/festiva, evento em que irá certamente dormir o tempo todo, apesar do barulho que haverá em redor. Estando habituado a ruídos é muito provável que não se incomode com isso.

Entre ele e o elemento mais velho presente haverá sete décadas de tempo e Vida…sete décadas de mundo, história e de muitas histórias… de Páscoas, Natais e aniversários…de dolorosas perdas familiares e felizes nascimentos…de tristezas e alegrias…e de milhares de dias e noites transformados em memórias, sejam pessoais sejam familiares.

No corpo e na alma todos guardamos um pouco das raízes dos que já partiram e que fizeram parte deste círculo mutável que é a família. Apesar de ausentes fisicamente, eles estarão presentes em memórias e ternura; já o Vicente, apesar de presente fisicamente, estará ausente no seu mundo restrito e ainda virgem de memórias, mundo apenas direccionado para a satisfação das necessidades básicas. Duas realidades que se complementam, ou a Vida no seu mais belo continuar.

Sinto-me grata por fazer parte deste acontecer e por ser um fio que, ao lado dos que me são queridos, forma um entrelaçar que se inscreve num tempo….neste nosso tempo familiar.

Sinto-me grata por estarmos todos com saúde e com vontade de futuro.

Sinto-me grata… e isso é tanto!

—————–

Neste post, o mundo ficou lá fora. Por vezes temos que o fazer.

Ele apenas entra aqui, agora, para que eu possa desejar a todos os meus leitores….

…uma Páscoa Feliz e um bom fim-de-semana! 🤗

abril!

Existe uma harmonia entre Abril-palavra e Abril-tempo!

Abril-palavra

… mistura “abrir” com “iluminar”

… tem abertura e luz

… sonoridade aérea e vibrante

… e a sílaba il, que voa em plena liberdade!

Abril-tempo

… é luz e energia

… um latente desabrochar

… vontade de exteriorizar

… primavera

…de amar e procriar!

Diria que Abril é uma palavra totalmente Primaveril!

Um doce Abril e um tranquilo fim-de-semana! 🤗

segundo neto!

Contrariamente ao nascimento do meu primeiro neto, o Vasco, em que a ansiedade que me invadiu foi imensa, com o Vicente que nasceu ontem ao fim da tarde (dia 7), foi tudo completamente diferente.

Por um lado, porque mentalmente alarguei bastante o timing de receber a desejada notícia (o que não fiz na primeira vez…), e por outro, ao ter o Vasco comigo não tive sequer tempo para pensar muito no que estava a acontecer.

E assim, de repente e sem aquele “sofrimento de avó” que conhecera há dois anos e meio, chegou uma mensagem…uma foto…e o novo neto estava ali nos braços de uma filha feliz, alegre e muito longe de parecer que tinha acabado de ter um filho. Tudo correra lindamente e ambos estavam bem!

O Vicente não veio com a Primavera como era suposto, nascendo antecipadamente no final de um estranho dia de Inverno e de lua cheia. A região de Lisboa, porém, não recebeu qualquer luar porque as nuvens, o nevoeiro e a chuva miúda tudo tapavam.

Contudo, aqueles 2,700Kg de gente e alma, iluminaram a nossa família e iluminaram um fim de dia cinzento, invernoso e bastante incómodo.

Apenas sei que me senti feliz. E especialmente grata, muito grata por tudo. 

dar vida

A maioria das pessoas que me acompanha na blogosfera terá mais de 45 anos, a idade limite, pelo menos em Portugal, para se ser dador de medula óssea. Os que ainda não chegaram a esse marco poderão sê-lo, bastando um simples teste ao sangue para saber se estão em condições de integrar a lista universal de dadores.

Através de uma amiga chegou-me às mãos um vídeo publicado recentemente por um jovem de 23 anos, o Simão Correia, que precisa de um dador compatível para tentar ultrapassar a sua grave doença. Decidiu não desistir e tem utilizado toda a sua energia e as redes sociais, nomeadamente a sua página no instagram, para partilhar o que está a passar e sensibilizar as pessoas a serem dadores de medula.  Nesse vídeo, para além da sua enorme força ele revela também os seus excelentes dotes musicais.

Curiosamente, a amiga que me enviou isto, passou ela própria por um processo semelhante. Numa das mensagens que trocamos, ela escreveu;

  ….e eu só quando me aconteceu fiquei mais informada…e beneficiei dum gesto de um qualquer cidadão americano que, mais informado que eu, se inscreveu como dador na sua terra…eternamente grata…

A maioria de nós não tem a obrigação nem a capacidade de fazer algo suficientemente importante que pontue a história do mundo. Nem ambiciona isso certamente. Mas poderemos eventualmente ser marcantes na vida de alguém e, dessa forma, humildemente contribuir para o mais importante: permitir dar continuidade a uma vida!

A minha amiga foi um caso de sucesso. Foi difícil, mas hoje está bem. Para o Simão Correia, como não poderia deixar de ser, desejo sucesso igual. A ele e a todos os que estarão em situação semelhante em muitos lugares do mundo, esperando e desesperando por um dador compatível.

Passei pelos 45 anos, ou seja pela possibilidade de ser dadora há quase vinte. Hoje lamento não ter estado suficientemente informada e sensibilizada sobre esta realidade. Foi uma oportunidade perdida.

Por isso, caso tenham entre 18 e 45 anos, dêem o vosso contributo. Se não estiverem nessa faixa etária estimulem os mais novos a fazê-lo. Porque alertar também é importante.

Obrigada Augusta, pelo teu importante contributo neste post! Um abraço!🤗🌼

E a todos os que o lerem, desejo um bom e saudável fim-de-semana!

Imagem retirada do site https://www.nit.pt/tag/simao-correia
Creio que apenas quem tem Instagram poderá ter acesso ao link acima com o video do Simão e com a sua bela forma de pedir que o ajudem. Se não conseguirem, creio que uma pesquisa na net ou nas redes sociais poderá permitir à sua visualização.

Bom dia!

Têm sempre uma magia muito especial aqueles momentos em que os raios de sol se individualizam ao passar entre nuvens. Num instante sou levada aos meus desenhos de infância e aos raios de sol que cuidadosamente desenhava a partir do seu centro.

Com eles sempre viajo pelos céus…. e com eles sempre regresso “escorregando” em alta velocidade ao longo do seu declive. Gosto desse imaginário e desse vertiginoso “reencontro” com o astro-rei.

Hoje, ao nascer do dia, mais uma vez fui levada nessa viagem pelos céus. Estava bonito e apeteceu-me partilhar.

Apenas isso.🤗

a tangerina

Pelo discretamente já passaram vários frutos e legumes vistos através daquele olhar curioso que me habita e que me permite encarar os alimentos comuns com um valor acrescentado e não apenas como algo efémero que se consome quase inconscientemente.

Sendo uma apreciadora incondicional de citrinos, hoje chegou a vez da tangerina, um fruto que me atrai pelo sabor e facilidade de consumo, mas também pela versatilidade que a sua forma oferece se decidirmos encara-la numa perspectiva mais lúdica.

Dir-me-ão alguns: para quê estar a perder tempo a brincar com os gomos de uma tangerina? E eu respondo: e porque não fazê-lo?

Certo é que, sempre que degusto esse fruto também me “alimento” da musicalidade da sua forma, um dom silencioso que apenas a curiosidade e esse “tempo perdido” me permitiu encontrar.

Passo a passo, partilho então um pouco do potencial artístico de uma tangerina!

Depois….já fartas de tanta volta….transformaram-se em borboletas e voaram!

🤗🤗

agradecimento

Como um ser individual que sou, creio que a melhor forma de começar um novo ano é estando grata por aqui ter chegado com saúde e saber que esse precioso bem está presente naqueles que me são mais queridos. E por muitas outras razões, obviamente.

Como um ser colectivo e que interage com outros, agradeço os momentos bons e menos bons que me fizeram crescer e ficar mais atenta, assim como as ocasiões de partilha que sempre permitem novas aprendizagens. E agradeço profundamente o facto de viver num país que não tem conflitos com o exterior e onde impera a liberdade de acção e de expressão.

E por último, como um ser virtual que se insere neste imenso “tronco” cheio de ramos e ligações que é a blogosfera, onde se entrecruzam palavras e energias, olhares e emoções, pensamentos e criatividade, alegrias e tristezas, primaveras e invernos, outonos e verões, aniversários e natais…

… quero agradecer colectivamente a todos os que passaram pelo post que publiquei no passado dia 23 de Dezembro 2022 e nele deixaram simpáticas mensagens e/ou votos de Boas Festas, palavras a que não respondi atempadamente pois, estando em férias, sempre tento afastar-me das rotinas inclusive do blog.

… e dizer ainda que é meu desejo continuar discretamente por este novíssimo ano de 2023 a partilhar, com vontade e sinceridade, o que genuinamente me habita.

Com o enorme “abraço” que a imagem acima também simboliza, o meu obrigado e o desejo de um Bom Ano para todos! 🍀🥂

solidão e solidão

Penetra corpos
corações
gestos e emoções
desejosos de dar
mas incapazes de o mostrar.

Num momento
será dor
atrito
peso
um respirar sem sentido,
um nada valer
um ponto perdido…

…e noutro pode ser
um simples
e estranho prazer
difícil de entender.

Solidão…

…aquela amiga inquieta
que sem cobrar nem pedir
nos deixa ser quem somos
a chorar ou a sorrir!

Entre a solidão que degrada e a que faz crescer, existe um leque de emoções e possibilidades.

Felizmente não conheço o sentir da solidão profunda, daquela que nasce do abandono, da incapacidade de lutar ou da desistência. Momentos difíceis e em que nos sentimos sós todos temos na Vida, mas nenhum me levou a esse extremo. Ir à luta sempre foi o caminho.

Já a outra, aquela solidão que ajuda a crescer, tem sido companheira de Vida. Sempre nos procuramos mutuamente e sem ela, não seria a pessoa que sou hoje.

Este poema revela um pouco dessa ambiguidade de sentires que fazem parte da Vida. Em graus e formas diferentes e mais nuns do que noutros. Certo é que são sentires capazes de nos construir mas também de nos destruir.

(Dulce Delgado, poema antigo e não datado)