ambiente

Tranquilidade, é o que esta imagem me transmite num primeiro olhar… talvez por se tratar de um detalhe do Alentejo onde nasci e que sempre me inspira esse sentimento pela harmonia da paisagem.

Insisto no olhar……e apesar do elemento central ser um veículo motorizado, encontro um equilíbrio entre as suas componentes.

Assim…

… o homem recorre à terra, de forma manual ou mecanizada, para a cultivar e retirar os seus alimentos essenciais…

… a terra necessita dos outros elementos da natureza – água, ar e sol – para que as sementes plantadas pelo homem ou de geração mais espontânea se desenvolvam, sejam alimento ou se transformem noutros recursos vitais…

… é ainda essa terra que disponibiliza de uma forma directa ou indirecta alimento a todos os animais que a habitam…

… muitos dos quais são agentes importantes nos ciclos reprodutivos da natureza e no processo de fecundação de muitas das plantas existentes…

… todas pertencentes ao reino vegetal, o grande produtor do oxigénio que todos os seres vivos respiram neste planeta…

… e assim por diante…

Ou seja, tudo tem a ver com tudo e tudo se completa, neste ciclo que poderia ser perfeito.

O meio ambiente mantêm o equilíbrio quando os recursos existentes são usados harmoniosamente e sem excessos. Quando os ciclos naturais são respeitados. Quando nenhum elemento da natureza é abusado e não lhe é exigido mais do que pode dar.

Incompreensivelmente, é o ser mais inteligente que habita este planeta – o homem – o que menos respeita o meio ambiente e o que mais o desequilibra.

Um bom paradoxo para meditar neste Dia Mundial do Meio Ambiente.

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61!

 

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Nasci em plena Primavera, por sorte na época do ano que mais aprecio.

Faz hoje precisamente 61 anos que decidi começar esta aventura para além do útero materno. Nasci rodeada da bela paisagem alentejana, um selo de harmonia e de energias que gosto de acreditar ter marcado a minha sensibilidade ou a forma como a luz, o sol, o céu, a paisagem ou a natureza me tocam e são geradores de sentires muito próprios.

Esta será certamente uma visão algo romântica da questão, pois a realidade regista que deixei o Alentejo com pouco mais de seis meses… contudo, sendo o romantismo um pensar doce e que não faz mal a ninguém, esta sexagenária não resiste ao seu paladar!

Assim, voltando à ideia que as paisagens alentejanas oxigenaram os meus genes nesse período…a verdade é que a minha estrutura emocional se manifesta de uma forma muito vibrante quando encontro um prado na Primavera. Adoro prados! E o Alentejo onde nasci… é um mar de prados!

Se me perguntarem que flores mais gosto, só tenho uma resposta: as flores de um prado e um prado com flores! Sejam as pequenas e menos visíveis que o verde protege com cuidado e gratidão, ou as mais exuberantes que atraem o nosso olhar e chamam a atenção.

Um prado é a “maior democracia” que existe na natureza. É o equilíbrio puro, na sua forma mais espontânea. Todas as espécies têm o seu papel numa cooperação harmoniosa, a que o acaso pela mão dos quatro elementos – terra, ar, água e fogo/sol – criou para deleite da própria natureza e do nosso olhar.

Tudo está no local certo, em resultado de uma dinâmica perfeita. Mesmo que exista competição entre espécies, o que sabemos ser comum na natureza, o equilíbrio é genuíno e existe só por si.

A beleza do conjunto revela-se igualmente num olhar mais detalhado, mas hoje não vou por aí, não é importante. Talvez um dia partilhe essa visão. Nesta data, em que me sinto feliz e muito agradecida por completar mais um ano de Vida (não obstante as dificuldades que sempre vão surgindo), o prado é um símbolo a que dou enorme valor, seja pela capacidade de auto-regeneração anual, seja pela harmonia que transmite e que sempre procuro guardar e “cultivar”, ou ainda pela grande lição de respeito e de cooperação pacífica que dá ao mundo.

A imagem inicial é um detalhe de um belíssimo prado que recentemente encontrei num recanto da região onde resido. Senti-o como um pedaço de Vida, como uma oferta da Natureza…e como tal, ideal para partilhar neste dia!

 

 

momentos especiais

 

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Tranquilidade, é o adjectivo mais adequado para caracterizar a costa alentejana, sentimento que se inspira nas suas vastas praias mas igualmente em áreas adjacentes, sendo sempre um prazer ali voltar para rever ou conhecer novos lugares.

Por vezes, as circunstâncias levam-nos a visitar determinados locais na hora perfeita, sendo a luz existente uma mais-valia na percepção das suas potencialidades. Foi o que sucedeu no dia em que fizemos o Percurso da Casa do Peixe, inserido na área da Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha, uma zona húmida localizada a norte de Sines.

A luminosidade da tarde espalhou sobre a paisagem um tom laranja-prateado que aqueceu o nosso olhar e criou contrastes perfeitos. Apesar de curto, este percurso misturou a ruralidade da zona com a dinâmica da vida da lagoa e das imensas aves que a habitam, nomeadamente uma colónia de flamingos e de muitos galeirões.

Porque as palavras são limitadas, deixo algumas imagens reveladoras do passeio, do nosso sentir e daquele fim de dia. Brevemente voltaremos àquele lugar. Disso estamos certos.

 

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Desejo a todos uma luminosa semana!

 

pelo sul

 

Neste início de Inverno em que os dias luminosos e inspiradores têm predominado, uma pequena incursão pelo sul do país permitiu…

…por um lado, um olhar mais abrangente com cheiro a Primavera…

 

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…por outro, muitos olhares mais restritos sobre uma natureza replecta de pormenores e de grafismos que me atraem profundamente…

 

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…e por fim… uma certa vontade em partilhá-los!

 

 

 

a pele do planeta

 

A crosta terrestre é a pele do nosso planeta. Tem texturas diferenciadas, sendo mais macia ou fina em determinadas zonas e rugosa ou espessa noutras. Como “ser vivo” que é, reflecte em larga escala o que se passa num organismo, apresentando aqui e ali alguma vulnerabilidade e mais sensibilidade e, noutras áreas, maior resistência e dureza. É activa, dinâmica e está em constante adaptação. Possui ainda, tal como nós, um sistema circulatório que a alimenta, zonas mais quentes, outras mais frias, etc.

Essa pele é vasta, imensa, mas o nosso olhar percepciona-a apenas numa ínfima dimensão. Apesar de sabermos que ela contem algumas maravilhas geológicas – que observamos em grutas ou museus temáticos – raramente perdemos tempo a olhar para as texturas que a constituem. Frequentemente passamos ao seu lado e nada vemos porque, na prática, não estamos disponíveis para esse olhar.

O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é apenas um ponto na superfície do planeta. Mas esse ponto, essa faixa junto ao mar é extremamente rica em pormenores, texturas e olhares, revelando uma poesia muito própria. Encontramo-la nos vastos areais, na dinâmica do mar e das ondas, no céu azul ou cheio de neblinas, mas especialmente na diversidade das rochas e pedras que o cobrem. É neste último ponto que incide este post: nas texturas da “pele” daquela região.

Deixo-vos aqui uma pequena amostra da riqueza geológica que ela nos oferece.

 

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