bolachas

Com ou sem açúcar
glúten
ou lactose,

normais
integrais
ou vegan,

consistentes
macias
ou estaladiças,

redondas
quadradas
ou rectangulares

simples
complexas
ou gourmet,

em pacote
caixa
ou a granel,

etc,
etc,
etc,…

…as bolachas fazem parte dos nossos dias e são aquele detalhe mais ou menos doce, que alimenta, conforta…e que é muito fácil de usar em excesso. A sua enorme variedade enche prateleiras de supermercado e será rara a casa que não possui um pacote num qualquer armário ou dispensa.

As novas regras de nutrição indicam que as bolachas vulgares não devem fazer parte da alimentação antes dos dois anos. O seu excesso em qualquer idade levará certamente à obesidade e será sinónimo de uma má alimentação. Aliás, durante a pandemia e a obrigatoriedade em permanecermos em casa, houve um exagerado consumo de bolachas e alimentos doces com consequência para a saúde de muitos.

Neste Dia da Bolacha, 4 de Dezembro, que o eventual gesto quase automático de ir buscar e comer uma bolacha não seja indiferente. Por um lado, tentando valorizar esse pequeno prazer de fácil acesso, de grande diversidade e disponível para todos os paladares; e por outro, lembrando que é um alimento raro para uma boa parte da população mundial, para quem não existem facilitismos….e muito menos o fácil acesso a esses extras. Para essa fatia da humanidade está em testes um projecto para a criação de bolachas com nutrientes, vitaminas e minerais capazes de equilibrar minimamente a alimentação de populações sub-nutridas e afectadas pela fome. Que ele avance e tenha bons resultados.

Para nós, que as temos sempre à mão…que sejam saboreadas com prazer mas sem escessos!

Advertisement

saudável atenção

img_2861

Nem só de poesia…de natureza…ou de sensibilidades, as temáticas que discretamente vão prevalecendo neste espaço, se alimenta a nossa existência. O corpo que nos sustenta é uma fabulosa estrutura que devemos cuidar com todo o carinho e de forma equilibrada.

Vivemos na época da “provocação” saudável, em que constantemente nos sentimos questionados sobre o que é bom ou mau para a nossa saúde. E as linhas orientadoras são tantas que, em certos detalhes, muitas vezes entram em contradição.

Há algum tempo dediquei-me a leituras nessa área que me permitiram chegar a várias conclusões:

– a primeira, foi que me alimentava bastante bem;

– a segunda, que a partir daí iria olhar com mais atenção para os componentes dos produtos processados;

– e a terceira, que o melhor seria não ler mais nada e limitar-me a “conversar” sensatamente com o meu corpo para entender o que ele realmente necessitava.

Nesse diálogo, apenas uma certeza: de vez em quando daria toda a liberdade ao paladar e esqueceria o “saudável” e o “não saudável”. O corpo e a mente precisam de prevaricar de vez em quando, apesar da possibilidade do primeiro vir a sentir os efeitos desse deslize. Mas será o preço a pagar em nome de um equilíbrio mais geral.

Pessoalmente, sei que o espírito “saudável” em breve regressa porque ele está nos “genes alimentares” que me constroem. Sendo filha do sul da Europa cresci na dieta mediterrânica e sempre com o mar por perto. O peixe fresco estava na mesa todos os dias, bem cozinhado por uma mãe algarvia com imenso jeito para a cozinha. Tudo era bom, inclusive os ingredientes, sendo muitos os sabores que recordo e que ainda hoje me fazem crescer água na boca. As tentativas de conseguir esses paladares nunca deram os resultados desejados porque lhes faltava sempre algo… talvez o principal… talvez a boa energia de uma mãe…

Nesses tempos quase tudo era confeccionado em casa e a lista de produtos processados diminuta. Hoje a situação é oposta e tudo se pode comprar já preparado, sendo muito raro ver alguém num supermercado a consultar o rótulo para saber o que vai realmente ingerir.

Percebi essa urgência, por exemplo, quando me foquei na quantidade de açúcar que contêm os produtos. A realidade é assustadora, especialmente quando decidimos converter o valor indicado nos rótulos em número de pacotinhos de açúcar como os que se colocam num café. Um simples iogurte, por exemplo, pode conter o equivalente a três pacotes de açúcar, o que é um absurdo. Mas procurando bem, ainda se encontram alguns com 4/5 gramas, o que apesar de ser bem menos, ainda equivale a um pacote.

Ao assumirmos um momento de gulodice sabemos conscientemente o que estamos a fazer e quais as suas consequências. O que não está certo é não termos consciência da quantidade de açúcar que constantemente ingerimos de uma forma “escondida”, apesar de ser do conhecimento geral o quanto ele prejudica o bom funcionamento do nosso organismo.

Sugiro a quem ainda não o fez, que dedique algum do seu tempo a observar e a comparar os rótulos dos produtos que consome. Talvez seja o primeiro passo a dar antes de tentar entender/seguir as muitas tendências “saudáveis” que há por aí.

O nosso corpo agradece.

 

 

 

gaivotas

 

1

2

3

 

Levantam e pousam
as jovens gaivotas
na superfície do mar.

Aprendizes do vento,
da liberdade
da sobrevivência
e da vida,
repetem ruidosamente
esse jogo de crescimento.

Mas tudo na vida tem o seu tempo.

É ainda nos pais
que procuram o alimento,
num estranho ritual
de sons
de movimentos
e disputado entre irmãos
de modo agressivo
e turbulento.

A vida e a natureza
entrando pelo meu olhar,
pura
dura
real,
mas sempre,
sempre a me cativar!

 

(Dulce Delgado, Agosto 2017)
(Fotografias de Jorge Oliveira)

 

 

eles podem ser …

 

…sólidos…naturais…de aromas…com pedaços…magros…0%…líquidos…com cereais…cremosos…infantis…bifidus…biológicos…contra o colesterol…de soja…sem lactose…açucarados…bi-compartimentado mix…com gelatina…gregos…búlgaros…etc.

 

Certamente que neste momento têm a palavra “iogurte” na vossa mente, a única que pode anteceder todas as características acima mencionadas.

Apesar de todos os iogurtes resultarem de uma fermentação láctea com bactérias, como por exemplo os Lactobacillus bulgaricus ou o Streptococus thermophilus, o momento de escolher um pack num expositor com dezenas de marcas e centenas de embalagens diferentes, não é tarefa fácil, especialmente quando existe a preocupação de olhar para os seus rótulos. Talvez essa seja a área do supermercado em que o acto de decidir é mais difícil e demorado, a não ser que já exista um produto de eleição…ou que não haja a preocupação de olhar para o rótulo!

A complexidade maior está em conciliar o “desejo de variar de iogurte” com a leitura dos seus constituintes, porque é assustador o que os rótulos oferecem a quem os lê com atenção, especialmente sobre a quantidade de açúcar ou a presença de substitutos ainda menos saudáveis, caso do aspartamo. E assim, de prateleira em prateleira e de decepção em decepção, passam-se largos minutos no tal corredor em busca do iogurte perfeito. Gigantesca tarefa!

Pontualmente somos levados a transgredir, porque o apelo sentido por determinada embalagem, conteúdo ou novidade supera aquele princípio já adquirido: que os melhores iogurtes para o paladar..são sempre os menos saudáveis! É triste, mas é assim!

Neste momento estarão a perguntar: um post sobre iogurtes…qual o interesse?

Nenhum! Mas não resisti a fazê-lo quando li que o dia 17 de Maio, hoje portanto, é o Dia do Iogurte. Nunca imaginei que um iogurte também tivesse o seu dia!