em início de natal…

 

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Com o retorno do feriado de 8 de Dezembro, o país teve novamente disponibilidade de renovar a tradição e de, neste dia, dar verdadeiramente “início” à época natalícia. Em muitos lares é nesta data que se montam as árvores de Natal e/ou os presépios, duas tradições sem nada em comum, mas que cohabitam em várias regiões do planeta e no seio de algumas religiões… ou até no lar daqueles que não são adeptos de nenhuma!

É neste último caso que me “encaixo”…o que não implica que todos os anos a árvore de Natal e o presépio não sejam “religiosamente” montados. Vejo esse ritual como uma tradição que ficou nos meus “genes da memória”…e que gosto e quero manter, mesmo que o significado seja apenas a sua existência e as recordações que me trazem.!

Em criança…
…todos os anos se repetia o ritual de ir com uns amigos à serra de Monchique, cortar um pinheiro e apanhar musgo. Depois seguia-se a decoração da árvore e, principalmente, a montagem do presépio sempre realizada pela minha mãe, o que acontecia ao fundo de um corredor da casa, sobre uma estrutura de bancos, caixas e papel de jornal, com declives, grutas e um lago. Era lindo o que ela conseguia fazer! Decorava-o com figuras de barro, as mesmas que fizeram as delícias de um remoto natal dos meus 3 ou 4 anos…quando acreditava que era o Menino Jesus que trazia as prendas. Essas peças, ainda em bom estado, continuam a estar presentes no meu presépio, quase seis décadas depois. Têm uma carga emocional muito forte e que não esqueço.

Por outro lado, elas ainda são da época em que cada elemento da família colocava um sapato junto à chaminé depois da ceia de Natal… em que as prendas eram abertas apenas de manhã… e igualmente do tempo em que o Menino Jesus, por chegar cheio de fome, deixava sempre sobre a mesa várias nozes abertas pela ranhura, perfeitissimas…maravilha que apenas ele conseguia fazer!!! Adoro estas recordações!

Creio que a imagem dos presépios que a minha mãe construía foi integrada de tal forma, que todos os anos tento humildemente reproduzir, em pequena escala, o que recordo e adorava. Continuo a utilizar musgo… e tem sempre uma cabana tipo gruta…um caminho… um monte…
Em criança, os meus filhos adoravam a montagem do presépio…e de nele colocarem bonecos “Pin y Pons” e da “Playmobil”. Cresceram, sairam de casa e apenas pontualmente participam nesse ritual, que partilho agora com o meu companheiro.

Quanto ao pinheiro, há muitos anos que é artificial. Não tem aquele cheiro único que recordo…mas a Natureza é um bem mais precioso. Em tempos, ofereceram-me um spray com cheiro de pinheiro….acho a ideia “curiosa”…mas era tão falso!!!

No passado dia 8 de Dezembro, segui a tradição, montando o presépio e a árvore de Natal. Que o possa fazer e partilhar, com alegria e prazer, ainda por muitos anos!

 

 

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