
A Conservação da Natureza teve ontem o seu dia mundial, mas é nossa obrigação dar-lhe atenção todos os dias. Nesse sentido, hoje darei a palavra às árvores, seres que partilham o planeta connosco e que criam raízes neste substrato que também nos recebe e dá guarida. A natureza é una, pelo que tudo o que possa ser realizado no sentido de a preservar, é defender todas as espécies que dela dependem.
A organização Botanic Gardens Conservation International reúne cerca de cinco centenas de Jardins Botânicos de cem países e foi criada para proteger a flora de todo o mundo. Para além de catalogar e descrever as espécies encontradas, tem como objectivo reforçar a plantação das que se encontram em vias de extinção, assim como actuar de forma preventiva sobre espécies que estejam a ser demasiado consumidas ou usadas.
Esta instituição fez há relativamente pouco tempo um recenseamento de árvores a nível mundial, que levou à contabilização de 60.065 espécies diferentes.
Em países como o Brasil, a Colômbia ou a Indonésia, foram encontradas respectivamente 8715, 5776 e 5142 espécies diferentes e, por exemplo, do número contabilizado no Brasil, 4333 são espécies unicamente aí existentes. Por sua vez, 2991 espécies só apareceram em Madagáscar e 2584 apenas na Austrália.
Concluíram ainda que em todo o mundo estão ameaçadas cerca de 9600 espécies.
Estes são apenas alguns números globais desse grande estudo realizado pela primeira vez. Para nós, não especialistas em botânica, eles funcionam como factor de sensibilização e um acréscimo ao conhecimento restrito que possuímos, e que se limita a saber que as árvores formam uma grande família, que são importantes no equilíbrio do planeta e que algumas são magníficas. Porém, há uma floresta “enorme e silenciosa” que nos sustenta apesar de passar indiferente ao nosso olhar e atenção.
Qualquer acção que possa contribuir para que as árvores comecem a ser melhor cuidadas é importante, especialmente numa época em que as alterações climáticas são visíveis, a desertificação uma realidade, e os fogos e a desflorestação continuam cruelmente a destruir muitas das árvores do mundo.
Este estudo, creio que poderá ser um bom contributo.