dois tempos

Que contrastes
nos oferece o olhar!

Perto da terra e da tradição
um moinho,
lugar de simplicidade
e talvez de desalento
pela impossibilidade
de enfunar com o vento.

A seu lado,
eólicas gigantes
e nada bucólicas
invadem a paisagem
o ar
e o nosso olhar,
reflexo da tecnologia
que não pára de avançar.

Para o moinho…
…serão as eólicas o “adamastor”?

Para as eólicas…
…será o moinho inspirador?

Haverá rancor
no cimo daquele monte…
…ou viverão a passagem do tempo
e a evolução
com respeito e humor?

(Dulce Delgado, Novembro 2022)

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