pela ilha da Madeira (II)

Neste segundo post abro horizontes sobre a generalidade das paisagens da ilha, teoricamente uma abordagem que teria mais sentido num primeiro texto. Porém, uma vez que os trilhos/levadas/caminhadas foram o grande objectivo destas férias, achei interessante dar-lhes a devida prioridade.

Para os que conhecem a Madeira, nada de novo irei acrescentar. Para quem não a visitou, talvez abra o apetite a uma futura exploração. Farei uma abordagem simples, baseada na diversidade de ambientes e lugares que a ilha oferece especialmente a quem circula nas suas vias mais tradicionais. Acrescente-se que, por ser bastante montanhosa, nas últimas décadas foi “perfurada” por dezenas de túneis que permitem percorrê-la com alguma rapidez e sem a obrigatoriedade das curvas e contracurvas ou das subidas e descidas tão características da maioria das estradas nela existentes. Digamos que disponibiliza dois tipos de vias completamente diferentes que se complementam muito bem consoante os objectivos da deslocação.

Comecemos pelas zonas mais montanhosas, relevos belos e majestosos com encostas abruptas e vales profundos. Aqueles lugares onde nos sentimos mais perto do céu, do sol, das nuvens/nevoeiros e palco de magníficas paisagens. Alguns dos percursos destas férias foram centrados nessas zonas de maior altitude, sendo que um deles nos permitiu chegar ao Pico Ruivo, o mais alto da ilha com os seus 1862 metros.

Muitas destas elevações são solo da típica floresta laurissilva já referida no post anterior. Noutras regiões encontramos bosques formados por grandes árvores, vastas zonas de mato, prados para pastagens, etc.

Na vertente sul especialmente, as bananeiras são rainhas e estão presentes em qualquer recanto ou quintal, muitas vezes plantadas em socalcos devido ao declive do solo.

Na foto que se segue, tirada de um miradouro localizado a oeste da Madalena do Mar (uma vila com um nome que eu considero lindíssimo!), é bem perceptivel a vasta área cultivada com bananeiras e como essa cultura penetra todos os instertícios de solo disponível.

A periferia da ilha caracteriza-se por uma costa norte mais escarpado apesar da arriba mais alta e vertical se encontrar a sul, no cabo Girão.

As fajãs e enseadas vão pontuando aqui e ali esse encontro da terra com o mar, através de uma linha de fronteira onde impera o negro calhau rolado e a espuma branca do mar. A forma de aceder a algumas dessas fajãs que nasceram na base de grandes arribas é unicamente por teleférico ou, muito dificilmente pelo mar.

As praias existentes na linha de costa são maioritariamente em calhau rolado, sendo poucas as que foram privilegiadas com a macieza da areia. Uma delas aceitou inclusivamente areia clara do deserto marroquino como forma de se embelezar e agradar.

A escassez de áreas de banho confortáveis e seguras levou ao aproveitamento de espaços existentes entre rochas a fim de se criarem piscinas naturais ou semi-naturais. Algumas, diga-se em boa verdade, são bem apetecíveis.

Seja no interior ou junto ao mar, as cidades e vilas pontuam o espaço, por vezes de uma forma muito harmoniosa. As igrejas e suas torres, sempre presentes, simbolizam aquele lugar de fé, de encontro e de ligação com algo superior. Uma fé que pode ter formas bem opostas de se materializar, como revelam as duas ultimas fotos do bloco de imagens que se segue.

Quando os lugares oferecem olhares especiais e a beleza transpira em cada recanto, os miradouros nascem quase naturalmente em lugares estratégicos para que essa beleza possa ser usufruída. É desta forma que volto à imagem que inicia este post e captada num dos miradouros mais bonitos da ilha da Madeira, o miradouro da Portela.

Outras imagens hoje publicadas foram igualmente captadas nesses lugares de amplo alcance. Sendo a Madeira uma ilha, o mar está quase sempre presente como oferta adicional. Azul, profundo, infinito….e normalmente com algumas nuvens por companhia!

A Madeira vive na vizinhança de outras ilhas: a nordeste o Porto Santo e a sudeste as Desertas, estas últimas classificadas como Reserva Natural e, na realidade, uma espécie de prolongamento da península de S. Lourenço localizada no extremo oriental da ilha principal. A separá-las, alguns quilómetros de mar azul.

É com esta região que termino o post de hoje. Na verdade, as ilhas Desertas pousaram amiúde no nosso olhar… mas não são visitáveis. Já a aridez da Ponta de S. Lourenço foi parcialmente calcorreada num passeio que contrastou profundamente com o verde, a água e a humidade tão presentes nos restantes dias e percursos.

Diria que a beleza desta zona está na sua vastidão, no tipo de relevo, na geologia…e no facto de ser diferente. E fez-nos sentir que o contraste é sempre uma boa forma de valorizar cada um dos lados!

Voltarei à Madeira com outros detalhes!

Mapas retirados de
https://www.madeira-web.com/pt/mapas.html e Google Maps
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uma árvore pela floresta

 

arvore floresta

 

Relembro que nesta altura do ano, e à semelhança dos anteriores, se encontra em curso a campanha Uma árvore pela floresta, que resulta de uma parceria entre os CTT e a Associação ambientalista Quercus.

Esta campanha visa a plantação de árvores autóctones em regiões de Portugal afectadas pelos devastadores incêndios dos últimos anos, sendo a ajuda de todos nós importante na recuperação dessas áreas.

A compra de um kit pelo valor de 3,5 euros numa das 400 estações dos CTT espalhadas pelo país é a forma mais fácil de colaborar. Adquirido o kit, basta registar online o seu número e na Primavera de 2020 uma árvore será plantada em parques ou matas nacionais. Posteriormente seremos informados sobre a sua localização. O medronheiro, espécie emblemática da nossa flora, é a árvore escolhida para este ano.

A compra online também está disponível, sem custos de envio, mas apenas para um conjunto de cinco kits.

Esta é uma forma fácil de “plantar” uma árvore no local certo e com um objectivo. A natureza agradece toda a nossa colaboração!

 

 

Imagem retirada de
https://www.ctt.pt/ctt-e-investidores/sustentabilidade/projetos-e-iniciativas/uma-arvore-pela-floresta-2019.html

 

vamos plantar uma árvore?

 

IMG_1252

 

Perante os fogos que continuam a atingir a floresta portuguesa, muitos de nós já sentimos o desejo de colaborar na recuperação desses espaços, mas não sabemos exactamente como o fazer. Nesse sentido, e partindo do princípio que a plantação de espécies autóctones pode fazer toda a diferença no futuro da floresta, a Associação Nacional de Conservação da NaturezaQuercus, em parceria com os CTT – Correios de Portugal, SA e com o apoio do Programa Cidadania Activa, têm em curso pelo quarto ano consecutivo uma campanha de reflorestação que nos permite de uma forma simples e cómoda, contribuir para a plantação de uma ou mais árvores.

Para tal, basta ir a uma estação dos CTT e adquirir o kit Vale uma árvore  ou comprá-lo online (disponível apenas para cinco ou mais unidades). Por cada um vendido, a Quercus planta uma árvore em bosques, cujo desenvolvimento poderemos acompanhar durante cinco anos, bastando para isso registar no site da campanha o código incluído em cada kit.

Por apenas três euros, estamos a contribuir para algo de concreto e passamos das palavras à acção. Por esse valor, poderemos ainda oferecer uma prenda diferente a alguém que, por sua vez, pode sensibilizar outros de igual forma. Muitas árvores poderão assim ser plantadas e cuidadas por quem o sabe fazer.

O número de árvores oferecido à natureza em cada ano no âmbito desta campanha tem aumentado, mas é ainda muito pequeno num país em que a floresta precisa tanto de ajuda. Diria que Uma árvore pela floresta – Uma árvore vale muito, é uma excelente ideia…  mas pouco divulgada. Na verdade, os milhares de portugueses que diariamente se deslocam a uma estação dos CTT e que seriam potenciais “plantadores de árvores”, desconhecem-na por ausência de publicidade directa. Eu própria o verifiquei in loco, em três postos de atendimento na área de Lisboa, em que não havia absolutamente nada a referi-la.

Para além das árvores que entretanto ofereci à floresta, com este post estou a tentar dar uma ajuda na sua divulgação. Tenho esperança que até ao próximo dia 30 de Novembro, alguns dos meus leitores também colaborem e, quiçá, plantem finalmente a árvore da sua vida!