
Percorro o mar
com este finito olhar,
afago invisível
leve
e transparente
que o horizonte atrai
e guarda simplesmente!
Percorro o mar
com este finito olhar,
afago invisível
leve
e transparente
que o horizonte atrai
e guarda simplesmente!
Imenso,
suave
e soberano,
estende-se o olhar
na planura do oceano.
Puro engano!
O oceano
não é plano
nem linear,
mas um amplo e vasto monte
formado de mil horizontes
unidos por longas pontes
nascidas do nosso olhar!
Uma onda…
outra…
e outra mais…
muitas ondas…
Linhas deslizantes
que se cruzam
neutralizam
e ultrapassam
no tempo de um olhar.
Desejos fluidos
do mar
nascidos em cada instante,
seja ao longe
na linha do horizonte,
ou aqui,
na beira deste lugar
tão fácil de eu amar!
Uma onda…
outra onda…
Serão as ondas
as mãos do mar
que acariciam a beira-mar?
Gosto
de imaginar
a linha do horizonte
com os olhares
a repousar…
Sentados…
O meu,
ao lado do teu,
perto de outro
olhando o céu…
Divagando…
E nesse estar
sem conflito
o meu
simplesmente pensar,
que trará o Infinito
para eu apreciar!
Voltando à Ria Formosa e aos dias aí partilhados…
…fascinou-me a vastidão, o silêncio húmido e o cheiro a mar dos areais durante a baixa-mar, assim como os passeios sem tempo nem objectivo percorridos naquele ínfimo e simultaneamente tão amplo ponto do planeta.
Nesse deambular, com o corpo seguiam o pensamento e o olhar, por vezes muito perto e íntimos, ou naturalmente seguindo rumos diferentes. A liberdade era total.
Nesses passeios, deliciaram-nos as aves que vagueavam pelo ar, mar, terra ou beira-mar. Gostamos dos seus sons, movimentos, tácticas, e do tempo que exigem ao nosso sentir para não as perturbar.
Afinal, aquele espaço é mais seu do que nosso e por isso, há que o respeitar.
Tranquilamente permanecemos em praias silenciosas onde as palavras dos outros estavam longe e não chegavam ao nosso entender. No ar, apenas o chilrear das aves, o som das pequenas ondas ou, pontualmente, o ruído de um barco que passava.
E no corpo, banhos de sol e de mar!
Retenho ainda a diversidade de trajectos realizados a pé, as distâncias percorridas em barcos de dimensões variadas consoante o destino escolhido, ou os locais em que a componente cultural e de aprendizagem esteve sempre ao lado da paisagística.
E por fim, quando a noite chegava, ali estavam as estrelas bem visíveis e sem as luzes citadinas para as ofuscarem, desejando-nos naturalmente uma boa noite de descanso.
Na generalidade, foi isto o que a Ria Formosa nos ofereceu: muito espaço… muito céu… muitas estrelas… muita natureza… muito mar…e muito, muito ar para respirar!
E outros pormenores captados pelo olhar, que integrarão outro post a publicar!
Como flui o tempo….em tempo de férias!
Agora que esse período terminou e o trabalho, as responsabilidades e este espaço me esperam, verifico que foram muitos os que comentaram o último post que publiquei a fim de me desejarem um bom descanso.
Considerando que não gosto de deixar comentários sem resposta e que não tem sentido estar a responder individualmente passados tantos dias, faço-o através destas palavras… escritas por umas mãos bastante escurecidas pelo sol… sob um olhar em que ainda não se dissipou um agradável filtro em tons de céu, mar e amplos horizontes… e por uma mente que, neste momento, ainda não lhe apetece voltar à realidade e ao dia-a-dia…
É com esta verdade que agradeço os vossos comentários, certa que em breve partilharei convosco um pouco do meu olhar/sentir sobre os lugares que me receberam.
Muito obrigada a todos!
Um dia…
…talvez o mar
me leve a um lugar
de horizonte nu,
vasto,
límpido
e circular.
Aí,
perderia o meu olhar
na imensidão
sem dimensão
desse lugar…
…lugar-mar,
de amar
respeitar
atrair
e sempre,
sempre recear!
…neste Dia Nacional do Mar!
Este poema é um “mar-divagar” pessoal e nada diz sobre a real importância deste elemento na vida de todos os portugueses. O mar é a nossa história, o nosso percurso e estou certa que será uma parte fundamental do nosso futuro.
Pretende-se apenas que, neste dia, cada um relembre o seu próprio Mar!
Mar,
de longo e infinito olhar
onde é fácil imaginar
aquele lado da vida
que a vida não nos quer dar.
Horizonte de poesia
que me leva a passear,
deixando os pensamentos
profundos
ou em fragmentos,
pelas águas navegar.
Uns mergulham nas ondas
e ficarão sempre a nadar,
outros preferem voar
levados por um véu de água
que se evapora no ar,
e muitos,
felizes e sem mágoa,
diluem-se na branca espuma
que na areia vai descansar.
Tranquilamente,
percorro a beira-mar…
…talvez a procurar
um pensamento
meu,
escondido numa concha,
morando no coração
de um búzio,
ou dormindo na areia
que os meus pés estão a pisar!
Olhei o céu,
depois o mar,
segui a linha do horizonte
e encontrei o teu olhar.
Era azul como o céu
e verde como o mar
aconcheguei-me na sua luz
e simplesmente deixei-me estar…
…até a noite nascer
a linha desaparecer
e a tua mão me encontrar!
Que este novo patamar da tua vida seja longo, saudável, feliz… e sempre em tons de verde, de azul e de partilha!