mãe natal

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Há muitos anos, quase trinta, vesti-me de Pai Natal e fui descoberta como sendo a mãe… Natal!

Traiu-me essencialmente a voz e o sotaque algarvio, o que contribuiu – creio que sem grandes traumas – para acelerar o sentir já latente nas crianças da família que o Pai Natal não vinha da Lapónia nem de trenó pelos céus do mundo.

E talvez por ter participado nesse episódio, transformei-me naturalmente em Mãe Natal, fazendo anualmente a distribuição das prendas, papel que cumpro com “rigor” enfiando na cabeça o barrete do fato usado nesses idos anos oitenta.

Neste Natal, mais uma vez se repetiu esse delicioso e longo ritual, porque na nossa família as prendas são dadas uma a uma e alvo da atenção comum. Damos tempo à abertura de cada uma, à reacção provocada, à apreciação da criatividade posta na sua realização ou à partilha de qualquer história a ela associada. E a uma segue-se outra, numa distribuição equilibrada que vai contemplando todos, tarefa facilitada pelo facto de, no geral, cada um de nós usar o mesmo papel em todas as suas prendas.

Para além do significado simbólico que esta época tem para cada um, é bom sentir o “calor” do ambiente, seja através das decorações, da vela que ilumina o presépio, das luzes da árvore ou ainda da música de fundo que nos envolve; sabe muito bem o estar calmamente à mesa e apreciar os pratos já tradicionais ou as inovações que sempre aparecem todos os anos; é bom o estarmos juntos, as conversas e a partilha sentida, apesar de sermos todos tão diferentes; mas também é muito bom e por todos desejado, o longo ritual da distribuição das prendas pela dinâmica que se cria. Além disso, quem é que não gosta de receber umas prendinhas?

Este ano, esse momento repetiu-se. E mais uma vez, eu fui orgulhosamente a Mãe Natal!

 

 

 

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