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IMG_1053 - Cópia mais leve

 

Timoneiro de uma barca com raízes em terra firme, o infante D. Henrique recorda ao nosso olhar e memórias o espírito de procura, de aventura, de conquista e de superação que está na genética dos portugueses, desde que a vontade tenha energia suficiente para ir à luta.

Eu sou uma portuguesa um tanto acomodada e o meu mundo algo restrito, familiar e de pequenas conquistas. Contudo, sempre que aprecio na beira-Tejo este grande monumento/escultura liderado simbolicamente pelo espírito aventureiro deste homem, sinto muito orgulho no potencial deste país tão pequenino em dimensão e do tanto que ele já deu ao mundo. Eu sei que isto daria uma longa conversa, eventualmente controversa, mas não desejo ir por aí.

As verdadeiras razões da publicação deste post são duas: a primeira é o facto de hoje fazer anos que nasceu o infante D. Henrique, de cognome o Navegador (4 Março 1394); e a segunda, o desejo de partilhar num contexto mais emocional e não isoladamente esta fotografia que tirei recentemente, de que gosto muito e em que o infante é um dos intervenientes.

Na verdade…

…gosto da imponência deste lugar-monumento reflectido num espelho da cidade

… gosto da solidão visual daquele desconhecido que corre à beira-mar numa tímida e fria manhã de Inverno, mas em plena sintonia com a solidão do timoneiro da barca

… gosto de relembrar a emoção que senti perante esta imagem

….e gosto de pensar que 626 anos depois estou a recordar alguém que foi fundamental na história do meu país.

 

Este é portanto o dia certo para a imagem certa.

 

 

 

 

 

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IMG_4655ac

 

Seiscentos anos depois, o Infante D. Henrique, de cognome O Navegador e o grande impulsionador dos descobrimentos portugueses, enfrentou impávido e sereno um “monstro” disforme chamado nevoeiro, que esta manhã se formou no rio Tejo antes do nascer do dia.

Não resisti a  captar esta imagem, não apenas pelo simbolismo, mas pelo profundo respeito e admiração que tenho pelos portugueses daquela época. Nas piores condições, eles enfrentaram os “monstros”, interiores e exteriores, para seguir o sonho de descobrir o que estava para além da linha do horizonte.

Algumas horas depois, já apaziguado, este “monstro” dissipou-se, continuando o Infante a sua eterna tarefa de perscrutar o além.

 

Deste modo, e em tons de nevoeiro e de descobertas…desejo a todos um excelente fim-de-semana!