Um dos pioneiros do uso da música com fins terapêuticos foi o Professor Alfred Tomatis (França, 1920-2001), que utilizava gravações de Mozart e de canto gregoriano com doentes possuidores de perturbações de vária ordem, pois considerava que determinados timbres e sons favoreciam a harmonização das suas funções orgânicas. Sempre que possível, também recorria à voz materna dos pacientes nos seus actos terapêuticos. A sua técnica de tratamento ficou conhecida por APP (Audio-Psyco-Phonology).
Após a sua morte, seguidores do Método Tomatis descobriram que a sonoridade vocal da cantora bretã Nolwenn Leroy (que ganhou um concurso televisivo em 2002), tinha efeitos terapêuticos superiores aos da música de Mozart. O pioneiro dessa teoria é o neurocirurgião canadiano Dr. Frederick R. Carrick, especialista em situações de coma e lesões cerebrais. Vários médicos aliaram os tratamentos médicos com a voz desta cantora e os resultados foram surpreendentes, inclusivamente em doentes oriundos de vários países e que não conheciam nem as canções nem a língua. Será pois o seu timbre que fará a diferença.
Sabemos que a voz, assim como tudo o que nos envolve, é vibração e energia. Partindo desse princípio e ainda que os nossos sentidos e a nossa percepção são limitados, podemos aceitar a possibilidade de sermos estimulados por determinadas formas vibratórias de que não temos consciência.
Como é natural, este tipo de matéria tem defensores e acusadores. De uma forma geral, a medicina é bastante fechada quando se depara com terapias menos usuais, porque são muitos os interesses instalados que as rejeitam. Contudo, muito lentamente uma “brisa de mudança” vai surgindo na sociedade e, com ela, alguma abertura no reconhecimento de métodos terapêuticos alternativos. Este será um deles.
Abstraindo essas polémicas, este assunto não deixa de ser interessante. Por isso, gosto de pensar que estou a partilhar boas vibrações com os meus leitores, ao deixar aqui os dois temas de Nolwenn Leroy mais utilizados nessas experiências e que se intitulam 14 de février e Suivre une étoile.