
instantes #59

Olhei,
e vi um pássaro gigante no céu da minha janela…
Seria uma nuvem-pássaro…
um pássaro-nuvem…
ou apenas
esta voadora imaginação?
Talvez fosse uma nuvem distraída que se perdera de outras
e veloz,
as tentasse apanhar…
…ou uma nuvem exploradora da liberdade
deambulando pela vida
pelo mundo, pelo vento
e pelo ar!
Talvez uma nuvem a viajar!
Amanhã,
também eu irei “voar” pela liberdade das férias
respirando paisagens,
olhares
e lugares
desta terra lusitana.
O corpo e a mente
precisam muito de descansar,
e o blog,
discretamente
ficará a aguardar!
Gosto de desenhar
poesia com o olhar!
Rima a nuvem
com o céu
em seu longo deslizar…
o horizonte
com o mar
que leva o barco a navegar…
o monte
com o pássaro
no seu doce ondular…
a árvore
com a sombra
nascida para refrescar…
a flor
com a sua cor
num efémero vibrar…
e eu,
neste lugar,
procuro rimar com a vida
que a Vida tem para me dar!
Suavemente,
desliza o barco
no azul do rio,
sem desvio,
porque o vento
quase ausente,
é paz
transparência
e vazio.
No céu,
seguem as nuvens
esse azul tranquilo,
partilhando com o barco
a ternura da aragem
o dia
a luz
e o prazer aleatório da viagem!
Sempre
em movimento,
percorreu o mundo
ao lado do vento.
No céu espalhou beleza,
foi chuva
sombra
e tempestade,
vivendo em pleno
a sua liberdade.
Agora deseja parar
e ficar,
apenas naquele lugar.
E do alto do céu azul
apreciar a beleza da terra,
de dia
pelo sol afagada
de noite,
no escuro aconchegada.
Sem pressa,
quer seguir com o olhar
as aves a voar,
os aviões a riscar o ar
ou as ondas a rolar no mar.
E feliz,
acenar aos ventos e nuvens,
que continuam a viajar.
Sonha apenas sentir
outro modo de estar,
porque a vida,
só é plenamente entendida,
quando no outro lado
somos capazes de nos colocar!