
Lua cheia
inteira
nua,
de olhares
vestida
de emoções
aquecida
de sonhos
inspirada
Lua plena
nossa
una.
(Dulce Delgado, poema e fotografia, 26 Abril 2021)
Lua cheia
inteira
nua,
de olhares
vestida
de emoções
aquecida
de sonhos
inspirada
Lua plena
nossa
una.
Há uma solidão que é nossa e genuína, porque vive e sempre viverá connosco. De vez em quando e muito silenciosamente ela pede que nos afastemos dos outros para lhe fazer companhia. E nós vamos, porque esta é uma solidão amiga.
Já a outra, a que entra sem nada pedir, a que cria raízes na rotina dos dias e nas palavras que não foram trocadas, aquela que abre feridas e magoa sem sangrar, é a solidão difícil. E um luto de alma para muitos, sós ou acompanhados .
Esta solidão difícil pode não ser a nossa, a minha ou a tua, mas é a de muitos que se cruzam connosco no caminho dos dias. Quantas vezes ela emana timidamente em olhares, atitudes e gestos, ou em palavras que se mascaram muitas vezes do oposto.
Sim, sabemos que não é um olhar, um gesto ou um sorriso nosso que resolve. Mas pode adoçar e, por momentos, aquecer uma alma.
Quantos passos
percorridos
me dará a Vida?
E olhares
por lugares
sentidos?
E sorrisos
dados
e recebidos?
E palavras
escritas
e ditas?
E abraços
meigos
e enternecidos?
Não sei…
….e nunca o saberei!
Na unidade somos naturalmente diversidade, seja nos corpos, opções, gostos, opiniões, desejos ou expectativas.
Partilhamos gestos, olhares, palavras, sentimentos, alegrias e dificuldades, sendo certo que a reacção/repercussão desses estímulos em cada um de nós é sempre diferenciada.
Neste caminho feito de relações podemos ser fortes e resistentes, ou frágeis, muito frágeis. Ou ambas as coisas em momentos diferentes.
Somos o que somos. E lado a lado vivemos todos os dias.
Atentos ou de costas viradas.