boas festas!

Que nesta época festiva e sobretudo que no Novo Ano que se aproxima cultivemos a capacidade de…

… estar atentos e partilhar

… nos colocarmos no lugar do outro

… ouvir e tentar entender

… acreditar

… ser solidários

… e que consigamos alcançar aquele equilíbrio sempre necessário, seja como seres individuais seja colectivamente.

A todos os que continuam a passar pelo Discretamente, desejo um Bom Natal e um ano de 2023 com tudo o que é importante para vós e para os que vos são queridos.

E para o mundo, que seja definitivamente um tempo de resolução e de apaziguamento de conflitos. Creio ser esse o desejo de todos nós.

Um abraço e voltarei em 2023!🤗

(Desenho de Dulce Delgado)

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páscoa

Num dia em que muitas famílias se juntam para celebrar a Páscoa, muitas outras estarão dolorosamente separadas devido a uma guerra e a atrocidades inconcebíveis. Abstraindo-me da importância religiosa que a data terá para muitos, prefiro agarrar a ideia de transformação e renovação a que indirectamente a Páscoa está associada e desejar…

… que as diferenças, seja da cor da pele, de ideologia, de país, mas também de língua, tendência, gostos ou culturas não seja sinónimo de descriminação, isolamento ou guerra.

… que impere o respeito por todas as fronteiras, sejam elas físicas ou de ideias

… que o desejo de possuir e de controlar a qualquer preço seja neutralizado e banido

… que a convivência pacífica e alicerçada na diferença e no respeito se torne uma realidade entre todos

… que…

Utópico? Sim, é verdade… mas será certamente o grande desejo de muitos de nós, seja neste dia, seja em todos os outros.

Boa Páscoa!🧡

por abril

Começa Abril com o estranho “dia das mentiras” (e subsequentes verdades) e com o orgulho de ser o primeiro mês cheio de Primavera.

Entre muitos outros provérbios, a sabedoria popular diz  “em Abril águas mil” e “ao princípio e ao fim, Abril costuma ser ruim”…..bem… que venham as águas mil e até um tempo ruim, mas que a ruindade não passe disso, pois já basta a que grassa pelo mundo. Sobre isso, poderia rapidamente elaborar uma lista de más notícias, em várias áreas, de âmbito local, nacional e especialmente internacional. Mas não, não quero ir por aí neste primeiro dia de Abril, mês de bela e fluida sonoridade e de muitas energias em latência que pairam por aí….

Na Natureza…

…campos e prados estão a ficar lindos e cheios de flores!

…árvores e arbustos já exibem os novos rebentos e o desabrochar de pequenas folhas cheias de vontade de crescer;

…muitos animais estão concentrados nos seus ritos de acasalamento. Aves e insectos –  talvez os mais fáceis de observar – estão em pleno namoro. Aliás, basta observar os pombos que abundam nas nossas cidades e jardins e ver o rodopio dos machos em redor das fêmeas. Dá para perceber que pode ser bastante difícil conquistar uma mulher!

Por esta Europa…

…acredito que a energia primaveril de Abril poderá minimizar as dificuldades de integração de milhões de refugiados ucranianos especialmente neste hemisfério norte. É apenas um detalhe, é certo, mas é algo que poderá contribuir positivamente para a força dos que estão a ser ajudados e de todos aqueles que solidariamente os apoiam;

…as temperaturas de Primavera serão igualmente uma grande ajuda no controle da pandemia, seja na diminuição drástica do número de casos ainda activos, seja no regresso ao equilíbrio que tanto se deseja.

Pelos nossos dias…

… acredito que as energias de Abril – em Portugal muito associadas à ideia de Liberdade – surjam em força e em todo o seu potencial. E que no campo da criatividade, os espectáculos, as exposições e todo o género de eventos acelerem o processo de reabertura/ expansão e voltem em pleno ao vigor pré- pandemia;

…em Lisboa, já são muitos os turistas que vagueiam pelos recantos da cidade, no geral muito encalorados e vivendo o seu Verão na nossa Primavera. Entre jovens e menos jovens, é bom ver a disponibilidade que os guia e a atenção que dão a detalhes já indiferentes à rotina dos nossos olhos e dos nossos dias. São sangue novo nas artérias da cidade!

E por aqui…

…com os período de férias já definidos em Março, Abril é naturalmente um mês de fazer o balanço entre o que se gostaria de concretizar e as possibilidades reais. Um mês em que a “liberdade” fica mais próxima e o desejo de férias começa a minar o pensamento;

…Abril será o mês de aniversário do Discretamente. Seis anos será a conta. Um tempo importantíssimo na minha vida e na minha estabilidade criativa.

…por fim, habita-me um desejo maior, que creio será de todos nós: que Abril “ilumine” as mentes obscuras de alguns e seja berço daquele momento que o mundo tanto anseia: que a paz e a estabilidade regresse rapidamente a este velho continente!

Caro Abril, com a tua energia primaveril…sê um mês gentil!🤗

(Foto captada hoje, dia 1 de Abril, ao nascer do dia na zona de Belém, Lisboa)

continuidade

Terminou o Verão e diluem-se no Outono os últimos instantes com sabor a praia. São momentos maravilhosos pela luz apaziguadora desta época do ano, pela tranquilidade que transmitem ao corpo e pelo amplo espaço que os areais com poucos visitantes permitem ao olhar. Tudo é paz. Ali não entram as incongruências do mundo.

É possível que ainda retorne à praia neste Outono, mas a despedida formal, aquele ultimo banho de agradecimento está em mim. Frio e intenso. Faz parte de um silencioso e íntimo ritual que acontece anualmente, como o ponto final de uma frase….cujo tema reaparece todos os anos a fim de escrever mais um parágrafo.

Entretanto, a vida seguirá pelos nossos dias. É esse o maior desejo. E na natureza também. Sempre.

Nesta praia da despedida e em todas as praias, a areia será movida pelo mar e pelos ventos.. e as ondas voluntariosas e artistas continuarão a desenhar na beira-mar as suas emoções. Todos os dias, sem falhar.

Em linhas simples e belíssimos caminhos de nada!

boas festas!

Capturar

 

As pequenas searas de trigo germinado (brotos) estão crescidas, bonitas, e com elas o desejo simbólico de uma boa energia para esta época e para o novo ano.

Julgo que este também seria o motivo que levaria a minha mãe a fazer todos os anos diversas searinhas – de trigo, grão e de outros cereais/leguminosas – que depois colocava junto ao presépio. Era uma tradição sobre a qual nunca a questionei porque era simplesmente assim. Hoje sei que esse hábito se estende a várias regiões do país e não apenas ao Algarve de onde era oriunda.

No início de Dezembro o cereal é colocado em água, num recipiente baixo, e assim mantido para que ocorra a germinação. Há muitos anos recuperei esse ritual, que mantenho, não apenas pela memória de minha mãe e simbologia associada, mas pelo prazer de seguir diariamente o seu crescimento.

Actualmente tenho uma amiga que todos os anos me oferece o trigo necessário para as fazer. Na sua família têm o hábito de associar cada membro da família a uma seara, levando a uma certa disputa para ver qual se desenvolve mais…e quem terá o melhor ano!

Nunca saberei se este espírito estaria associado às várias searas que a minha mãe religiosamente cultivava. Talvez. Pessoalmente faço sempre mais do que uma, centrando nelas o meu desejo de um ano de “abundância”, seja qual for o sentido que cada um possa dar a este termo.

Eu prefiro pensar em paz, saúde e afectos. Outros talvez se centrem em algo mais material. Seja qual for a preferência, que seja partilhado. E agradecido. Afinal o espírito desta época é, ou deveria ser essencialmente esse.

Voltando às minhas searas, que o seu saudável crescimento seja um bom presságio. Para mim, para os que me são queridos… e também para os meus leitores!

Boas Festas e obrigada por este dar e receber!

 

 

Entre o Natal e o final do ano estarei ausente do blog. Será uma discreta paragem de alguns gestos habituais como, por exemplo…o ir ao computador!
Encontramo-nos em 2020!

 

 

 

o outro lado…

mundo - ultima - Cópia

 

Não quero revolta
ou raiva
em meu sentir,
não é o caminho a seguir!

Mas ela espreita…
toca a pele
belisca o acreditar
sufoca o respirar
aperta o coração.

Reajo.

Reajo ao frio desumano
que aqui
ali
e além
mostra o lado negro do poder
e tamanha indiferença
pelo humano sofrer.

Não,
eu não quero esse sentir
negativo
em mim…

…mas questiono…

…o que dou eu ao mundo
com este discreto pensar,
e com este olhar de imaginação
e contemplação
por ondas
céu
natureza
ventos
areia
ou ar?

É algo parecido com paz…
…ou um egoísmo sem par?

 

(Dulce Delgado, Dezembro 2019)

 

 

(Imagem composta por detalhes de fotografias retiradas de diversas páginas da Internet)