A cor foi alternando com o preto e branco, da mesma forma que em mim habitavam dois mundos em confronto: um imaginário leve, etéreo, algo transcendente e infinitamente belo… e a realidade do mundo em que vivia, repleta de injustiça, egoísmo, sofrimento, pobreza e de uma violência absurda que me revoltava e que eu não entendia.
Mais do que a qualidade artística das formas ou da ingénua simplicidade do traço e da anatomia humana, creio que o mais interessante é a expressividade que, apesar disso, as figuras conseguem transmitir.
(Dulce Delgado, tinta da China, aguarela e lápis sobre papel, 1978)