relativizar…

Em Lisboa, o dia e a semana nasceram em tons de cinzento e com previsão de pluviosidade. Pouco depois de nascer logo o sol ficou tapado por densas nuvens ficando desagradável e incómodo para enfrentar uma segunda-feira… talvez o dia da semana em que a capacidade de relativizar é bastante menor…

Porém, as previsões não se concretizaram e logo o cinzento deu lugar a um lindíssimo céu azul com nuvens muito dispersas e temperatura agradável.

Lição a tirar (para além das cada vez mais constantes falhas meteorológicas): quantas vezes olhamos para uma situação com um dramatismo negro e desagradável…para posteriormente verificarmos que tudo foi ultrapassado sem causar perturbação de maior? E que a dificuldade prevista não se concretizou e que tudo fluiu naturalmente?

Certamente muitas vezes e em demasiados momentos da nossa Vida!

É obvio que a chuva se atrasou…desviou o rumo…não sei. Agora a previsão é que comece a cair em Lisboa amanhã, terça-feira, ao fim do dia.

Que venha e nos nolhe!

Afinal já passou a segunda feira……… e precisamos urgentemente da sua presença!

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detalhes sentidos

Neste caminhar, todos passamos por momentos em que nos sentimos enredados/envoltos numa série de circunstâncias que nos perturbam, comprometendo o nosso olhar sobre o mundo e até a nossa forma de estar.

Cada um reagirá de acordo com a sua estrutura no sentido de clarificar e ultrapassar essa situação, mas uma coisa é certa: no meio dessa desordem sempre há detalhes, atitudes ou palavras que nos tocam se estivermos receptivos e que poderão ser uma ajuda, mesmo que indirecta. No fundo, funcionam como provas de afecto e até de confiança.

No centro da imagem acima está uma lâmpada ainda apagada. Um círculo. Simbolicamente um de nós. Num primeiro olhar, envolve-a uma “rede perturbadora” e confusa composta de muito ramos. Porém, se olharmos com mais atenção, alguns desses ramos podem ser vistos como um apoio, afago ou consolo, algo que discretamente nos pode ajudar. Na imagem serão especialmente os ramos inferiores e mais horizontais que transmitem esse sentir, essa espécie de aconchego visual e afectivo ao elemento central.

Em breve, como sempre se deseja, haverá um desanuviamento, uma resposta, uma clarificação e, quiçá até uma sublimação do que nos perturba para algo mais positivo….e o tal “elemento central” voltará a encontrar a energia e a ter a sua luz. Voltará ao desejado equilíbrio.

juliet, nua

 

 

Juliet, Nua é um filme com bons actores, bons diálogos e que, como todos os filmes românticos nos conta uma história de amor. Nele encontramos um Ethan Hawke distante da juventude de Antes do amanhecer (1995), longe do jovem adulto de Antes do anoitecer (2004) ou do adulto de Antes da meia noite (2013). Neste filme, ele faz o papel de um ex-cantor rock, já grisalho e capaz de ser avô. Ao seu lado, partilhando o filme realizado por Jesse Peretz, estão os actores Rose Byrne, Chris O’Dowd e Azhy Robertson, em bons desempenhos.

É um filme discreto, sem efeitos especiais e habitado por gente comum com problemas semelhantes aos nossos. Talvez por isso estas palavras e a referência a alguns aspectos que me chamaram a atenção…

…como pode ser mentalmente limitativo o enfoque num ídolo, havendo o perigo de criar uma teia de ideias e certezas que nada têm a ver com a vida desse ser que se idolatra. Além disso, pode levar a um alheamento da realidade e a “esquecer” as pessoas que estão por perto;

…a vida é uma grande mestra, pelo que muitas vezes nos leva a encontros que vão ter um papel importante na forma de lidarmos com a “bagagem” acumulada e com os fardos que nos acompanham. Gosto de pensar que são as “pessoas-campainha”, porque accionam mecanismo internos que facilitam olhar de frente para o que tem que ser enfrentado, especialmente em nós próprios e, com o tempo, permitirem que nos tornemos melhores pessoas;

…e por último fala-nos de amor, talvez do verdadeiro amor, daquele em que uma das partes se afasta para dar espaço porque ainda não é o momento desse amor ter o seu tempo. Nem sequer há a certeza que ele possa acontecer, porque o que está “no meio” é prioritário e tem a palavra. Entretanto, a vida continua…

É uma película simples que me agradou bastante, para além de possuir uma agradável banda sonora. Alguns dos temas são cantadas, e bem, pelo próprio Ethan Hawke, o que contribui igualmente para o interesse do filme.

Apenas uma dica: não sair do cinema mal começa o genérico!