em nome do ambiente

No início de 2020 acelerava o processo de substituição de plásticos e especialmente a consciencialização em optar por materiais recicláveis ou biodegradáveis.

Começaram a aparecer os primeiros sacos reutilizáveis para frutas e legumes nos supermercados, assim como os talheres descartáveis em madeira, os cotonetes em bambu ou cartão e, na hora do café, o pauzinho em madeira ou a clássica colher de metal já substituíam em muitos locais o estranho estilete de plástico. Também os guardanapos em papel reciclado apareciam em muitos serviços de restauração. Era muito interessante e gratificante observar estas modificações de hábitos a se instalarem aos poucos.

Mas veio a pandemia e com a paragem de tudo também este processo sofreu certamente um hiato, senão um retrocesso. Haverá metas a atingir, mas dadas as circunstâncias em que vivemos não sei se estarão neste momento em cima da mesa como sendo importantes.

Por outro lado…

…a pandemia levou a um aumento de resíduos de todo o género, acrescido agora das máscaras e luvas descartáveis, o que significa mais lixo, muito dele perigoso.

Mais grave é a falta de sensibilidade dos que deitam esses resíduos para o chão. Em zonas costeiras já se verifica um evidente aumento da poluição, uma vez que esses equipamentos são facilmente levados pelas chuvas até ao mar.

As circunstâncias que vivemos não podem ser desculpa para agressões ambientais. Todos os dias, confinados ou não, temos os poder de escolher a atitude ou o gesto mais correcto e equilibrado.

Para isso basta um pouco mais de atenção na hora de comprar e especialmente reforçar o cuidado na hora de deitar fora, fazendo-o apenas para o local certo, aquele que é o menos prejudicial para o planeta.

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landfill harmonic

 

 

Apesar deste vídeo/teaser sobre o filme Landfill Harmonic datar de 2015 e provavelmente já muitos de vós o conhecerem, só recentemente o visualizei pela primeira vez. E ele emocionou-me o suficiente para decidir partilha-lo neste espaço, porque a essência da mensagem que transmite é importante e sempre actual.

A sobrevivência tem várias faces, sendo tendencialmente associada a uma vertente mais física e material. Porém, a força anímica e a vontade que constrói o ser humano podem ser de tal forma superiores, que suplantam as adversidades materiais e os desequilíbrios criados por uma sociedade incapaz de proporcionar condições mínimas de existência.

Um dos aspectos mais marcantes da mensagem é a forma como, indirectamente, equaciona algumas das nossas atitudes e os pretextos que arranjamos pelo facto de não termos as condições “ideais” para avançar, construir ou criar algo de diferente. E ainda como tudo, nomeadamente os valores, podem ser relativos nesta vida.

 

(Algumas informações sobre a Orquestra de Reciclados de Cateura, a protagonista deste filme)

 

(Obrigada Manuela!)

 

 

pelo mundo do ambiente…

 

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A Costa Rica é um pequeno país da América Central, actualmente com importantes preocupações ecológicas. Li há algum tempo que, para além da energia gasta ser quase na totalidade proveniente de fontes renováveis, há alguns anos baniu a pesca ao tubarão porque algumas espécies estavam ameaçadas, fechou os seus zoos, está na vanguarda do ecoturismo e, numa próxima etapa, pretende ser o primeiro país do mundo a banir o uso de plástico de uso único, como garrafas de água, palhinhas, sacos, pratos e talheres, substituindo-os por materiais biodegradáveis, não derivados do petróleo e possíveis de compostagem.
Esta vontade não surgiu do acaso, mas da constatação que o próprio país estava a sofrer um grave problema com os plásticos produzidos. Então decidiu actuar e pretende fazê-lo até 2021.

Posto isto…

… neste Dia Mundial do Ambiente, em que os portugueses ficaram a saber que estão a produzir mais lixo (não sei especificamente de que tipo, se corresponde a lixo reciclável e, muito menos, se o país está a dar a devida resposta a esse aumento), e ainda,

… uma semana depois da divulgação pela Comissão Europeia do plano estratégico até 2030 para redução dos plásticos e sua total reciclagem….

…apetecia-me um pouco mais de ambição a este nível!

 

Pergunto:

– Porquê o ano de 2030, o que significa na prática mais doze a contribuir para a poluição do planeta, especialmente dos oceanos, onde já se acumulam enormes ilhas de plástico?

– Porque não assumir a Europa, como “velho continente e por isso talvez mais sábio”, as rédeas de uma intensa campanha de sensibilização, pesquisa e inovação, impondo a ela própria um prazo de quatro ou cinco anos para mudança de um modelo que, definitivamente, está a ser prejudicial a esta bela esfera que nos abriga e sustenta? Não poderia ela abraçar essa grande causa, a par, por exemplo, da Organização das Nações Unidas?

As campanhas resultam, desde que sejam bem organizadas e seriamente divulgadas. As pessoas adaptam-se, mesmo que inicialmente essa mudança de hábitos gere alguma controvérsia. Esse processo é natural.

A verdadeira razão de um “plano estratégico a doze anos” num contexto em que deveria ser urgente, não são as pessoas. Não somos nós que, em percentagem sempre crescente, temos todo o cuidado em separar os diferentes materiais e de os colocar no devido contentor para reciclar; não será também daquele que, apesar de não fazer isso, facilmente se adaptaria a um novo modelo/material menos poluente, mais ecológico e biodegradável; provavelmente a grande razão desse timing exagerado são os interesses económicos associados a uma enorme, produtiva e rentável indústria que “vive e se alimenta” de um material que já foi inovador, mas que o tempo, o mau uso e o abuso tornou prejudicial: o plástico!

 

 

(Imagem retirada de https://marcioantoniassi.wordpress.com/2016/11/12/reciclagem-de-garrafa-pet-bacterias-que-comem-plastico/)

 

 

percursos natalícios

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Foram muitos os que lhe pegaram, miraram ou leram, mas voltavam sempre a colocá-la no mesmo lugar. Nada de diferente acontecia, pelo que não compreendia a razão de continuar naquele confuso lugar onde ninguém se interessava verdadeiramente por ela.

Inesperadamente tudo mudou. Olharam-na com mais atenção, depositaram-na num carrinho com grades e cheio de compras de todo o tipo, embrulharam-na num papel de muitas cores e, por fim, colocaram-lhe à volta uma fita vermelha com um enorme laço. Estava linda!

Rodeada de outros tão bem vestidos como ela e debaixo de uma árvore replecta de luzes que piscavam, permaneceu alguns dias e noites esperando um acontecimento que desconhecia, mas que devia ser muito importante. Feliz e cheia de esperança, viveu o melhor tempo da sua vida.

Uma noite, no meio de uma enorme confusão alguém lhe pegou.

Primeiro arrancaram-lhe o laço à força e rasgaram o papel que a cobria; depois abriram-na para retirar o seu conteúdo; e por fim, sem qualquer cuidado, atiraram-na para um canto, despida por dentro e por fora, para junto de um amontoado de outras caixas como ela,  de papéis rasgados e de laços feridos. Ninguém mais lhe prestou atenção.

No dia seguinte, deu por si num caixote no meio de muito lixo, sujidade e mau cheiro. Muito triste, pensou no porquê da sua existência e principalmente no seu fim…

….” se ao menos me tivessem levado para a reciclagem!…”

 

Com este conto, desejo-vos um BOM… e ecológico NATAL!

– A Internet disponibiliza diversas informações sobre as atitudes mais ecológicas a ter em conta antes, durante e após esta época festiva. Nesse sentido, vale a pena ler aqui o conteúdo de uma  página elaborada pela associação Quercus.

Eu diria que… se todos colocarmos os resíduos resultantes deste Natal (garrafas, papéis, caixas e embalagens de produtos alimentares) nos respectivos contentores de reciclagem e, se devolvermos à terra o que é da terra, como musgos e outras ramagens utilizadas nesta época…já estamos a dar uma boa prenda de Natal a este belo planeta!