regressada de férias…

…. faço nestes dias um evidente esforço para me integrar no trabalho e em certas rotinas indispensáveis, sendo certo que este tempo absurdamente quente, irrespirável e inquietante que vivemos torna tudo mais complexo. Amiúde a minha mente envolve-se em imagens refrescantes como esta obtida no final das férias, detalhe que me recorda outros momentos igualmente frescos vividos nas ultimas semanas.

Em breve voltarei também à “rotina” do Discretamente. Assim como existe uma re-adaptação ao trabalho, também com calma e discrição me sintonizarei com a blogosfera, seja como autora seja como leitora.

Tal como me desprendi de tudo nestas ultimas três semanas, também o blog foi englobado nessa “limpeza”. Esqueci-o completamente, pelo que terei que fazer uma “revisão da matéria” pois, honestamente, não me recordo o que estava em projecto ou tinha possibilidade de ser partilhável. Preciso mesmo de me encaixar nos dias…

Por hoje, limito-se a agradecer os votos de boas férias deixados por muitos de vós no último post que publiquei há três semanas. Muito obrigada a todos.

Para já, apenas posso dizer que foi um excelente período de descanso (e de um saudável cansaço também), que oportunamente partilharei convosco.

Bom resto de semana!

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hoje, em fim de dia….

….não resisti a parar na praia de Algés e a registar o dinamismo das nuvens num céu em “desvario”. Sob ele, pelo contrário, o rio Tejo corria muito tranquilo, apreciando o espetáculo e reflectindo o que via.

Depois de um dia de trabalho é importante sabermos parar…respirar…e agarrar aqueles momentos que não fazem parte da rotina.

Este soube muito bem!

recomeço…

Depois de um pequeno período de férias e de rotinas mais simpáticas, hoje foi dia de levantar cedo, voltar ao trabalho e aos gestos mais iguais. Pela frente temos Janeiro, talvez o mês mais difícil do ano, porque é longo… não tem feriados…e geralmente é o mais frio de todos. Aliás, Portugal está a sentir na pele a frente fria que paira sobre ele.

Apesar disso… soube bem parar o carro, aconchegar a roupa ao corpo, sair para o frio exterior e registar o começo deste quarto dia do mês de Janeiro de 2021. E agradecer o facto da vida me proporcionar esta bela rotina matinal!

Tiradas as fotos, foi tempo de respirar fundo… voltar ao carro e seguir para o emprego. Assim como este avião seguia para o seu destino.

Desejo-vos um dia com detalhes felizes!

pequenas emoções

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O hábito de comer diariamente um kiwi já se tornou uma rotina na minha vida. Faço-o não por gostar muito do paladar, mas pelo seu grande teor em vitaminas. Aliás, já escrevi sobre este fruto num post publicado em Maio de 2018, em que me debrucei essencialmente sobre a sua estrutura e beleza.

Ontem fui surpreendida por um detalhe delicioso no decorrer da tal rotina, pois o kiwi guardava no interior um coração muito bem delineado.

Este coração não batia… mas o meu bateu! E emocionei-me…

…pelo inesperado

…pelo facto de estar atenta durante este gesto tantas vezes repetido

…porque nestes tempos estranhos, de imagens dolorosas e envoltos em pensamentos complexos encontrei um detalhe especial e tão diferente 

…pelo valor simbólico de um coração

…e por ele sempre representar acção, movimento e Vida, ou seja, aquilo que tanto ansiamos!

 

Um exagero sentimental lamechas? Talvez sim… ou talvez não!

Porque não – e simplesmente – o facto de actualmente estarmos sempre em estado de alerta, extremamente reactivos e com as emoções e sensibilidade à flor da pele? E nesse estado… qualquer coisa diferente se tornar num acontecimento emocionante?

Depois de o fotografar…saboreei-o agradecida e com ternura!

 

 

 

de regresso…

 

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…começo por agradecer a todos os que apreciaram o meu ultimo post e nele deixaram de uma forma mais ou menos objectiva o desejo de umas boas férias. Neste momento já não tem sentido responder individualmente a esses comentários, pelo que o faço colectivamente, agradecendo a vossa gentileza.

Para cada um de nós, e dependendo de várias situações, o termo “boas férias” terá uma leitura diferente. Ele é suficientemente ecléctico para, em termos práticos e entre inúmeras possibilidades significar uma viagem pelo mundo…..o prazer em percorrer uma região do país fora da rapidez e da “efemeridade” das auto-estradas…. ou apenas ficar num mesmo lugar a descansar e a usufruir de um tempo de tranquilidade mais ou menos absoluto. E férias pode ser simplesmente o quebrar das habituais rotinas.

No momento em que escrevo estas linhas, reservo-me ao prazer de ainda estar em férias, mas agora em casa. O tempo anterior foi de estrada, de quase dois mil quilómetros partilhados com o meu companheiro, de muitos lugares novos e outros revisitados, de descobertas, de surpresas… e de muita, muita natureza!

A decisão de nada publicar durante duas semanas foi uma premissa que impus a mim própria. Porque não queria o computador no meu olhar nem o blog na minha mente. Como um “filho”, um blog acaba por nos absorver e por capitalizar muita da nossa energia. Queria liberdade de tempo e de compromissos. E foi com esse espírito que parti para férias.

Contudo…

… tal como um filho se aloja na alma, na pele e é uma parte de nós para toda a vida, também o blog se “entranha” nos nossos sentidos, olhar, pensamentos, etc. E assim, naturalmente e sem avisar, ele apareceu sorrateiro associado a uma imagem, a um momento ou lugar, a um detalhe ou sensação.

E com ternura voltei discretamente a este meu espaço em vários momentos, como exemplificarei de seguida.

Assim…

…recordei a natureza artista quando o olhar se cruzou com a expressiva árvore da imagem com que iniciei este post ou ainda com o tronco da fotografia abaixo, ambas captadas no Parque La Salette em Oliveira de Azeméis;

 

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…em vários momentos os passadiços de madeira guiaram-nos por trajectos  ambientalmente mais sensíveis. Com eles eu viajei pela natureza mas igualmente até ao blog, seja aos posts já publicados sobre essas estruturas, seja ao conteúdo que futuramente partilharei sobre outros locais onde estão implantados;

 

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…nas terras quentes de Trás-os-Montes recordei os afectos primaveris ao encontrar este casal de percevejos (Pyrrhocoris apterus, Linnaeus, 1758 ), que indiferentes à agreste envolvente continuavam a sua actividade reprodutora ou, quiçá… talvez partilhassem apenas um afecto veranil!

 

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…foi na periferia da albufeira da Barragem do Azibo (Bragança), que encontrei o lilás de lisboa, não em flores de jacarandá mas nos  vários arbustos de alfazemas que ali espalhavam a sua cor e odor;

 

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…também o humor dos dias esteve no meu sentir e pensamento através das mudanças imprevistas da meteorologia, seja no sol aberto e calor difícil, no fresco desejado, numa inesperada trovoada, na efémera chuva ou no irrequieto vento. Tudo a natureza nos ofereceu!

 

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…este belíssimo castanheiro descoberto num recanto do Parque Nacional de Montesinho trouxe à minha memória o post sobre a árvore europeia do ano. Esta árvore nunca terá certamente esse título, mas proporcionou um encontro cheio de boa e centenária energia!

 

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…e na cidade  de Pinhel, no distrito da Guarda, encontrei o galo do meu cata-vento pousado no cimo da torre de uma Igreja. E sinceramente…pareceu-me tranquilo e bastante feliz!

 

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O que significa tudo isto?

Apenas que não somos estanques e que dentro de nós tudo se relaciona. Essencialmente, este blog sou eu, o meu olhar, o meu sentir e o meu pensar. Como tal, ir sem ele para férias é impossível…porque em muitos momentos ele me apareceu com um sorridente “olá! Talvez as férias tenham sido apenas do computador!!

Por último…

…como sucedeu em anos anteriores, farei outros posts partilhando locais e detalhes destes dias de viagem. Sem tempo nem pressa…porque o tempo ainda é de férias!!

 

(E calmamente também começarei a acompanhar as vossas publicações!)

 

 

 

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Refere o calendário
ser 31 de Janeiro
o “Dia ao contrário”,
data  que pretende alertar
e contrariar,
hábitos e rotinas
que inundam a nossa vida
e certa forma de estar.

Para no cérebro acordar
recantos adormecidos
e maleitas afastar,
é sempre bom treinar
gestos desconhecidos
que o possam estimular.

Vejamos então,
o que poderemos fazer com essa intenção:

 

Usar os talheres trocados,
escrever
e várias tarefas fazer com a mão do outro lado;

Sobre o pé não dominante
seguir avante…
… ou o equilíbrio manter, até mais não puder ser!
 
Fazer cálculo mental,
ler no sentido contrário algo que não seja banal,
ou novos caminhos seguir para chegar onde se quer ir!
 
E ainda,
depois do almoço e café,
trocar o cómodo sentar por um bom passeio a pé!

 

Também as emoções podem ter outras versões:

 

Com outros trocar tarefas ou apenas de lugar;

Dar sem nada querer a não ser o partilhar;

Se alguém nos irritar um sorriso devolver;

Ou com alegria tentar
afastar o telemóvel e olhar para outro olhar!

 

Seguindo este “brincar”
muito se pode inventar
a fim de arejar
o cérebro e o coração,
órgãos nobres e desejosos
de novidade e atenção,
nesta admirável corrida
que constrói a nossa vida!

Hoje…e em qualquer dia!

 

 

(Dulce Delgado, Janeiro 2018)

 

 

 

fim-de-semana

 

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A necessidade de sustento leva-nos a manter um trabalho/profissão e, de uma forma geral, a levantar bastante cedo todos os dias.

O corpo habitua-se a essa rotina, sendo o “imposto” ciclo biológico cumprido com mais ou menos vontade quando o despertador indica que chegou a hora. Para que esse momento seja menos agressivo e mais suave, muitas vezes é o nosso corpo/cérebro já programado que dá ordem para sairmos do sono profundo alguns minutos ou segundos antes do despertador tocar, sendo então esse acordar um pouco mais tranquilo.

Ao fim-de-semana o processo é um pouco diferente. Não há despertador…mas há programador, pelo que inúmeras vezes acordamos à hora habitual. Um primeiro pensamento diz-nos “tenho de me levantar”, mas o seguinte, bem mais lúcido, informa-nos “não…é fim-de-semana…não tenho de me levantar!”

Nesse instante, vivenciamos um dos mais agradáveis e reconfortantes sentimentos do nosso dia-a-dia: perceber que podemos ficar na cama, virar para o outro lado e continuar a dormir pelo tempo que quisermos, seja ele muito ou pouco. E, melhor ainda… é perceber isto quando se ouve a chuva a cair lá fora!

Por ser “sentido na pele” e surgir naturalmente na nossa vida de rotinas, talvez este seja um dos momentos que melhor nos permite sentir gratidão e apreciar o prazer de ter um aconchego… uma cama… uma casa… e até um emprego!

 

 

 

junho…

 

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Para quem vive no hemisfério norte, o mês de Junho é, claramente, o tempo que faz a transição para o Verão e para o principal período de férias do ano.

Há medida que o mês avança e a temperatura atmosférica vai subindo, vamos sentindo na pele e no corpo uma vontade de movimento e de exterior, numa espécie de antecipação ao que está para vir. Diria que é o mês em que as férias saem do “mapa de férias” afixado no placard dos locais de trabalho e deixam de ser apenas uma ideia, uma perspectiva ou um desejo, passando a algo mais físico e emocional.

Se por um lado o corpo fica mais irrequieto, também começa a ser muito mais fácil a nossa mente sair por aí e iniciar um imenso voo em tons de céu, de verde ou de mar e, num ápice sem tempo nem conta-quilómetros, nos levar àquele lugar que está planeado na agenda, escrito no bilhete de avião real ou electrónico, ou apenas guardado como projecto ou desejo.

Depois… tão naturalmente como partiu, a mente volta à casa-mãe e, com um sorriso invisível leva-nos a pegar novamente na caneta, no teclado do computador ou em qualquer objecto/tarefa que faça parte do nossa actividade diária e pede que continuemos… e nós vamos continuar, certos que o processo se vai repetir… até chegar o primeiro dia de férias!

Digamos que o mês que o antecede, Maio, ainda nos permite estar na quietude do tempo, do espaço e das rotinas que nos envolvem com uma certa tranquilidade. Mas Junho, o irrequieto mês de Junho, é sinónimo de uma agradável inquietude, de um fervilhar e do desejo de outro respirar. E muitas vezes, vontade de outro lugar!

Indiscutivelmente…Junho está comigo!