
Penetra corpos
corações
gestos e emoções
desejosos de dar
mas incapazes de o mostrar.
Num momento
será dor
atrito
peso
um respirar sem sentido,
um nada valer
um ponto perdido…
…e noutro pode ser
um simples
e estranho prazer
difícil de entender.
Solidão…
…aquela amiga inquieta
que sem cobrar nem pedir
nos deixa ser quem somos
a chorar ou a sorrir!
Entre a solidão que degrada e a que faz crescer, existe um leque de emoções e possibilidades.
Felizmente não conheço o sentir da solidão profunda, daquela que nasce do abandono, da incapacidade de lutar ou da desistência. Momentos difíceis e em que nos sentimos sós todos temos na Vida, mas nenhum me levou a esse extremo. Ir à luta sempre foi o caminho.
Já a outra, aquela solidão que ajuda a crescer, tem sido companheira de Vida. Sempre nos procuramos mutuamente e sem ela, não seria a pessoa que sou hoje.
Este poema revela um pouco dessa ambiguidade de sentires que fazem parte da Vida. Em graus e formas diferentes e mais nuns do que noutros. Certo é que são sentires capazes de nos construir mas também de nos destruir.