
Na humanidade, sempre houve e haverá migrações voluntárias em busca de melhores condições de vida; já as migrações forçadas continuam a acontecer porque a intolerância é uma realidade e, para sobreviver, alguns povos fogem e deixam tudo para trás. Um dos casos mais recentes é o do povo Rohingya, em fuga de uma Birmânia que os considera apátridas e não os aceita, o que se revela como um dramático exemplo de falta de solidariedade humana.
Apesar da solidariedade e do respeito existirem sob diversas formas, não são suficientemente fortes para evitar o aparecimento da intolerância e do extremismo quando estão em causa opções religiosas, realidade que leva uma parte da humanidade ao maior absurdo: fazer da religião uma fonte de conflito. Embora a Essência seja semelhante, são muitos os que se agarram a nomes e conceitos, valorizando a forma de olhar em detrimento do Essencial, da Luz, do Divino, do que lhe queiramos chamar. E, em nome desse olhar são capazes de acusar, impor, negar ajuda, perseguir, expulsar, torturar, violar ou matar.
Pensando no dia de hoje, neste “dia-ponte” que nasceu aconchegado entre aquele que nos relembrou o fenómeno das migrações (18 de Dezembro), e o de amanhã, que alertará para a importância de ser solidário (20 de Dezembro)…
…um dia que, naturalmente, nos coloca entre duas realidades que se interligam…
…que bom seria se na humanidade nascesse também um “espírito-ponte” com o dom de harmonizar e de fomentar a paz ou, simplesmente, de ser um “fiel de balança” capaz de equilibrar conceitos, espalhar a tolerância e de construir pontes entre pessoas, princípios e pensamentos. Respeitando todos, não obstante a fé e as opções de cada um.
E assim, neste íntimo viver dos dias e do calendário, permite-me a imaginação um verdadeiro espírito natalício!