experimentações #40

Em 2015 comecei a sentir alguma necessidade de estar em férias sem o “compromisso” de registar esse período através de desenhos, textos, etc. Ainda fiz alguma coisa, mas já sem aquela vontade e interesse dos anos anteriores. São esses derradeiros registos em bloco que hoje partilho e que se referem a um período de férias passado entre o Algarve e o sul de Espanha.

No ano seguinte, em 2016, comecei a concentrar uma boa parte da minha energia criativa no Discretamente, pelo que após essa data a maioria dos desenhos realizados foram em função das necessidades do blog.

É muito provável que alguns de vós pensem que os blocos de férias seria algo para não deixar de fazer. De certa forma têm razão, mas precisei de parar por serem uma tarefa bastante exigente. Cada um deles foi uma descoberta e um prazer, mas a partir de certo momento deixou de o ser. Apenas isso. Na verdade, senti que queria começar a ter férias sem compromissos, sem objectivos e libertando a atenção e o olhar. No futuro porém, não descarto a ideia de voltar a eles.

Actualmente faço um ou outro desenho/aguarela, seja em férias seja para oferecer a familiares e amigos em aniversários ou no Natal. Mas nesta fase da minha vida, o tempo e a disponibilidade são realmente escassos. A actividade profissional… o dia-a-dia… a família/ netos…o Discretamente…e uma energia que já não é a mesma, não me permitem fazer mais.

Hoje, é com imensa ternura e alegria que olho para todos os blocos com registos gráficos que possuo e que guardo religiosamente. Afinal é uma parte de mim e da minha vida que está ali a descansar na prateleira de uma estante.

Boa semana!🤗

Advertisement

sete anos!

Há três ou quatro dias o WordPress avisou-me do aniversário do Discretamente. Fiquei surpresa pois pensava que seria hoje, dia 28, data da publicação do primeiro post no ano de 2016. Porém, parece que o dia da sua criação é o que conta.

Seja como for, sempre gosto de lembrar datas e os sete anos deste espaço são realmente importantes para mim. Por um lado, porque gosto imenso do número sete; e por outro, porque quando iniciei o blog no final de Abril de 2016 via-o sobretudo como uma possibilidade de orientar e partilhar a minha criatividade. Senti que poderia ser a decisão certa naquele momento mas, sendo um mundo novo, não sabia se iria gostar e adaptar-me. Tal como não sabia que outro rumo tomar se não resultasse…

Hoje aqui continuamos, eu e ele, com vontade de futuro. E isso, muito honestamente é o que me interessa. Os números e estatísticas não são importantes, mas apenas uma referência por vezes bem afastada da realidade como todos nós sabemos.

Agradeço a todos os que me têm acompanhado com “honestidade de alma”, manifestando-se ou não. É para esses que aqui continuarei, discretamente e sem perspectivas ou timings, enquanto a vontade, o gosto e a disponibilidade estiverem presentes dentro de mim.

Obrigada! 🙏🤗

sabes desenhar?

É provável que a maioria dos leitores deste post diga que não, que não tem jeito. Essa é a resposta mais comum.

Porém, se tal desejo vos habita de uma forma mais ou menos consciente, que essa primeira resposta nunca seja impeditiva de tentarem. O importante é querer iniciar essa caminhada com vontade e sobretudo sem expectativas, sendo certo que ela levará a um certo “auto-conhecimento” e a adquirir um olhar mais conciso e estético sobre o que nos rodeia.

Neste Dia Mundial do Desenhador não me vou alongar, pois iria repetir-me. Creio que o melhor será irem a este post que publiquei no início do Discretamente em 2016 e onde o desenho foi tema. Nele partilho algumas dicas para quem aceita esse desafio, sendo certo que seis anos depois essas palavras continuam actuais e a reflectir o que penso e sinto.

Antes de terminar gostaria ainda de dizer algo sobre a imagem/desenho que inicia este post. Ele simplesmente significa que tudo o que o que abarcamos com o olhar é desenhável, seja grande ou pequeno. Significa ainda que basta uma simples caneta e um caderno para o fazer, não sendo aceitável a desculpa de falta de material adequado.

E por ultimo significa que, nesta aprendizagem, o desenho mais gratificante é o mais simples, ou seja, aquele em que quer a mão quer o olhar conseguiram “perceber” o essencial e transpor isso para o papel.

Tentem e não desistam desta viagem. Ela é para toda a Vida!

Este dia justifica-se porque foi a 15 de Abril de 1452 que nasceu Leonardo da Vinci, talvez o maior desenhador de sempre. Em Portugal também é conhecido como o Dia Mundial da Arte, sendo que no Brasil, por exemplo, é conhecido como o Dia Mundial do Desenhista.

água vida

 

IMG_2876

 

Meses depois, a chuva, a humidade e os dias cinzentos regressaram a uma boa parte deste Portugal sedento. Como ela é bem-vinda!

As nossas barragens estão em níveis mínimos e nunca vistos, e os rios acompanham assustadoramente essa escassez. Por isso seria bom que esta chuva permanecesse bastante tempo entre nós, para se entranhar nos solos, torná-los produtivos e simultaneamente alimentar os lençóis freáticos e aquíferos vitais para a vida de todos e para o equilíbrio da natureza.

Acreditemos nessa possibilidade.

Contudo, acreditar não basta, porque precisamos de ser pro-activos na nossa relação com a água. Todos os dias.

Em minha casa, tudo fazemos diariamente para poupar esse bem essencial. Para além das acções habitualmente divulgadas, refiro três gestos menos comuns:

– as garrafas de plástico cheias de água que ocupam há muito tempo uma parte do reservatório dos autoclismos, diminuindo a quantidade de água potável que vai em cada descarga para a sanita;

– a recolha sistemática para um balde de toda a água fria que sai da torneira da banheira até chegar a quente;

– a recolha da água de lavagens de legumes e fruta, ou de alguma roupa ou louça lavada manualmente.

Na prática, são cerca de três baldes de água que recolhemos diariamente e que substituem várias descargas simples de autoclismo. No fim do mês, esses gestos reflectem-se na conta a pagar e são uma pequena ajuda para o planeta.

Muitos dirão “que chatice, isso dá trabalho e não adianta nada!”

E eu convictamente respondo: estes gestos não dão trabalho, porque rapidamente se tornam rotina. Apenas exigem uma vontade genuína em preservarmos um bem maior e vital desta terra que nos acolhe.

Se formos muitos a fazer algo semelhante, estamos a contribuir objectivamente e não apenas com palavras para uma causa maior. Pensem nisso.

 

Entretanto,  desejo a todos um bom fim-de-semana!

 

 

 

 

 

landfill harmonic

 

 

Apesar deste vídeo/teaser sobre o filme Landfill Harmonic datar de 2015 e provavelmente já muitos de vós o conhecerem, só recentemente o visualizei pela primeira vez. E ele emocionou-me o suficiente para decidir partilha-lo neste espaço, porque a essência da mensagem que transmite é importante e sempre actual.

A sobrevivência tem várias faces, sendo tendencialmente associada a uma vertente mais física e material. Porém, a força anímica e a vontade que constrói o ser humano podem ser de tal forma superiores, que suplantam as adversidades materiais e os desequilíbrios criados por uma sociedade incapaz de proporcionar condições mínimas de existência.

Um dos aspectos mais marcantes da mensagem é a forma como, indirectamente, equaciona algumas das nossas atitudes e os pretextos que arranjamos pelo facto de não termos as condições “ideais” para avançar, construir ou criar algo de diferente. E ainda como tudo, nomeadamente os valores, podem ser relativos nesta vida.

 

(Algumas informações sobre a Orquestra de Reciclados de Cateura, a protagonista deste filme)

 

(Obrigada Manuela!)