sombra na luz (I)

Uma fonte de luz, um objecto e um plano, seja ele vertical, horizontal, obliquo ou curvo, sempre ditam a existência de uma sombra.

A versatilidade dessa imaterial forma está directamente relacionada com o ângulo de incidência da fonte de luz, com a textura, forma e características do plano onde esta irá surgir e com o objecto propriamente dito, ou seja, se este é opaco ou translúcido, se possui bordos lineares ou recortados, etc,. E se a fonte de luz é o sol, ainda acresce o(s) movimento(s) da terra cujo efeito é a efemeridade da sombra que está em constante mutação ou dança, como eu sempre gosto de pensar.

O exercício de observar sombras é uma descoberta de novas formas e efeitos, algo que o meu olhar sempre aprecia e se delicia.

Hoje e num próximo post com este mesmo título, partilharei convosco algumas das muitas imagens que tenho com sombras de características completamente diferentes, mas todas com algo de cativante e uma beleza/estética muito própria.

O conjunto de hoje englobou sombras projectadas em superfícies maioritáriamente brancas. Para além de oferecer um contorno mais marcante, o branco será sempre um palco bastante atraente para qualquer objecto projectar a sua sombra.

Se as sombras deste conjunto têm um valor essencialmente estético como já referi acima, não posso esquecer o verdadeiro valor de uma sombra nas estações mais quentes do ano. O sol é vida… mas “escondermo-nos” dele também pode significar Vida!

Desejo a todos uma boa semana!😎

23 thoughts on “sombra na luz (I)

      1. Dulce, teremos sempre as nossas inquietações. Também são elas que muitas vezes elevam o espirito criativo…uma boa semana, com boas inquietações muitos olhares simples como estes!

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  1. Muito delicados esses jogos entre objecto e a luz que no-lo mostra e ajuda a produzir a sombra. No verão existem sombras de frescura aliciante, sobretudo porque provêm de árvores frondosas e que, por camadas, cortam a penetração da luz produzindo no chão um padrão móvel e oscilante se ligeira brisa agita as folhas. Sempre associei penumbra a relaxamento, descanso; a penumbra esverdeada é a melhor.

    Boa semana, Dulce

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    1. Esse padrão oscilante do sol a passar através das folhas das árvores, sempre diferente e único, tem no Japão uma palavra específica, como revela o final (já depois do genérico) do filme “Dias perfeitos” que, se bem me lembro, também a Bea viu e escreveu um post. Essa palavra é “komorebi” e esse efeito deslumbrava o actor principal desse filme. Nós não temos uma palavra específica para isso.
      Quanto a sombras…nas nossas idades, o corpo precisa da frescura de verdadeiras sombras ou penumbras. As “sombras” destas minhas fotos, apenas são apreciadas pela “alma”!😉
      Obrigada Bea e boa semana!

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      1. Gostei imenso do filme, não me lembrava da palavra, mas recordo as horas de almoço no jardim, junto da árvore que fotografava diário e arquivava em casa. O personagem é figura sempre grata e atenta a esse jogo de luz e sombra. Julgo que fosse uma atenção embevecida, era a sua árvore. Tenho ainda o filme no portátil. Vou ter de comprar um disco externo para guardá-lo, não consigo desfazer-me dele. Coisas.

        Ao ver essa passagem, lembrei-me de mim em Itália, descansando sob uma árvore frondosa e bem tratada e eu extasiada com a altura e a copa (na verdade eram quatro copas juntas e nós sentadinhos a descansar) lá tão em cima, a desenhar no solo arabescos móveis. Ali, tive tempo para me perder em pormenores desta natureza. Entendo perfeitamente aquele velhote. A rotina para mim é isso mesmo: tentar fazer bem o que me cabe deixando-me absorver pela beleza do quotidiano, sempre igual e sempre diferente.

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    1. Boa! Como complemento da luz, por aqui o conceito de sombra é tendencialmente estético e “luminoso”! Conceitos mais profundos são para os filósofos!😉
      Obrigada Estevam e bom resto de semana!

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