cidade encantada

Em 2001, no âmbito de umas férias passadas em Espanha, visitamos a chamada Cidade Encantada, um peculiar conjunto de formações rochosas de grande dimensão localizado no Parque Natural da Serrania de Cuenca, mais ou menos a meio caminho entre Madrid e Valência. No álbum de férias desse ano, esse curioso lugar ficou registado com a página acima.

Ao procurar informação mais recente verifiquei que actualmente possui um percurso delineado com cerca de 3 km e que a entrada é paga, dois aspectos que não me recordo existirem naquela época. Porém, se os mesmos contribuírem para preservar aquelas gigantes formações geológicas que me encantaram, acho muito bem que assim seja.

Estou certa que na actualidade, tal como então, continuará a valer muito a pena visitar este lugar. Além disso, a partilha deste desenho fica mais completa com estas informações adicionais, caso algum dos meus leitores passe eventualmente por aquela região.

experimentações #41

Rio Onor, Parque Nacional de Montezinho, Portugal, Agosto 2001

A partilha de desenhos que aqui ocorreu nos últimos anos deixou ainda muita coisa de fora, especialmente no campo dos diários gráficos e livros de férias. Nesse gesto de partilha sempre tive o cuidado de não ser cansativa, o que poderia ocorrer se publicasse mais exemplos/folhas de cada bloco.

É minha intenção continuar a deixar aqui algumas dessas páginas mas agora individualmente, contenham elas apenas desenho ou desenho associado a palavras, um pouco à semelhança do post de hoje. Incluirei igualmente outro tipo de desenhos soltos que fui fazendo com ou sem objectivo nos últimos anos.

Serão posts simples e sem qualquer ordem cronológica, uma espécie de “instantes gráficos” que revelam lugares e olhares que foram marcando as minhas emoções ao longo da vida. Sempre que possível, complementarei com o local e a data de realização do registo. Espero que os apreciem!

Termino desejando a todos uma boa semana!🤗

experimentações #40

Em 2015 comecei a sentir alguma necessidade de estar em férias sem o “compromisso” de registar esse período através de desenhos, textos, etc. Ainda fiz alguma coisa, mas já sem aquela vontade e interesse dos anos anteriores. São esses derradeiros registos em bloco que hoje partilho e que se referem a um período de férias passado entre o Algarve e o sul de Espanha.

No ano seguinte, em 2016, comecei a concentrar uma boa parte da minha energia criativa no Discretamente, pelo que após essa data a maioria dos desenhos realizados foram em função das necessidades do blog.

É muito provável que alguns de vós pensem que os blocos de férias seria algo para não deixar de fazer. De certa forma têm razão, mas precisei de parar por serem uma tarefa bastante exigente. Cada um deles foi uma descoberta e um prazer, mas a partir de certo momento deixou de o ser. Apenas isso. Na verdade, senti que queria começar a ter férias sem compromissos, sem objectivos e libertando a atenção e o olhar. No futuro porém, não descarto a ideia de voltar a eles.

Actualmente faço um ou outro desenho/aguarela, seja em férias seja para oferecer a familiares e amigos em aniversários ou no Natal. Mas nesta fase da minha vida, o tempo e a disponibilidade são realmente escassos. A actividade profissional… o dia-a-dia… a família/ netos…o Discretamente…e uma energia que já não é a mesma, não me permitem fazer mais.

Hoje, é com imensa ternura e alegria que olho para todos os blocos com registos gráficos que possuo e que guardo religiosamente. Afinal é uma parte de mim e da minha vida que está ali a descansar na prateleira de uma estante.

Boa semana!🤗

experimentações #35

Se as férias anuais continuavam a dar origem a blocos com desenhos/registos, nos restantes dias do ano iam crescendo os cadernos com sketches diversificados e baseados em objectos comuns do dia-a-dia.

Em 2010, no entanto, apeteceu-me variar e resolvi começar a preencher um caderno apenas com desenhos de mãos, tendo por base o “modelo” sempre disponível: a minha mão esquerda. Sendo completamente destra, a mão direita era a activa e a esquerda sempre a passiva.

Desenhar mãos é bastante difícil, pelo menos para mim. Recordo que raramente ficava satisfeita com o resultado mas, sendo o objectivo apenas treinar e aprender, o meu “gostar” não era realmente importante. Digamos que funcionava apenas como incentivo. Como todos estes esboços eram realizados a caneta, o que saía…era o que ficava.

Pontualmente, e já sem saber que mais posições arranjar para a mão, fixava-me apenas num dos dedos ou, para variar, num pé!

Guardo com muito carinho este caderno como exemplo da persistência e da motivação que então me moviam. Hoje já não tinha paciência para fazer isto, sendo talvez por isso que aprecio muito mais o seu conteúdo.

Bom fim-de-semana!🤗

experimentações #33

Durante alguns anos centrei-me essencialmente nos álbuns “por aí” como os partilhados no último post desta série.

De vez enquanto surgiam algumas intranquilidades criativas, inquietações que no final de 2008 aumentaram muito, a par da sensação de estar “demasiado parada” e de precisar de crescer um pouco mais.

Comecei também a sentir que o caminho não estaria nos traços que povoavam o meu imaginar como acontecera até então, mas que precisava de saber desenhar melhor o que via, de perceber racionalmente a relação entre as formas/volumes, perspectivas, sequência de planos, etc. Percebi igualmente que precisaria de muito, muito treino até eventualmente sentir que sabia realmente desenhar. Adquiri então alguns livros que me deram dicas importantes e comecei com um treino intensivo que consistia em fazer um desenho por dia o que, verdade seja dita, nem sempre foi cumprido com rigor.

Ao centrar-me na realidade tudo começou a ser alvo do meu olhar e a ser desenhado. Utilizava a caneta para não apagar nada e assim perceber a evolução. E depois foi insistir, insistir e insistir, como consiste no geral qualquer treino.

Os blocos foram sendo preenchidos, ficando aqui apenas alguns exemplos desse treino visual e manual.

Nesse ano de 2009 voltei a fazer um bloco com registos de férias, o que já não acontecia desde 2003. Completamente diferente dos anteriores, ele foi de certa forma uma continuação dos desenhos diários para os quais eu estava “programada”. A grande diferença é que os alvos escolhidos estavam maioritariamente no exterior. 

Na última imagem, as duas páginas do bloco estão preenchidas com registos rápidos de pessoas em movimento, algo para mim extremamente dificil, quer naquela altura quer agora.

Falta-me uma boa memória visual capaz de captar a posição dos corpos em acção como uma imagem fotográfica que depois seria transposta para o papel. Precisaria realmente de muito, muito treino até conseguir registos que exprimissem a naturalidade/espontaneidade dos corpos e das expressões a ele associadas. Porém, até hoje não me apeteceu fazê-lo. Talvez um dia, quem sabe.

Neste momento assumo totalmente essa incapacidade relativamente a algo que, na minha perspectiva, caracteriza e define um verdadeiro desenhador.