
Naquela manhã de Janeiro…
…o Sol decidiu sentar-se… encostar-se…
… relaxar…
…e apreciar as matinais neblinas que impediam o seu brilhar!
🤗
Naquela manhã de Janeiro…
…o Sol decidiu sentar-se… encostar-se…
… relaxar…
…e apreciar as matinais neblinas que impediam o seu brilhar!
🤗
…após acordar e ainda muito estremunhada, deparei-me com esta imagem quando cheguei à janela. E pensei: que belo presente para começar o dia!
Fui buscar a máquina fotográfica e tirei estas fotos apreciando calmamente o momento. E posteriormente pensei: porque não partilhar este presente?
Um bom dia para todos!
Em véspera de um novo período de confinamento decretado para o meu país em virtude da pandemia e que também me irá abranger, sei que por algum tempo não passarei por este lugar de todos os dias e por estes belíssimos olhares que Lisboa me oferece.
No meu íntimo e perante esta imagem, para além de agradecer mais uma vez esta dádiva matinal, desejei sobretudo que a energia emanada por este tranquilo nascer do dia se reflicta na consciência deste país, seja alimentando a esperança que nos habita, seja na lucidez e na atitude responsável com que devemos cumprir rigorosamente o que nos é pedido a partir de amanhã.
E temos a obrigação de o fazer em prol de uma sociedade que neste momento tem recursos a atingir o limite e muita gente afectada pelo cansaço, pelo sofrimento e pelo desgaste emocional provocado por toda esta situação. Sem esquecer obviamente as graves dificuldades económicas que já atingem uma boa parte da população.
Por tudo isso e pelo todo que formamos como país, façamos o nosso melhor.
No primeiro dia de Fevereiro de 1905, faz hoje 112 anos, nasceu a minha avó materna. Deram-lhe o nome de Adelina.
Poderia dizer mil coisas sobre ela, sobre a sua vida ou sobre a relação que tivemos, mas por respeito, sinto que devo manter isso na esfera privada.
Contudo, alguns anos antes de falecer, contou-me um episódio da sua infância, uma história sobre o seu sentir, muito simples, mas reveladora da ingenuidade e da forma de estar de uma criança que vivia num monte algarvio no início do século XX.
Agarrei nele e fiz este poema que hoje partilho e ao qual dei o nome de Misterioso sol.
Estou certa que a minha avó, que também escrevia poesia, não se importaria de ver a sua vivência escrita desta forma pela neta. E para mim, é uma pequena homenagem a alguém que muito admirava.
Nasceu a sul este poema.
E viveu no imaginar
de uma criança de outro tempo,
que perto da sua casa
gostava de se sentar,
de sonhar com o mar que não conhecia,
de ver o horizonte
e o céu azul,
ou o sol a nascer
e o dia a desaparecer.
A casa
onde morava
olhava os montes,
suaves e ondulantes,
que encantavam
a menina
naquele lugar onde vivia.
Ao lado da porta
havia uma pedra,
a sua pedra,
o lugar onde se sentava
para descansar,
olhar
muito pensar
tudo imaginar
e sempre divagar…
…sobre o sol…
…que mistério o levaria
a num lado se esconder
e no outro a aparecer?
Por onde andaria
nesse tempo de escuridão
até de novo ser dia
e o voltarmos a rever?
Cansada de tanto pensar
e na esperança
de entender,
teve um dia uma lembrança
e a certeza,
de finalmente descobrir
aquele grande mistério
que sempre via acontecer.
Então,
acreditou profundamente
que depois do anoitecer,
o sol percorria
devagar
e escondidinho
para ninguém o ver,
aquele longo caminho
monte após monte,
até ao lugar
de novamente aparecer.
E aí,
ele voltava a espreitar,
o dia a brilhar
e o tempo a aquecer!
Hoje, dia 24 de Agosto de 2016, o dia nasceu particularmente bonito na área de Lisboa.
Os raios de sol brincaram com as nuvens que receberam deliciadas aquela luminosa energia matinal.
No céu, como num grande palco, um espectáculo de dança…lento… sensual…entre as nuvens e os raios…
Estava lindo o nascer do dia!!