encontros vivos

Nos vinte e oito anos de partilha de vida com o meu companheiro, a natureza sempre foi uma forte ponte de ligação entre nós e a fotografia da natureza uma descoberta que ambos fomos aprendendo a apreciar. Ele de uma forma mais profissional, também pelo material fotográfico que possui, e eu de uma forma bastante mais empírica pois limito-me ao automático da máquina, ou seja, a fotografar sem botões nem complicações.

Apesar das diferenças técnicas, o prazer que partilhamos é semelhante, pelo que durante as nossas férias (e durante todo o ano, acrescente-se) a vertente da fotografia está sempre bem presente. Ele dedica-se especialmente à fauna e eu dedico-me a tudo, como o Discretamente tem revelado ao longo dos seus sete anos de existência.

Este ano não foi exceção e ambos tiramos imensas fotografias nas férias. Pela minha parte consegui um bom conjunto de imagens, muitas já aqui partilhadas nos posts o descanso das algas e areia com vida.

Estando já o Outono no calendário, é tempo de fechar o ciclo de posts sobre as férias de Verão, o que farei neste dia. Para isso escolhi os animais que cruzaram os nossos caminhos na Ria Formosa e que foram alvo da minha atenção e da objectiva da máquina fotográfica. E sobretudo da minha gratidão por não terem fugido como tantas vezes acontece!

Para terminar, talvez o “encontro” mais interessante destas férias no que se refere à fauna, pelo facto de não ser fácil de suceder. Refiro-me ao Tecelão-de-cabeça-preta (Ploceus melanocephalu), uma ave que costuma fazer o ninho no meio dos caniços em locais relativamente escondidos. Apesar de também eu a ter fotografado, partilho abaixo a foto obtida pelo meu companheiro Jorge Oliveira, imagem em tudo melhor que a minha.

Ao passarmos as férias juntos, indirectamente ele esteve presente em todos estes momentos, pois também fotografou todos estes animais. Além disso, acrescente-se, nada disto teria o mesmo sentido sem a sua companhia!💚

Desejo um bom domingo e, já agora, também uma boa semana!🤗

areia com vida

Voltando ao período de férias passado na Ria Formosa, a presença de longas faixas dunares nos vários quilómetros das ilhas-barreira permite-nos estar muito perto daquelas espécies vegetais que apreciam a secura da areia e o forte grau de salinidade do solo e da atmosfera para viver. Apesar da sua aparente fragilidade são estruturalmente fortes pela grande capacidade de aguentar situações atmosféricas difíceis, como fortes ventos e temperaturas extremas. Essa resistência, contudo, não impede que sejam ecossistemas frágeis e a preservar, uma vez que são barreiras fundamentais na proteção da ria e de todas as espécies que nela habitam e/ou procriam.

Nos vários passeios realizados, fui fotografando aqui e ali essa vegetação dunar, imagens que hoje partilho convosco.

Acrescente-se que a maioria destas fotos foram captadas na periferia das dunas. Nas poucas vezes que as atravessamos procuramos seguir trilhos já marcados para pisotear o menos possível.

Admiro esta vegetação pela sua capacidade de nascer, viver e reproduzir-se na secura da areia, em condições aparentemente tão adversas. E, como as imagens acima revelam, muitas ainda “oferecem” flores ao nosso olhar, algo que sempre me fascina numa duna.

Creio que isso apenas significa que estarão felizes!

Sendo hoje domingo, desejo a todos uma semana tranquila!🤗

discretamente de regresso…

….começo por agradecer colectivamente a todos os que deixaram votos de boas férias no último post que publiquei antes de me ausentar. O meu sincero obrigado.

A tranquilidade da imagem acima reflecte parcialmente o sentir de uns dias passados a sul do meu país, entre longos areais, belos passeios, manhãs geralmente magnificas e temperaturas amenas. E digo parcialmente porque, à excepção de dois dias, aquele vento irritantemente forte e cada vez mais presente nos verões portugueses apareceu sistematicamente a meio do dia, espalhando uma evidente intranquilidade no areal, no mar… e também no nosso sentir.

Essa imagem contrasta igualmente com a última parte das férias, período passada com a família (e com os netos) num lugar de fácil acessibilidade à praia mas replecto de veraneantes. Uma “mais -valia” logística quando se tem crianças ainda pequenas e se quer usufruir da praia com elas, mas algo que realmente nada tem a ver com o meu/nosso gosto.

Contudo, ao estar com os netos sabia que aliviaria um pouco os seus pais, especialmente a minha filha. Assim, fui avó e ama. Mais avó com o Vasquino e mais ama com o Vicente. Com o primeiro conversei, brinquei, fiz piscinas e castelos de areia… e com o segundo dei mimo, colo, mudei fraldas e adormeci-o nos meus braços. Uns anjinhos… que também sabem fazer birras!

Tentei sobretudo ser útil e, apesar de cansada, terminei as férias com a sensação de dever cumprido. Percebi que aquele forte abraço e aquele sincero obrigado da minha filha foi tão tranquilizador como os momentos de silêncio, de paz e de ausência de vento proporcionados pelo areal da imagem acima.

Talvez porque o coração… o meu coração…. esteve em ambos os lugares e em ambas as situações!🧡

férias!

Iniciando agora um período de férias, como sempre tem acontecido estarei afastada do blog, pelo que não publicarei nem vos acompanharei nas próximas três semanas.

Será tempo de estar alguns dias mais perto da família, mas também um tempo de puro descanso….de sol e de muita sombra…. de banhos de mar…e de uma imensa vontade de estender o olhar por horizontes um pouco mais amplos do que aqueles que a cidade oferece diariamente.

Essencialmente, será um tempo de não compromissos, algo que muito preciso.

Obrigada por me irem acompanhando e até meados de Agosto!🤗

experimentações #40

Em 2015 comecei a sentir alguma necessidade de estar em férias sem o “compromisso” de registar esse período através de desenhos, textos, etc. Ainda fiz alguma coisa, mas já sem aquela vontade e interesse dos anos anteriores. São esses derradeiros registos em bloco que hoje partilho e que se referem a um período de férias passado entre o Algarve e o sul de Espanha.

No ano seguinte, em 2016, comecei a concentrar uma boa parte da minha energia criativa no Discretamente, pelo que após essa data a maioria dos desenhos realizados foram em função das necessidades do blog.

É muito provável que alguns de vós pensem que os blocos de férias seria algo para não deixar de fazer. De certa forma têm razão, mas precisei de parar por serem uma tarefa bastante exigente. Cada um deles foi uma descoberta e um prazer, mas a partir de certo momento deixou de o ser. Apenas isso. Na verdade, senti que queria começar a ter férias sem compromissos, sem objectivos e libertando a atenção e o olhar. No futuro porém, não descarto a ideia de voltar a eles.

Actualmente faço um ou outro desenho/aguarela, seja em férias seja para oferecer a familiares e amigos em aniversários ou no Natal. Mas nesta fase da minha vida, o tempo e a disponibilidade são realmente escassos. A actividade profissional… o dia-a-dia… a família/ netos…o Discretamente…e uma energia que já não é a mesma, não me permitem fazer mais.

Hoje, é com imensa ternura e alegria que olho para todos os blocos com registos gráficos que possuo e que guardo religiosamente. Afinal é uma parte de mim e da minha vida que está ali a descansar na prateleira de uma estante.

Boa semana!🤗

experimentações #39

Depois da “traumática” experiência com o bloco do ano anterior, em 2014 adquiri um da marca Winsor&Newton, adequado a aguarela e que me desse alguma garantia de solidez. Cumpriu essas exigências, mas lamento que nove anos depois o papel esteja extremamente amarelecido nos bordos, como é bem visível nas imagens que hoje partilho.

Comparativamente com o do ano anterior, este registo tem muito menos texto e  abrange um período de férias que contemplou a Extremadura espanhola e o Algarve. A par dos desenhos e de uma ou outra fotografia, integra também detalhes naturais, como folhas e casca de árvores, conchas, algas e ainda parte de uma pele de cobra encontrada num trilho pedestre em Espanha.

Em certos desenhos optei por colorir apenas detalhes pontuais, normalmente aqueles que apresentavam mais cor ou que tinham mais importância no contexto geral. E gostei bastante do efeito conseguido.

Seguem-se então algumas folhas das mais de quarenta que formam este livro de registos em tempo de férias.

Obrigada pela presença!🤗

experimentações #38

Continuando esta partilha de registos e sentires, diria que a palavra a que associo as férias do ano de 2013 é “contratempos”. A começar pelo bloco que utilizei e sobre o qual escrevi no seu final o excerto que se segue:

 “Logo nas primeiras páginas percebi que a encadernação deste caderno era tão má, mas tão má, que ao virar uma folha ela logo se soltava da lombada senão total pelo menos parcialmente. Foi uma luta complexa, porque às vezes me apetecia rasgá-lo todo! Apenas relaxei um pouco quando decidi separar as folhas da lombada sempre que isso não interferia com o registo. Além disso detestei este papel que se dizia adequado a todas as técnicas…mas que se mostrou péssimo para aguarela por ser extremamente absorvente…”

Recordo bem que não desisti por muito pouco. E que apenas continuei porque me habitam umas boas doses de paciência e persistência…

Para além do bloco e entre outras situações desagradáveis que me sucederam, logo no primeiro dia de viagem perdi a carteira com todos os documentos importantes e algum dinheiro. E quem a encontrou não foi honesto, pois não me contactou nem avisou a polícia. Só meses mais tarde – quando já não era necessária – a dita voltou às minhas mãos, sem o dinheiro e depois de já ter obtido uma segunda via de todos os documentos importantes.

Estas férias de 2013 decorreram em Portugal, contemplaram o norte e o sul…. e também tiveram bons momentos para neutralizar os menos simpáticos!

O facto de várias situações/circunstâncias não terem corrido bem, levou-me também a incluir numa das suas páginas o desenho que dá início a este post. Porque o humor sempre ajuda a enfrentar qualquer contratempo!

Um bom resto de domingo e uma boa semana para todos!🤗