
Entre as mãos e a alma
uma chávena de chá
aquece
e acalma,
infusão de natureza
que o corpo recebe
com paz
e gentileza!
Entre as mãos e a alma
uma chávena de chá
aquece
e acalma,
infusão de natureza
que o corpo recebe
com paz
e gentileza!
… ao jardim
… à beira mar
… ao quarteirão
… nos meandros da cidade
… na serra
… pelo interior do país
…
Qualquer lugar é bom para “dar uma volta”, desde que nos habite abertura de espírito para usufruir daqueles momentos em que o corpo e os sentidos estão disponíveis para estar, dar e receber. Além disso, “dar uma volta” é saudável em qualquer idade ou circunstância, seja no caminho de todos os dias, seja num novo trajecto ou lugar. Na verdade, sempre existe algo de novo quando existe essa abertura interior e vontade de dialogar com o exterior.
O “Dia de dar uma volta” que hoje se comemora (22 de Novembro) deveria ser lema para os restantes dias do ano. Porque faz bem ao corpo e alimenta a alma.
Sendo fã desta frase e ideia, e porque todos os dias, com raras excepções dou a “minha volta”, não poderia deixar de mencionar a data.
Que “as voltas” nos acompanhem ao longo da Vida e, se for caso disso, que tenhamos a coragem de dar também uma boa “volta à Vida”!
Uma aragem primaveril percorre um Outono
que ainda não sentimos no corpo
ou na pele.
Mas no silêncio do tempo
o Outono está aí…
…começando a abraçar as árvores,
descolorindo as suas ramagens
e atapetando os recantos de folhagens.
Por vezes,
não há sintonia
entre as mensagens do sentir
e as paisagens do nosso olhar!
O corpo e a mente não acompanham ao mesmo ritmo o regresso ao trabalho no pós-férias.
O primeiro adapta-se melhor e rapidamente reaprende as rotinas…mas a mente, bem mais dispersa, vagueia entre esses dois tempos num saltitar irrequieto que apenas o passar dos dias permite tranquilizar um pouco mais.
Como sempre me acontece, mais uma vez estive dentro desse filme em modo bem activo. Por vezes até cansa esse “deambular” sem sair do mesmo sitio…
Entretanto, a transição vai acontecendo porque a realidade se impõe e exige atenção e concentração. Contudo, não obstante este voltar à realidade, de vez em quando surgem sentires…imagens…detalhes que nos levam a esses dias…..
…a visão da maré baixa (que adoro!)
…os longos areais e os passeios matinais à beira-mar
…o primeiro banho de mar do dia, logo bem cedo e que nos faz sentir em comunhão com a Vida e com tudo!
…dormir na praia (tão bom!)
…o sabor de inesquecíveis bolas de Berlim
…a satisfação de degustar deliciosas sardinhas assadas
…
…
…e aquele dolce far niente que só os dias de férias permitem!
E há um momento, muito especial e bem diferente deste tipo de sentires que não desaparecerá da memória: o da imagem que inicia este post!
Este guarda-rios pousou a pouco mais de dois metros do observatório onde nos encontrávamos no parque Ambiental de Vilamoura. Vi-o, mas logo me escondi parcialmente para que o meu companheiro, em boa posição e já com a máquina ligada o pudesse fotografar devidamente.
Dada a proximidade do tronco em que esta pequena ave se encontrava, se naquele exacto momento eu ligasse a minha máquina, certamente ele voaria pois são aves muito assustadiças e que reagem ao mínimo gesto ou som em seu redor.
Para nosso deleite, ele permaneceu alguns segundos naquele tronco. Virou-se para um lado, depois para outro e foi lindo, pois nunca tínhamos visto esta espécie tão próximo e com tanto pormenor. Não o fotografei, é certo, mas não tenho pena. Por vezes é importante saber parar e não querer demais…para que não se perca tudo.
Fico muito feliz em partilhar esta imagem captada pelo meu companheiro. É dele, mas indirectamente também é minha. E ambos sabemos que este silencioso momento das nossas férias nunca será esquecido!
Tal como eu, que já o conheço há algum tempo, muitos de vós já visualizaram certamente este vídeo. Contudo, revê-lo de vez em quando é sempre um momento interessante porque nos relembra e recoloca no nosso devido lugar.
Cientificamente pode ter falhas, mas sinceramente creio que tal não é importante. Ele vale como um todo e pela mensagem que encerra…
…por um lado, ao recordar humildemente a nossa verdadeira dimensão e vulnerabilidade neste infinito espaço que nos cerca e, de uma forma mais indirecta, ao levar-nos a questionar o que somos, os nossos valores, atitudes e o que construímos como sociedade;
…por outro, coloca-nos perante o fantástico e maravilhoso universo que é a Vida existente na Terra, escolhendo o nosso corpo como exemplo dessa vida;
…e por último, intrinsecamente ele revela as capacidades que caracterizam o espírito humano, tendo por base a curiosidade, a criatividade, o conhecimento e a tecnologia. Sem elas, este vídeo simplesmente não existiria.
Ele é sempre uma boa viagem para o pensamento!
Caminhar…
…com o corpo
no presente
e o futuro
no olhar.
O aqui e o além
juntos,
num mesmo momento
do meu tempo….
…agora,
neste lugar.
Amiúde as gaivotas pousam naquele lugar para descansar ou, quem sabe, talvez pensar nas vicissitudes da sua vida.
Raramente observo interacção entre elas, mas neste dia as movimentações do corpo e do olhar destes dois exemplares eram tão humanas, que um diálogo estava certamente a acontecer. Entre a decisão de registar ou não o momento e o tempo de ir buscar a máquina fotográfica passaram alguns segundos. Quando voltei à janela ainda consegui captar estas duas expressivas imagens, detalhes a que a minha imaginação rapidamente “legendou” com três mini-diálogos, entre tantos outros possíveis…
– Amor, vou buscar um peixinho para o nosso almoço!
– Que bom! Tem cuidado e volta depressa!”
– Esqueceste-te novamente do que te pedi? Estou farto(a) Vou dar uma volta!
– Oh, desculpa…
– Queres ou não queres ir? Decide-te!
(silêncio… e mais silêncio….)
– Parece-me que não queres… então até já!
…………………..
Em conclusão:
Tendo por base apenas o olhar, uma mesma situação pode ter várias leituras, algumas até com sentidos opostos.
E o mais provável……é que nenhuma revele realmente a verdade!
Na unidade somos naturalmente diversidade, seja nos corpos, opções, gostos, opiniões, desejos ou expectativas.
Partilhamos gestos, olhares, palavras, sentimentos, alegrias e dificuldades, sendo certo que a reacção/repercussão desses estímulos em cada um de nós é sempre diferenciada.
Neste caminho feito de relações podemos ser fortes e resistentes, ou frágeis, muito frágeis. Ou ambas as coisas em momentos diferentes.
Somos o que somos. E lado a lado vivemos todos os dias.
Atentos ou de costas viradas.
Um dia,
o azul, o frio, o vento e o arrepio…
no seguinte,
a chuva e a melancolia…
e no outro,
um quente cinzento de tropical sabor…
…e fica o corpo em desequilíbrio
com tanta mudança de humor!
Se uma estação não quer sair
para outra se implantar
apenas o diálogo
as poderá acalmar.
Sugiro então um frente a frente,
pacífico
e urgente
em qualquer esquina do tempo…
…e que decidam finalmente
em que pé vamos ficar,
para o corpo relaxar
se equilibrar
e a mente
naturalmente,
em paz o acompanhar!
Disponibilidade…
…é a cumplicidade
dos sentidos com a alma.
Um bem estar
que alimenta o olhar,
uma carícia
que afaga os sentidos,
a pele,
o corpo
e deixa o mundo nos tocar.
Disponibilidade
é ser
e estar inteiro
em qualquer lugar!