abbé pierre

Estreou recentemente nos cinemas um filme que revela a vida do sacerdote católico Henri Antoine Groués (1912-2007), mais conhecido como Abbé Pierre, um dos principais fundadores do Movimento Émmaus, actualmente com comunidades espalhadas por todo o mundo.

Há seres que nascem para dedicar toda a sua energia, generosidade, bondade aos outros, sempre com a finalidade de combater a exclusão social e de lhes proporcionar uma vida um pouco melhor. Pessoalmente sabia da sua associação ao movimento Emmaús, mas nada mais sobre a sua intensa, lutadora e simultaneamente intranquila personalidade.

É um filme marcante pela actualidade, uma vez que as políticas prevalentes insistem em esquecer os mais frágeis e com menos possibilidades em prol do lucro e de outros valores bem menos sensíveis.

Recomendo a sua visualização, porque através dele aprendemos algo…porque nos questiona… e porque saberemos como ajudar onde quer que este movimento esteja activo.

Boa semana!🤗

Imagem retirada de
https://filmspot.pt/filme/l-abbe-pierre-une-vie-de-combats-944117/

igual…mas sempre diferente!

Apesar deste olhar sobre a zona ribeirinha de Belém/Lisboa já ter passado pelo Discretamente em várias ocasiões, sempre me encantam as imagens matinais que diariamente este lugar oferece a quem ali passa, como é o meu caso. Apenas não as publico mais vezes para não ser repetitiva.

Hoje, porém……..se novamente me encantou e por momentos me levou para fora da realidade deste louco mundo……..porque não partilhar mais uma vez a sua boa energia?

abril de liberdade

O dia 25 de Abril de 1974 sempre passou pelo Discretamente e este ano não poderia fugir à regra pela importância desse evento na sociedade portuguesa.

Enquanto ponderava sobre o assunto e sobre as suas palavras chave – ABRIL e LIBERDADE – percebi que todas as letras da primeira fazem parte da segunda.

Que curioso, pensei….posso ir por aqui…

Entretanto ainda constatei que esta coincidência de letras não se poderia repetir em nenhum outro mês do ano. Se, sonoramente, Abril é o mês-palavra mais “livre e voador” do ano (ideia que já partilhei convosco num post recente), graficamente não tinha percebido que Abril existe em Liberdade… que as palavras “encaixam” uma na outra… e, por isso, intrinsecamente ligadas.

Não sei qual o motivo exacto que levou os militares portugueses a escolher precisamente o mês de Abril para fazer esta revolução. Provavelmente um misto de questões tácticas, meteorológicas, contexto político, urgência nacional, etc.,

Mas, “poeticamente” falando, terão pensado que “Abril” vive em “Liberdade”? Se sim, será ainda mais maravilhoso o que fizeram. Se não o pensaram, outros provavelmente já o fizeram. Ou não.

Tudo isto são apenas divagações sobre algo bem maior que aconteceu nessa data.

Pessoalmente, nunca esquecerei que foi esse longínquo dia de 1974 – tinha eu apenas 16 anos e muita ignorância dentro de mim – que permitiu…

… libertar os que lutaram e sofreram em prol da liberdade

… valorizar os que morreram pela mesma causa

… a possibilidade de todos votarem em eleições livres

… liberdade de expressão e de circulação

… igualdade de direitos

… acesso a um infinito número de novas oportunidades

… etc,.

Apesar de todos os desequilibrios que existem e do bom senso que ainda não conquistamos, foi um dia fundamental para a sociedade que hoje somos. E isso é que é realmente importante.

kit com vida

Cada nascer de dia é um momento único e cada instante das vinte e quatro horas que se lhe seguem uma surpresa em todo o seu potencial. A tendência geral é a de cada instante ficar pela neutralidade/indiferença, mas são livres de oscilar e de se manifestar entre extremos, sendo um desses pontos a tragédia.

Ou seja, as tragédias ocorrem quando menos se esperam. Mais ou menos naturais, podem alterar toda a nossa vida ou ser capazes de transformar a vida de milhares de pessoas, como é o caso dos recentes tremores de terra ocorridos na Turquia e na Síria. Desta vez foi ali, mas um dia pode ser connosco.

Todos sabemos que Portugal tem um historial de grandes terramotos e que vivemos numa região com predisposição para esses eventos. É por isso conveniente que estejamos minimamente preparados e que uma certa racionalidade se sobreponha ao medo e ao pavor que estas situações-surpresa sempre nos suscitam só em pensamento.

Para que estejamos mais conscientes dessa vulnerabilidade que nos envolve, basta seguir com atenção a actividade sísmica disponibilizada no site do IPMA, para percebermos a quantidade de pequenos sismos que diariamente acontecem, apesar de, no geral, não serem por nós sentidos. Há quem diga que esses pequenos abalos são benéficos pois permitem uma dispersão de energia. Seja assim ou não, estamos sempre sujeitos a que aconteça um evento de maior dimensão.

Gostaria por isso de partilhar um artigo publicado recentemente no site da DECO PROTESTE – a mais importante organização portuguesa associada à defesa do consumidor – onde de uma forma muito objectiva se enumera o que deve constar de um kit de sobrevivência/emergência e o que será essencial em caso de uma catástrofe natural.

Essa listagem/ dados práticos estão aqui e valem uma leitura atenta.

Pessoalmente ainda não tenho uma mochila pronta para uma emergência, mas muito em breve tratarei disso. Espero nunca precisar de a utilizar… mas, mais vale prevenir do que remediar. Além disso as terríveis imagens que nos têm chegado nos últimos dias, creio que justificam toda a prevenção e objectividade.


Nesta espécie de “roleta russa” que é a nossa existência…. aproveitemos mais conscientemente os instantes, os momentos, as circunstâncias ou a companhia dos que nos são queridos, assim como as belezas ou os detalhes que o olhar sente e o coração consente.

Aproveitemos esta Vida que nos anima e que generosamente se renova em cada instante… e em cada nascer de dia!

Que seja um bom e bem aproveitado fim-de-semana para todos!🤗

 
Imagem inicial captada hoje ao nascer do dia e a imagem do kit retirada de
https://www.deco.proteste.pt/casa-energia/condominio/noticias/como-preparar-kit-sobrevivencia-fazer-caso-sismo

boas festas!

Que nesta época festiva e sobretudo que no Novo Ano que se aproxima cultivemos a capacidade de…

… estar atentos e partilhar

… nos colocarmos no lugar do outro

… ouvir e tentar entender

… acreditar

… ser solidários

… e que consigamos alcançar aquele equilíbrio sempre necessário, seja como seres individuais seja colectivamente.

A todos os que continuam a passar pelo Discretamente, desejo um Bom Natal e um ano de 2023 com tudo o que é importante para vós e para os que vos são queridos.

E para o mundo, que seja definitivamente um tempo de resolução e de apaziguamento de conflitos. Creio ser esse o desejo de todos nós.

Um abraço e voltarei em 2023!🤗

(Desenho de Dulce Delgado)

bolachas

Com ou sem açúcar
glúten
ou lactose,

normais
integrais
ou vegan,

consistentes
macias
ou estaladiças,

redondas
quadradas
ou rectangulares

simples
complexas
ou gourmet,

em pacote
caixa
ou a granel,

etc,
etc,
etc,…

…as bolachas fazem parte dos nossos dias e são aquele detalhe mais ou menos doce, que alimenta, conforta…e que é muito fácil de usar em excesso. A sua enorme variedade enche prateleiras de supermercado e será rara a casa que não possui um pacote num qualquer armário ou dispensa.

As novas regras de nutrição indicam que as bolachas vulgares não devem fazer parte da alimentação antes dos dois anos. O seu excesso em qualquer idade levará certamente à obesidade e será sinónimo de uma má alimentação. Aliás, durante a pandemia e a obrigatoriedade em permanecermos em casa, houve um exagerado consumo de bolachas e alimentos doces com consequência para a saúde de muitos.

Neste Dia da Bolacha, 4 de Dezembro, que o eventual gesto quase automático de ir buscar e comer uma bolacha não seja indiferente. Por um lado, tentando valorizar esse pequeno prazer de fácil acesso, de grande diversidade e disponível para todos os paladares; e por outro, lembrando que é um alimento raro para uma boa parte da população mundial, para quem não existem facilitismos….e muito menos o fácil acesso a esses extras. Para essa fatia da humanidade está em testes um projecto para a criação de bolachas com nutrientes, vitaminas e minerais capazes de equilibrar minimamente a alimentação de populações sub-nutridas e afectadas pela fome. Que ele avance e tenha bons resultados.

Para nós, que as temos sempre à mão…que sejam saboreadas com prazer mas sem escessos!

experimentações #37

Continuando a partilha de experimentações gráficas, depois do álbum elaborado em 2011 sobre as férias passadas nos Açores e já aqui publicado no último post desta série, só poderia fazer algo mais simples e menos exigente. Por isso, de uma forma muito natural em 2012 predominou a escrita intercalada aqui e ali com alguns registos gráficos, fotografias ou com aquilo que a natureza me ia oferecendo.

Este álbum abarca cerca de dois meses, englobando férias que se realizaram… férias que não se concretizaram…. e ainda outro tipo de situações familiares e sociais ocorridas nesse instável período de crise nacional e internacional. Diria que, mais do que um álbum de férias, ele é um álbum de vivências ocorridas no Verão de 2012.

Tendo em conta a quantidade de texto e as muitas folhas sem qualquer registo de outra natureza, vejo-o mais como um documento vivo do que como um album gráfico. Mas essa perspectiva não lhe tira qualquer valor emocional pois, pelo contrário, creio que até o fortalece.

Sendo este o último fim-de-semana de Novembro, que seja um tempo tranquilo e bem aproveitado por todos!

fotografia

Uma fotografia é uma forma mágica de “materializar” um momento que nos toca. Com ela guardamos um instante que será recordação e talvez um dia história…uma boa ou dolorosa emoção…aquele olhar que tocou o nosso sentido estético… ou um momento de sintonização com o mundo que habitamos.

As máquinas de hoje fazem-nos esquecer um pouco a magia associada ao tradicional click que sempre as caracterizou. O facilitismo técnico a que chegaram leva-nos a disparar quase automaticamente. É bom e mau porque, como bem sabemos, tudo o que é fácil torna-se banal.

Seja a fotografia o que for para cada um, neste Dia Mundial da Fotografia não posso deixar de referir o quanto aprecio esta descoberta que teve uma evolução extraordinária no tempo e que faz parte dos nossos dias. De todos os dias, através das formas mais ecléticas de a registar.

Eu tenho a minha forma de a sentir. Através dela gosto especialmente de captar os olhares e os detalhes que me dão tranquilidade… apesar de saber que o mundo real não é exactamente assim.

Com esta imagem, partilho o meu desejo de um tranquilo fim-de-semana!

caracóis

Uma das alterações que o crescimento me provocou foi o deixar de gostar de caracóis cozidos, um petisco deveras apreciado por muitos portugueses. Houve obviamente uma razão para isso, mas tal não é relevante neste post.

Posso não gostar deles como petisco, mas gosto muito de os ver no meio da natureza. Porém, assim como nós mudamos ao longo da nossa existência, também estes pequenos animais foram alterando alguns dos seus hábitos e adaptando-se à evolução dos tempos.

São cada vez mais os caracóis que procuram locais estranhos e bem diferentes das típicas ervas e hastes secas onde os ía apanhar na infância. Agora os caracóis são mais exploradores e vemo-los sobre os nossos carros, em sinais de trânsito, postes eléctricos, sebes metálicas ou plásticas, etc, etc,. sendo tudo um bom lugar para estacionar.

De “personalidade” bastante variável…

…tanto podemos encontrar os caracóis solitários como o da imagem inicial…

…. os que conseguem viver minimamente em sociedade respeitando o espaço dos outros…

… os que apreciam um pouco mais de confusão e convívio, mas ainda seguem algumas regras…

…e especialmente aqueles onde impera a filosofia do “tudo ao molho e fé em Deus”, como diz o velho provérbio. Sem dúvida que estes são o grupo mais abundante!

No meio de tantas possibilidades, surge irremediavelmente a minha vertente romântica que me leva a acreditar que há caracóis que têm um lado “humano e emocional”…. como os da foto ao lado que procuraram um recanto mais sossegado onde viver, namorar e criar a sua prole!

É certo que é um lugar metálico e pouco natural mas, de certa forma, isso está de acordo com a evolução e as escolhas deste nosso tempo…

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Algumas notas adicionais e curiosas sobre caracóis:

– integram-se no grupo dos moluscos terrestes que se protegem dentro de uma concha (gastrópodes)

– são maioritariamente hermafroditas, mas muitos acasalam, sendo os ovos postos por ambos os progenitores

– reproduzem-se na Primavera e Verão, fazendo várias posturas que podem ir até 100 ovos por caracol/postura

– quando eclodem a sua casca é muito frágil. Depois vai sendo fortalecida com cálcio que eles mesmos produzem. Muitas vezes alimentam-se de cascas e de ovos que não eclodiram. Nascem muitos mas também morrem imensos, pois têm muitos predadores

– a vida média de um caracol é de 2 a 5 anos, podendo ser bastante mais se estiver em cativeiro

– desloca-se sobre o pé, um forte músculo que tem na base, e produz uma substância gomosa para facilitar a deslocação

– etc, etc,.

São bem curiosos, não são? 🐌🐌

presenças ausentes

Apesar de pouco consciente em nós, é uma arte que está em todo o lado e todos os dias passa pela nossas mãos, seja numa revista ou jornal, nos livros que recebem o nosso olhar, na capa daquele disco compacto ou vinil que ouvimos, nas agendas em papel ou calendários que nos regem o tempo, nas caixas de medicamentos que consumimos ou nos modelos e documentos oficiais…seja nos belíssimos rótulos de garrafas de vinhos que existem actualmente ou nas inscrições que identificam qualquer produto.

Ainda mais indiferente ao nosso olhar, essa arte está igualmente naqueles flyers irritantes que sempre colocam nos nossos carros dizendo que o querem comprar…nos folhetos com promoções dos super e hipermercados que nos esperam na caixa de correio, em toda a publicidade de habitações para arrendar e vender, e ainda, na organização de conteúdos de todo o tipo de publicidade que nos chega às mãos em suporte de papel….e que, na maioria das vezes, vai directamente para a reciclagem.

O design gráfico está presente no que é palpável mas igualmente na construção das inúmeras páginas virtuais que diariamente procuramos na internet (aqui sob a forma de web design), e que foram construídas e modeladas por um olhar especializado para que a nossa experiência visual seja apelativa e mais facilmente atraída e conquistada.

São os trabalhadores escondidos da estética dos nossos dias e de certa forma de um certo “consumismo” que nos rege. Ao colocarem um título, imagem, desenho, texto ou um espaço no lugar certo, estão a construir e a atrair emoções. As nossas emoções. Diria que eles trabalham para o nosso olhar e para que os nossos dias sejam esteticamente mais agradáveis, mesmo que não tenhamos consciência desse facto.

Eles são os designers gráficos e hoje, 27 de Abril é o seu dia mundial.

Na generalidade, este post é para todos esses trabalhadores de bastidores e de pouca visibilidade. E é particularmente para a minha filha e para o seu companheiro, ambos designers gráficos e detentores de um sentido estético que muito aprecio. 🧡

Valorizemos o trabalho destes artistas-técnicos, inclusive naquelas áreas e detalhes que normalmente nos são indiferentes e que ignoramos.