No auge da Primavera, um post sem grandes palavras mas com cor e vários protagonistas. São eles alguns dos insectos recentemente encontrados num passeio pelo Parque Urbano da Serra de Carnaxide (área verde localizada perto de minha casa), e ainda pelas flores silvestres que os acolhem, muito abundantes nesta altura do ano.
São detalhes que me encantam seja pela cor e beleza destes seres de reinos diferentes, seja pelo que representa esta relação de interdependência na preservação e no futuro do nosso planeta. É sabido que a extinção de insectos é uma realidade preocupante, sendo indesejáveis as repercussões que essa situação pode vir a ter na produção de alimentos para a humanidade. Especialmente para as gerações que nos seguirão.
Por tudo isso, ver tantos diferentes e bem activos, foi um prazer. Para além de todos aqueles cujo retrato não ficou apresentável!
Com natureza, cor e vida… desejo a todos uma boa semana!🤗
E eis que ela chega, sempre a tempo e horas no calendário cósmico mas nem sempre de forma equilibrada. Por vezes chega até bastante fora do tempo. Este ano, por exemplo, uma sua sósia passeou por Portugal em pleno Inverno. Foi um período tão primaveril que algumas árvores foram enganadas e mostraram os seus rebentos. Umas semanas depois, essas inocentes e frágeis ramificações ficaram queimadas com a vaga de frio que se seguiu. Até doeu ver isso.
A verdadeira Primavera chegará ao princípio da noite a este hemisfério onde resido (21h 24m). Virá amena e com algumas nuvens, depois de um dia de excelente temperatura que nos deixa uma imensa vontade de Primavera.
Chega certamente vibrante em energia e Vida, algo que espalhará de uma forma mais intensa nos próximos meses seja através do vital desejo de procriação…da cor que dará a árvores, campos e prados… ou, ainda na energia motivadora com que afagará a nossa alma e sentidos.
Aproveitemos essa dádiva gratuita e sem contra-indicações, agora que ela começará a vibrar no timing certo. Que venha equilibrada e com vontade de harmonizar alguns desconfortos do mundo!
Boa Primavera!🤗
(e um bom Outono para quem vive na metade sul deste planeta!)
Depois da “traumática” experiência com o bloco do ano anterior, em 2014 adquiri um da marca Winsor&Newton, adequado a aguarela e que me desse alguma garantia de solidez. Cumpriu essas exigências, mas lamento que nove anos depois o papel esteja extremamente amarelecido nos bordos, como é bem visível nas imagens que hoje partilho.
Comparativamente com o do ano anterior, este registo tem muito menos texto e abrange um período de férias que contemplou a Extremadura espanhola e o Algarve. A par dos desenhos e de uma ou outra fotografia, integra também detalhes naturais, como folhas e casca de árvores, conchas, algas e ainda parte de uma pele de cobra encontrada num trilho pedestre em Espanha.
Em certos desenhos optei por colorir apenas detalhes pontuais, normalmente aqueles que apresentavam mais cor ou que tinham mais importância no contexto geral. E gostei bastante do efeito conseguido.
Seguem-se então algumas folhas das mais de quarenta que formam este livro de registos em tempo de férias.
No último mês de Dezembro alertei para a votação que estava em curso para a eleição da árvore que em 2023 representaria Portugal a nível europeu. Sei que alguns dos meus seguidores colaboraram, mas não sei se saberão que foi o eucalipto de Contige o vencedor.
Presentemente e até ao final deste mês de Fevereiro está a decorrer uma votação mais abrangente, esta a nível europeu, para a eleição da Árvore Europeia de 2023.
Se quiserem participar ou pelo menos conhecer árvores cheias de personalidade de diversos países, basta ir a este link e escolher as duas cuja história e aspecto mais vos agradar.
Qualquer árvore merece a nossa atenção e admiração. No mínimo, são vida para o olhar e tranquilidade para a alma. As dezasseis que estão a concursos têm ainda curiosas histórias associadas, razão porque vale a pena ir ao link e conhecê-las.
Entre árvores e beleza.…desejo a todos um bom fim-de-semana! 🤗
Imagem retirada de https://www.treeoftheyear.org/pt/vote
Há muito que este edifício localizado nas traseiras do meu local de trabalho espera recuperação e um novo rumo. Ainda não teve a sorte de uma boa parte dos prédios mais antigos de Lisboa que na última década foram intervencionados melhorando de sobremaneira o visual da cidade. É certo que o destino da maioria foi o de hotel ou alojamento local, mas isso é uma outra e longa história…
Neste edifício a degradação é evidente, seja pelo abandono seja por algum vandalismo. Nas traseiras, onde captei esta imagem, o seu aspecto é ainda mais decrépito e triste do que da fachada principal.
Porém…
…habita-a Vida, oferecida pelas muitas ervas daninhas que vão nascendo nos seus interstícios ou perto de zonas onde a água da chuva /humidade se acumula, como caleiras, tubos de escoamento de água, etc. Aí essas plantas vão cumprindo o seu ciclo de vida, engrossando seus troncos e até discretamente florindo.
Diria que esta imagem é um perfeito “conflito visual”, porque nela encontramos a morte e o renascer, a degradação e a vida, o enfraquecimento e o fortalecimento. E como acontece amiúde, também aqui a natureza revela a sua força e incrível capacidade de aproveitar oportunidades mesmo em condições totalmente adversas.
Um verdadeiro conflito visual que acaba por ser uma lição. Naquele edifício, assim como nesta construção que somos, sempre existe um recanto mais inseguro, difícil, frágil, obscuro e, quiçá aparentemente incapaz, passível de ser transformado/sublimado e revitalizado por um qualquer acontecimento, detalhe ou sentir.
Por algo que, numa certa perspectiva, poderá ser o tal factor de equilibrio.
Apesar de passar há muitos anos pela escadaria que une o Jardim 9 de Abril à Avenida 24 de Julho em Lisboa, nunca me tinha deparado com a imagem acima.
Estando a uma certa distância, o primeiro pensamento foi: “Que estranho, um monte de troncos com pequenas flores? Não pode ser! Nunca vi isto aqui!” Além disso estávamos em Dezembro…
Aproximei-me e de imediato percebi que se tratava de restos de tinta da parede que ficaram agarrados às gavinhas da vinha-virgem seca e recentemente arrancada. Entretanto olho para a parede em frente e encontro estes detalhes maravilhosos, que a máquina fotográfica que sempre me acompanha logo registou.
Achei estas imagens tão bonitas que, apesar de significarem o final de um ciclo, resolvi que iria estar atenta e registar o renascimento da trepadeira que sempre cobre uma boa parte da parede que suporta aquela escadaria.
Passou algum tempo até os novos rebentos aparecerem. Depois foi galopante o seu desenvolvimento, até a parede ficar parcialmente coberta.
A vinha-virgem é uma planta extremamente curiosa, característica que sempre a orienta para novos lugares e novas aventuras. Essa vontade de progredir levou-a a abraçar a grade que protege a escadaria e através desta atingir o patamar superior, cobrindo parcialmente os degraus dessa área mais elevada.
Esse enérgico avançar implicou uma verdadeira “dança-exploração” através das ferragens do corrimão sendo assim, replecta de vitalidade, que viveu todo o Verão.
Há poucos meses, com a chegada do Outono começou tranquilamente a alterar o seu aspecto e a adaptar-se às cores dessa nova estação.
Em pouco tempo todas as folhas secaram e caíram, apresentando-se assim neste início de ano….
…precisamente antes de ser arrancada e do momento que antecedeu a imagem inicial deste post, aquela que captou a minha atenção.
Em breve todos os troncos serão retirados da parede e a planta podada, para que na próxima Primavera volte a rebentar cheia de força e pronta a iniciar um novo ciclo.
Entre a primeira e a ultima imagem que hoje partilho passou-se basicamente um ano. Com ele fluiram as quatro estações e passaram doze meses no mundo e também na vida desta vossa interlocutora. Nada estará igual porque um ano é tempo bastante neste Viver.
Ainda guardo aquela espécie de encantamento que deu origem a este post, agora mais completo ao sentir que cumpri a “missão” de ser presença no ciclo de vida desta curiosa planta.
Presença que fui e serei…pois sempre que passar por este recanto de Lisboa, ela terá o meu olhar!
Despeço-me do Outono com uma das imagens mais bonitas que ele sempre nos oferece: o amarelecimento e a queda das folhas das Gingko bilobas.
Lisboa tem pequenos núcleos destas árvores, mas creio que será o Jardim das Amoreiras, um aconchegante espaço localizado no centro da cidade, o que possui árvores de maior porte e oferece o espectáculo mais belo.
Visitei-o recentemente, sendo as imagens que hoje publico o resultado desse encantador momento. Ao entrar nele sentimo-nos num outro mundo e dimensão, seja pela cor seja pelo afago das folhas caindo em cada soprar do vento. Se o envolvimento geral é belo, os detalhes que o olhar encontra não o são menos. Pelo menos para mim.
O Inverno começa hoje, dia 21 de Dezembro as 21h 48m, e muito em breve despirá totalmente estas árvores. Aliás, algumas já não possuíam folhas quando lá estive, criando-se por vezes um contraste enorme entre árvores adjacentes. Como acontece connosco, também na natureza os ritmos de crescimento/envelhecimento variam dentro de uma mesma espécie.
É pois com muita cor que dou as boas-vindas ao introvertido Inverno. Oxalá ele aprecie e seja capaz de as sublimar em boas energias!
Desejo então que seja um aconchegante Inverno (infelizmente impossivel para tantos que neste momento sofrem grandes privações)….e já agora, que esta mudança de estação se revele calorosa para todos que vivem abaixo da linha do Equador e que hoje receberão o Verão!🤗