sombra na luz (I)

Uma fonte de luz, um objecto e um plano, seja ele vertical, horizontal, obliquo ou curvo, sempre ditam a existência de uma sombra.

A versatilidade dessa imaterial forma está directamente relacionada com o ângulo de incidência da fonte de luz, com a textura, forma e características do plano onde esta irá surgir e com o objecto propriamente dito, ou seja, se este é opaco ou translúcido, se possui bordos lineares ou recortados, etc,. E se a fonte de luz é o sol, ainda acresce o(s) movimento(s) da terra cujo efeito é a efemeridade da sombra que está em constante mutação ou dança, como eu sempre gosto de pensar.

O exercício de observar sombras é uma descoberta de novas formas e efeitos, algo que o meu olhar sempre aprecia e se delicia.

Hoje e num próximo post com este mesmo título, partilharei convosco algumas das muitas imagens que tenho com sombras de características completamente diferentes, mas todas com algo de cativante e uma beleza/estética muito própria.

O conjunto de hoje englobou sombras projectadas em superfícies maioritáriamente brancas. Para além de oferecer um contorno mais marcante, o branco será sempre um palco bastante atraente para qualquer objecto projectar a sua sombra.

Se as sombras deste conjunto têm um valor essencialmente estético como já referi acima, não posso esquecer o verdadeiro valor de uma sombra nas estações mais quentes do ano. O sol é vida… mas “escondermo-nos” dele também pode significar Vida!

Desejo a todos uma boa semana!😎

novo verão!

Com a mudança de estação e a chegada do Verão ao hemisfério norte – o que acontece hoje, dia 20 de junho às 20,50h – começaremos a dispersar e a “mergulhar” nas férias que se aproximam para muitos de nós, aproveitando com mais intensidade os prazeres característicos da época estival.

A praia sempre ocupa um dos lugares do pódio, sendo evidente a vontade de deixar o corpo e os sentidos mais disponíveis a sentir o mar, as ondas, a areia e obviamente o sol, este sempre com bastante moderação.

Penetremos então nos lugares que nos oferecem bem-estar, sejam eles na frescura da beira-mar… nos caminhos da natureza….por qualquer outro lugar… ou simplesmente em casa a relaxar.

Que esta nova estação seja percorrida, sentida e partilhada em paz e na alegria possíveis. E digo possíveis, porque ninguém estará realmente tranquilo neste tempo de extremos climáticos, guerras absurdas, injustiças,….e num mundo que “caminha” num verdadeiro fio da navalha.

Que seja então um Verão (e um Inverno) de equilíbrios!

🤗

nós, pelo tempo…

Olhando para trás….

….na minha juventude pratiquei escalada em vias de grande verticalidade sem sentir dificuldade em lidar com a altura. Hoje, quarenta e muitos anos depois, tenho um evidente receio – para não dizer medo – de descidas ingremes e de passagens adjacentes a precipícios onde não haja qualquer proteção. Se houver algo – mesmo que apenas uma corda – a tensão desce bastante, mas muito longe do à vontade de outros tempos. E o mais curioso é que sinto esse temor por mim e muitíssimo pelos outros.

Se nunca apanhei um susto traumatizante e andava nesses locais porque me agradava o desafio…. porque razão a passagem do tempo fez nascer um sentir tão contrastante e criou um diferencial tão profundo entre o passado e o presente…….entre eu e eu. Na verdade, não entendo nem reconheço essa pessoa que fui…assim como não entendo esta pessoa que sou.

Se esta Dulce não reconhece a outra, pergunto:

– que estranhas transformações nos traz a idade? Doses de insegurança física…ou de insegurança psicológica?

– estará tudo relacionado com o equilíbrio físico, que seguramente sofre alterações à medida que avançamos pelos anos e pela vida?

– ou será apenas uma dificuldade em lidar com o “perigo” por sabermos que, teoricamente, agora a morte está mais perto, algo em que realmente não se pensa na juventude?

– e, associado a este ultimo sentir… sei lá…imaginar que “a dita” poderá estar a espreitar… e quiçá, decidir  “pegar e levar”…?

– ?

Apesar de saber de uma forma muito racional que cada coisa tem um tempo próprio na nossa Vida…. este é mais um sentir que me intriga. Aceito-o, mas intriga-me.

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Neste “eu” actual… entre harmonias e desequilibrios…..desejo a todos um excelente fim-de-semana!🤗

detalhes naturais

Há certos pinheiros cuja casca é uma fonte de estilizadas e elegantes camadas de “pele” que se sobrepõem temporariamente até a camada mais interna desalojar definitivamente a estrutura laminar mais externa, que acaba por cair no solo.

Foi aí que apanhei este pedaço de casca, uma forma com curvas, contracurvas, orifícios e reentrâncias que me captou a curiosidade.

Viajei com o meu olhar pelas suas formas arredondadas, relevos, planaltos e vales….

…percorri a sua linha de costa…penínsulas…enseadas e lagos…

…vi rostos…olhos…bocas… e imaginei diálogos entre detalhes facilmente “humanizáveis”.

E então conclui que estava perante mais um belo e curioso detalhe da natureza, algo que nos passa ao lado…ignoramos…pisamos…e que no seu ciclo natural retorna à terra para ser terra e alimentar novos ciclos de vida.

Este fragmento ficou temporariamente comigo. Em breve será devolvido ao seu lugar.

Bom domingo e um bom início de semana!🤗