areia sentida

 

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A cada estação do ano associamos determinados rituais. Com o final da Primavera e o início do Verão, o corpo ganha um protagonismo diferente, desnuda-se e solicita um vestuário e calçado mais leve, num ritual que leva a pele a inspirar lentamente a sensação de “ar livre”. Esse progressivo arejamento permite também uma maior fluidez de gestos e atitudes.

Uma das melhores sensações que estas estações do ano nos oferecem, é o momento em que, depois de meses de recolhimento entre meias e sapatos, os nossos pés finalmente libertos penetram na macieza da areia seca de uma praia. Eles ficam felizes…e riem…apertam a areia… afagam…quase dançam!

É uma sensação que dura segundos, apenas o tempo dos primeiros passos ou até a mente se distrair e nos levar para outro sentir.

Momento bastante efémero, sem dúvida…talvez até indiferente para muitos…talvez desagradável para os que não gostam de areia…mas pessoalmente, um momento marcante, inspirador e deveras libertador!

 

 

6 thoughts on “areia sentida

  1. Gosto do padrão caótico da tua imagem e do enterrar descontraído dos pés na areia. Todos nós também já nela desenhámos ou escrevemos qualquer coisa que depois a maré ou o vento se encarrega de levar para um outro qualquer lado (gosto de pensar assim). Há, porém, quem veja na areia uma tela gigantesca, fazendo do desenho quase uma obsessão. A areia continua a ser apenas areia, e a maré e o vento a fazerem o trabalho que sempre fizeram.

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    1. Talvez o efeito das marés na areia seja a melhor demonstração e a melhor forma de pereceber o termo efemeridade. E a forma de arte mostrada no video e com que complementas lindamente este post, talvez a mais efêmera que se pode criar.
      Para o artista, o prazer estará na construção e, quiçá…também no momento em que a onda vem e a sua obra se dilui na natureza. Também adoro essa ideia!
      Agradeço a tua presença, colaboração e comentário!

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