entre a água… e a música!

 

Um breve movimento
e a vida sai em torrente,
liquida
fresca
e transparente.

Vida
quase ignorada
nesse acto banalizado
de abrir uma torneira,
acção breve
e rotineira
a que apenas damos valor
quando a água aí rareia.

Gesto simples
mas vital
que de nós merecia,
atenção
e gratidão
ao longo do dia-a-dia!

 

Este poema não é recente e surgiu após um corte de água em minha casa, situação sempre incómoda mas muito interessante pela reacção que nos provoca.

Esperava uma ocasião propícia para ser partilhado, momento que surgiu quando há pouco percebi que hoje se comemora em Portugal o Dia Nacional da Água e que se inicia o ano hidrológico, eventos que acontecem num período em que as reservas hídricas do país estão assustadoramente abaixo do desejável. Contudo, a água ainda continua a sair das torneiras… e a cair na nossa indiferença!

Mas este nosso dia nacional é hoje acompanhado por algo maior em dimensão, o Dia Mundial da Música. Esta complexa arte que brota da criatividade de muitos, existe igualmente de uma forma mais simples e minimalista na natureza e nos imensos sons que ela produz e nos oferece, sendo talvez um dos mais agradáveis e tranquilizadores o da água a correr num riacho ou a jorrar de um fontanário.

A água alimenta o corpo…e a sua “música” alimenta a alma…

…por isso, neste dia de água e de música… apreciemos devidamente e com gratidão as “fontes” que estão na sua origem!